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quarta-feira, 22 de abril de 2020

“Podas radicais”, responsáveis pelas podridões e fissuras

Via jornal Público
"Podas inadequadas ditam o abate de 130 árvores em Braga...
É uma decisão política suportada por um relatório pedido à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).
Abate de espécies como tílias, carvalhos, choupos e plátanos decorre até ao final do ano, em sete espaços urbanos da cidade. Diagnóstico da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro relata podridões e fissuras nos exemplares que vão ser removidos. Em resposta, a Câmara de Braga espera plantar 400 árvores.
Para encontrar os exemplares que requerem abate, a equipa da UTAD estudou as árvores individualmente, medindo as suas dimensões e avaliando os riscos para a segurança, esclarece o coordenador do relatório, Luís Martins. 
O professor do Departamento de Ciências Florestais e Arquitectura Paisagista reconheceu que as árvores identificadas exibem “cancros, cavidades e podridões” como resultado de “podas muito intensas”, denominadas rolagens. Apesar de uma árvore “sem situações de risco” poder viver em contexto urbano por mais de 100 anos, as tílias destinadas ao abate têm entre 50 e 70 e os plátanos do Campo das Carvalheiras entre 30 e 40, revela ainda.
O abate, reitera o vereador da maioria PSD/CDS-PP que governa o município bracarense, é uma decisão política suportada por um relatório pedido à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Essa avaliação, finalizada no início deste ano, mostra as árvores que constituem um risco para “a integridade física e para os bens dos cidadãos”, após terem sido alvo de “podas radicais”, responsáveis pelas podridões e fissuras que exigem. Altino Bessa alega que o município já abandonou há cinco anos as podas que visavam apenas “minimizar o trabalho com cada árvore”, negligenciando as “feridas” que causavam – houve, porém, uma excepção a essa política, num salgueiro podado sem pomada cicatrizante junto ao rio Este, em Janeiro de 2020. “Teoricamente, uma árvore deve crescer sem podas. Se se podar uma árvore como uma vinha, ela ganha feridas que têm tendência a apodrecer. Os ramos que daí rebentam não têm consistência. Por isso, a árvore começa a constituir um risco”.
foto António Agostinho

Lembro um texto da bióloga da Universidade de Aveiro Rosa Pinho que deixa o alerta contra “as podas radicais a que as árvores são sujeitas, que lhes tiram a beleza e reduzem drasticamente as suas funções ecológicas”. Um cenário frequente que a responsável pelo herbário da academia de Aveiro quer ver alterado: "as nossas árvores continuam à mercê das vontades e não do conhecimento”.

Para João Vaz "o mesmo vai acontecer na Figueira.
Centenas de árvores na malha urbana estão em péssimo estado e vão ter que ser abatidas. As podas mal executadas são a causa.
Há ainda a recusa da Câmara Municipal em fazer uma avaliação do estado das árvores. Porque teme sair descredibilizada e não quer destapar o véu da má gestão do património arboreo."

segunda-feira, 8 de abril de 2019

Podas radicais nunca mais

Rosa Pinho
Na época do ano em que por todo o país se multiplicam os trabalhos de poda, quer nos espaços privados quer nos públicos, a bióloga da Universidade de Aveiro Rosa Pinho deixa o alerta contra “as podas radicais a que as árvores são sujeitas, que lhes tiram a beleza e reduzem drasticamente as suas funções ecológicas”. Um cenário frequente que a responsável pelo herbário da academia de Aveiro quer ver alterado: "as nossas árvores continuam à mercê das vontades e não do conhecimento”.
Para ler este artigo de opinião de Rosa Pinho, investigadora do Departamento de Biologia e responsável pelo Herbário da UA, basta clicar aqui.

sexta-feira, 23 de julho de 2021

Preciosa ajuda aos autarcas impreparados, como é o caso da Figueira: vamos ver como será na prática...

As podas têm sido muito contestadas pelos moradores e tem-se exigido regras para esta prática.


"A PSP e a GNR vão poder multar municípios e particulares que façam podas radicais ou abates de árvores sem justificação e contra as regras inscritas nos regulamentos municipais de arvoredo urbano, que passarão a ter de existir dentro de um ano. Esta é uma das várias novidades inscritas num inédito 
Regime Jurídico do Arvoredo Urbano, aprovado ontem pelo Parlamento, com contributos de vários partidos, na sequência de uma petição pública lançada no ano passado. Tal como pediam os peticionários, Portugal vai ter também um guia de boas práticas e será reconhecida a profissão de arborista.
Regulamentos municipais dentro de um ano 
Este guia é crucial para ajudar os municípios a elaborarem, posteriormente, até de hoje a um ano, os seus regulamentos municipais de gestão do arvoredo urbano, com uma lista e planta de localização das árvores classificadas de interesse público e de interesse municipal existentes no seu território; a sua estratégia municipal para o arvoredo urbano; a identificação dos ciclos de manutenção e as normas técnicas para a implantação e manutenção de árvores. Este documento terá de passar pela votação nas assembleias municipais e as áreas metropolitanas e comunidades intermunicipais terão também algo a dizer sobre a respectiva adequação ao regulamento jurídico e ao guia de boas práticas que vier a existir (e que será actualizado de cinco em cinco anos). O processo será, pelo meio, submetido ainda a consulta pública, com um mínimo de 30 dias, abrindo um primeiro espaço de participação cidadã num tema que tem gerado cada vez mais interesse, à medida que uma parte da população se apercebe da importância das árvores para a melhoria da qualidade do ambiente urbano e para a adaptação das cidades a alguns efeitos da crise climática, como as ilhas de calor.
O regulamento jurídico melhora a capacidade de participação dos cidadãos na gestão do arvoredo com outros instrumentos. Um deles é o Inventário do Arvoredo em Meio Urbano, um trabalho mais extensivo do que a mera identficação de espécimes classificados, e que cada município terá de levar a cabo nos próximos dois anos."

terça-feira, 21 de maio de 2019

Requalificação do Largo das Alminhas

o cortar nove árvores, deslocar uma e plantar onze, disse ontem no decorrer da reunião camarária o presidente Carlos Monteiro.
As árvores que se podem ver na foto, foram plantadas em 1987, há pouco mais de 30 anos, quando foi urbanizado aquele local, era presidente da Câmara o eng. Aguiar de Carvalho e presidente da junta de S. Pedro Domingos São Marcos Laureano. Ao longo dos anos estas árvores foram sujeitas a algumas "podas radicais". Agora, dizem que estão doentes e têm de ser arrancadas...
Antes dessa intervenção o aspecto era este...

O Largo das Alminhas teve o aspecto que o video mostra até quase à década de 90 do século passado. Lembro-me, decorria o ano de 1986, tinha acabado de tomar posse como membro do primeiro executivo da junta de freguesia de S. Pedro, que das primeiras coisas que pedimos ao então presidente da câmara municipal da Figueira da Foz, engº Aguiar de Carvalho, foi que viesse visitar-nos.
Percorreu, a pé, a Cova e Gala. No Largo das Alminhas ficou horrorizado com o que viu. Aquele espaço, na altura, há pouco mais de 30 anos, parecia um zona do médio oriente, em guerra. Foi essa visita o ponto de viragem para o agradável espaço público dos dias de hoje.