Bruxelas, não os senhores da direita, explica por que razão Portugal ainda cresce.
"Empregados estão a trabalhar mais para compensar subida do desemprego."
Ora cá está aquilo que, muitos de nós sentíamos, mas não conseguíamos explicar: "a crise foi mais branda em Portugal comparativamente a muitos outros países europeus porque o esforço dos trabalhadores foi maior, permitindo às empresas aumentar a facturação e, assim, contribuir mais para o crescimento da economia, conclui um estudo da Comissão Europeia".
Ah, para ficarem animados, escusam de ter ilusões quanto ao futuro.
"Nos próximos anos, este fenómeno de aumento da produtividade sem criação de emprego deverá intensificar-se."
Em Portugal, a conclusão e moral da história, é vira o disco e toca o mesmo: são sempre os mesmos a pagar a crise.
Quer dizer: o emprego tenderá a diminuir, mas quem se mantiver empregado deverá produzir sempre mais!..
Isto, num país de "calaceiros"!..
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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