segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Japoneses de férias na Figueira

"Ontem, e pela primeira vez, vi um casal de turistas japoneses na Figueira. Logo vieram à tona todos os meus preconceitos sobre “os asiáticos na Europa”, eternamente “perdidos” e com um ar tão ingénuo quanto fascinado sobre as coisas que observam. Olhavam para um roteiro, tentando perceber onde estariam e o que os rodeava. Foi à entrada no Bairro Novo, junto ao decrépito edifício “O Trabalho”, o tal monumento ao mau urbanismo dos anos 80. O casal de japoneses de visita a Figueira certamente com um objectivo específico: vieram admirar a “Arte Nova e Deco”? Ou ver o maior areal da Europa, fruto de um erro de engenharia? Gostaria de os ter abordado e perguntado, porque vieram à Figueira?

Quem cá reside todo o ano perde a noção do que é “turístico e atraente na Figueira”. Por exemplo, os turistas japoneses estariam a olhar para algumas belas fachadas da rua Cândido dos Reis, e à procura da famosa “street art” dos famosos artistas contemporâneos Mário Belém, D, Eime ou K. d’Enfer, e eu quando os vi, fui atraído para o pior edifício da cidade. Lamentei aquilo que todos lamentamos, problemas de urbanismo por resolver, falta de capacidade de intervenção do poder político para demolir o que nasceu torto.
Nota: a apresentação sobre a Figueira que consta no site Turismo de Portugal (http://www.centerofportugal.com/figueira-da-foz/) começa mal, com uma fotografia de uma paisagem pobre, areia, candeeiros e uma passadeira com um mar desfocado ao fundo. Merecemos melhor."

Via jornal AS BEIRAS

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