António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
quinta-feira, 4 de maio de 2006
Má passagem para a outra margem
Já tem alguns anos.
Mas é uma bela fotografia.
Na Gala, como se pode ver, ainda nem existia a “malvada” marginal que veio destruir a zona ribeirinha, a que dava identidade ao burgo piscatório.
Na época, a Ponte dos Arcos não estrangulava o trânsito.
Porém, isso já acontecia na antiga estrada 109, no percurso entre a Gala e a cidade da Figueira, mas era mais a norte, na “velhinha” e já demolida Ponte da Figueira, a que ligava o restaurante “Covil do Caçador” ao Posto da Polícia (ai que saudades, ai, ai...).
Depois veio a nova, moderna e airosa Ponte da Figueira, que passou o estrangulamento de trânsito para a Ponte dos Arcos...
Principalmente na chamada “época alta” – e Junho, Julho e Agosto já estão tão perto... – são filas, arreliadoras e intermináveis de todo o tipo de veículos, a entupir o acesso à Freguesia de S. Pedro, onde está o Hospital Distrital, o Porto de Pesca, a Zona Industrial...
É já sabido que a actual Ponte dos Arcos tem o destino traçado: vai ser implodida.
Mas, para que isso aconteça, é necessário que esteja pronta e aberta aos utentes a Nova Ponte dos Arcos.
Só que, como é norma em Portugal, o início das obras teve mais um atraso.
Até lá, haja paciência para tão pouca eficiência.
Entretanto, ainda que não por culpa própria, a Velha Ponte dos Arcos vai ter de continuar no activo.
Mas, com todo o respeito pelos altos serviços que ao longo de várias décadas prestou a quem tem todos os dias de fazer a travessia do Mondego, não deixa de ser, neste momento, uma má passagem para a outra margem...
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3 comentários:
Que saudades desse tempo.
Belo trabalho parabéns pelo vosso blog...
Bons jantares ali comi, corria o ano 1973.
Estava a cumprir o serviço militar no CICA 2.
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