"O Movimento Parque Verde realizou, na manhã de quinta-feira, uma manifestação que se destinou a exigir à autarquia a paragem das obras e a compatibilização das árvores existentes com o projeto previsto para o Largo Caras Direitas. A manifestação, que contou com cerca de 50 pessoas, entre cidadãos, autarcas e dirigentes políticos, culminou com João Ataíde, presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz (CMFF), a admitir “reconfigurar o projeto, de forma a que esse património natural não fique em causa”.
Partido Comunista Português (PCP) e Partido Social Democrata (PSD) mostraram-se contra o abate de 16 árvores em Buarcos e reagiram em comunicados que visaram o executivo camarário presidido por João Ataíde. Os comunistas criticaram o discurso do vice-presidente da CMFF, Carlos Monteiro, que, em declarações à Agência Lusa, pediu desculpa por “ter dado uma informação errada” que “não queria induzir ninguém em erro” quando assumiu ao PSD que não haveria corte de árvores em Buarcos, salientando que se “estava a referir ao jardim Fernando Traqueia” - fronteiro à zona em questão e que também será intervencionado - e “não à zona do mercado municipal”.
No comunicado enviado à comunicação social, o PCP visa também, José Tavares, presidente da Junta de Freguesia de Buarcos e São Julião, perguntando se o autarca “concorda com o que se está a passar?”.
Em declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS, José Tavares, afirmou que “confia totalmente” no trabalho que está a ser desenvolvido pela CMFF.
“Há alturas para tudo, até para se fazer política séria. Será que as mesmas vozes que se levantam agora, se levantaram no passado quando havia árvores a prejudicar a saúde da nossa população? Quando é que essas mesmas vozes se decidem levantar contra a poluição dos carros na nossa cidade? Esta junta é pela vida e, se pudéssemos, teríamos todo o gosto de plantar uma árvore em cada canto. Confiamos totalmente no trabalho da CMFF. Estamos a desenvolver projetos virados para a comunidade. Foi para isso que fomos eleitos”, concluiu.
“Suspensão imediata” das obras
Em comunicado enviado à comunicação social, o PSD refere que “já contactou as diversas forças políticas assentes na Assembleia Municipal (AM) para a realização de uma AM extraordinária tendo como ponto único da ordem de trabalhos a «Intervenção no espaço público da Figueira da Foz»”.
Os sociais-democratas exigem ainda “a suspensão imediata das obras em Buarcos, na zona antiga da cidade e no Cabedelo”, para que “as mesmas possam ser convenientemente debatidas por todos os figueirenses”, concluem."
|Nuno Silva com Lusa