Declaração de interesses: não aprecio a doutora Manuela Moura Guedes, nem o estilo do jornal da sexta da TVI.
Não sou advogado. Caso o fosse, sentir-me-ia pessimamente representado pelo actual Bastonário da Ordem.
Na sexta-feira passada, assisti ao degradante espectáculo que a doutora Manuela Moura Guedes e o Dr. Marinho Pinto proporcionaram aos portugueses.
Estranhamente, porém, junto de amigos e aqui pela blogoesfera, no decorrer deste sábado, verifiquei que o Dr. Marinho tinha muita gente solidária com o lamentável espectáculo de ontem na TVI.
A entrevista desta sexta-feira, da doutora Manuela Moura Guedes ao Dr. Marinho Pinto, presumo eu, pois o decorrer da mesma nada me esclareceu sobre a matéria, pretendia escalpelizar as acusações que os seus pares lhe fazem a propósito da forma como ele exerce a função de Bastonário.
Em vez disso, o que os telespectadores viram - eu, pelo menos vi isso - foi o Dr. Marinho Pinto, ao ser confrontado pelas acusações dos seus pares na Ordem, reagir destrambelhadamente e limitar-se, num nível básico e rasca, a fazer uma peixeirada monumental, como se estivesse numa tasca, ou num café, o que muito deve ter contribuído para aumentar ainda mais as audiências da TVI.
Como já escrevi acima, não aprecio o estilo da doutora Manuela Moura Guedes. Portanto, neste lamentável retrato que a TVI deu em directo ao País, não foi a doutora Manuela Moura Guedes que me surpreendeu. A surpresa, apesar do que já conhecia do dr. Marinho Pinto, veio dele mesmo: podia e devia, como Bastonário da Ordem dos Advogados, mesmo perante uma senhora doutora como Manuela Moura Guedes, ter demonstrado outra subtileza e elevação, e não ter-se mostrado uma figura inferior, como muitas que eu conheço, aqui pela Figueira.
Mas, esses, porventura, só terão a quarta classe, não são advogados e muito menos Bastonários da Ordem…
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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1 comentário:
Mas esses de que fazes a alusão sempre chegam a presidentes de qualquer coisa.
Mas enfim.
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