Um ano que começa, deveria ser assim como uma página em branco.
Deveria ser assim como um caderno de apontamentos por estrear ou um DVD virgem.
Deveria ser assim.
Mas, 2008 não começou assim.
Já temos a corda na garganta.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
1 comentário:
A corda na garganta já nós temos há muito.
O nó, meu caro, o nó é que está mais apertado.
E cada vez mais.
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