A
frase é deste blogue e é importante, pois realça um dos defeitos genéticos e óbvios da nossa democracia: qualquer democracia pluralista tem uma direita e uma esquerda, porque só há esquerda se houver direita. E só há
direita se houver esquerda. E só há centro se houver esquerda e direita.
Portanto, é absolutamente natural que os
“reaccionários” sejam de vários matizes...
Alguns, esquecem que na Figueira e no país há uma história que pode ser comparada - muitas direitas, hoje, consideravam-se putativamente antigas
esquerdas...
Na política, não há "vacas sagradas", está quem quer e os lugares são de eleição e escolha e sujeitos a crítica também.
A política, em democracia, é uma actividade rotativa e de alternância.
À medida que o tempo avança os factos e os interesses vão surgindo... E o conhecimento deles também.
Um dia destes, “os reaccionários da esquerda, direita e do centro", além de estarem contra o tomateiro selvagem que cresceu na praia, serão também os principais causadores e culpados dos horrores que acontecem na Figueira desde 1977...
Continuamos no "quem não é por mim, é contra mim"!
Já percebi que os próximos tempos - o tempo que resta deste segundo mandato de Ataíde - vão ser muito aborrecidos para quem se interessar demasiadamente pelo que se passa na sua cidade.
Tempos atrás, um querido e saudoso Amigo que, entre outras coisas, também sabia muito de política, ensinou-me: "a gente vota sempre contra alguém". Nos últimos 20 anos, a nível local, votei quase sempre contra alguém ou contra um projecto e não a favor de algo...
E, errada ou certa, a imagem que este executivo me transmite hoje é a de uma inultrapassável soberba, pouco menos desagradável do que a arrogância da imagem transmitida pelo intelectual e vereador Tavares.
Por mim, podem ficar descansados: já que a praia da Figueira no tempo que passa não serve para nada, podem transformá-la num latifúndio biológico à vontade...
Não se armem é em "patos bravos"...
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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2 comentários:
Então mas se o homem já é vereador já é poeta já é escritor já é jornalista já é içador de bandeiras que mal tem ser tambem agricultor?
Conseguiu escrever quatro romances em oito anos, enquanto vereador, e durante duas dezenas de anos como professor nao conseguiu escrever nem um. Ser vereador é uma fonte de inspiraçao e ser professor é uma fonte de transpiraçao e dá trabalho como o caraças. A sorte dele é que recebeu um prémio e agora vai dar aulas de escrita criativa. E já tem mais dois romances prontos para a tipografia, "A queda de um anjo de capa negra e a arte de montar bem na esquerda e na direita sem cair da sela. Ele é que a leva direita, salvo seja.
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