quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A Auto Europa e a Greve Geral

Na minha modesta opinião, o  texto abaixo,  publicado pelo jornalista Carlos Barbosa de Oliveira, no blogue Crónicas do Rochedo, merece ser lido com atenção. É isso, com a devida vénia ao seu autor, que proponho: leiam e reflictam.


“A Auto- Europa vai aumentar os salários dos seus trabalhadores em 3,9%.
Num panorama de cortes gerais de salários, este aumento pode surpreender muita gente, mas não quem perceba que é o modelo de gestão ( bem diferente do adoptado pelos gananciosos empresários portugueses) a consciencialização dos trabalhadores e dos sindicatos que está na base do sucesso da empresa.
Teria sido fácil à administração da Auto-Europa fazer como os nossos empresários e, escudando-se com a crise, rejeitar o aumento de salários ou tentar pelo menos um aumento ao nível da inflação. Não o fez.
Teria sido cómodo, para os trabalhadores da Auto-Europa, não aderir à greve, argumentando que as práticas seguidas pela empresa não justificavam a greve. No entanto, os trabalhadores aderiram à greve em massa, invocando a solidariedade com os trabalhadores de outros sectores e familiares que estão a ser vítimas da política seguida por este governo.
O direito à greve e à não greve é essencial para o funcionamento de uma democracia e cada um deve agir de acordo com a sua consciência. Agora, o que é inadmissível, é que haja pessoas com lata de ir para as câmaras de televisão dizer que estão solidários com a greve, mas não a fazem, porque isso representaria a perda de um dia de salário. Ou quem utilize as mesmas câmaras para afirmar que os grevistas são calaceiros. Gente desta não devia ter direito a votar, porque não percebe nada da sociedade em que vive e, assim sendo, quando mete o voto na urna, está a votar apenas num clube e não num modelo de sociedade que pretende para o país.”

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