Como disse no final de Fevereiro deste ano a SEDES, “sente-se hoje na sociedade portuguesa um mal estar difuso, que alastra e mina a confiança essencial à coesão nacional.”
Mas, o que é grave, o que pesa, o que incomoda, é que este mal-estar imenso que a todos atinge e condiciona, veio para ficar.
Os portugueses não acreditam no Estado e na lei.
Vive-se em descrença.
Entretanto, a criminalidade violenta progride e cresce o sentimento de insegurança entre os cidadãos...
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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2 comentários:
Já parece o que escreveu o Eça de Queirós...em outros tempos...
Incrível, hein!?
Outro beijo
Claro que é mais que um difuso mal-estar. Isto para quem está atento, acordado, porque para muitos, anestesiados, embrulhados e embrutecidos, isto está uma coisa boa.
E uma coisa muito boa está para quem se governa com este estado mau em que uns pagam e outros, esses, recebem.
Qualquer dia até na praia temos vigilantes, não para nos salvar a vida em caso de perigo, mas para nos tramar de alguma maneira.
É vigilância a mais, creio eu, que já de lá venho.
Chip no carro? Ainda agora começou. Qualquer dia metem-nos um no pescoço.
Primeiro levaram os do outro quarteirão e eu não me importei. Depois levaram o meu vizinho e eu não me importei. Agora querem levar-me a mim.
Já é tarde...
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