João Rendeiro, recorde-se para quem esqueceu, foi condenado por três vezes: em 2018, a uma pena de cinco anos e oito meses de prisão efectiva, pelos crimes de falsidade informática e falsificação de documentos; em maio de 2021, a uma pena de dez anos de prisão efectiva, pelos crimes de fraude fiscal qualificada, de abuso de confiança qualificado e de branqueamento; em setembro de 2021, a uma pena de três anos e seis meses de prisão efetiva por crimes de burla.
O primeiro já transitou em julgado, depois de esgotados os recursos.
O antigo banqueiro João Rendeiro, que segundo disse na mesma entrevista, faz uma vida normal no local onde se encontra e que vive do seu trabalho, assumiu ter fugido de Portugal em finais de Setembro.
Nessa entrevista, afirmou ainda que pretende processar o Estado português num tribunal internacional, por atrasos na justiça. “Um dos meus processos tem mais de 14 anos”, queixa-se Rendeiro. Sublinhe-se, que a sua defesa apresentou inúmeros recursos que adiaram o desfecho de vários casos em que está envolvido.
O ex-banqueiro diz que está iminente a entrada da acção que se presume será interposta no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos e adianta que pedirá uma indemnização na ordem dos 30 milhões de euros, um valor muito distante das habituais compensações decretadas neste tipo de processo que não costumam ultrapassar os milhares de euros.
“Se [a indemnização] for concedida será doada”, garantiu Rendeiro que também se queixou da falta de equidade da justiça portuguesa.
O antigo presidente do Banco Privado Português (BPP) reafirmou que o que motivou a decisão de não regressar a Portugal, onde acabaria por ser preso para cumprir a primeira das três condenações a que já foi sujeito, foi “o direito de resistência perante uma justiça injusta”.
E comparando-se com o antigo presidente do BES, Ricardo Salgado, protestou: “É uma pessoa protegida pelo sistema.”
Questionado sobre um eventual regresso a Portugal, disse não ver “nenhum cenário” onde tal pudesse acontecer, para logo precisar: “Ou não havia uma condenação ou havendo teria que existir um indulto presidencial”.
Portugal é uma comédia. O Presidente da República já respondeu com ironia, dizendo que “nesta altura, em Novembro, já é tarde” para o ex-banqueiro solicitar indulto.
Como membro de uma classe privilegiada - os reformados, que se reformaram depois de 43 anos de descontos para a Segurança Social, com uma penalização de 33 e picos por cento, por ter passado à reforma com 62 anos... - devo dizer que estou bastante incomodado com esta situação miserável e aflitiva de João Rendeiro.
Depois, contra mim me expresso: preocupa-me a falta de patriotismo dos reformados.
Os reformados deviam praticar passivamente aquela ginástica no estômago a que alguns (mal formados) chamam fome.
Para quê e porquê precisa Portugal de reformados?
O Governo devia demitir essa corja de mandraços que só servem para fazer despesa pública e desequilibrar as contas do Estado.
Era assim, fácil e de uma uma penada, que se resolviam os problemas financeiros todos do país.
Não é com a justiça a perseguir empreendedores da estirpe de João Rendeiro que um País pode avançar.
Deixem-se de eufemismos, cenários virtuais de grandes negociatas prós amigalhaços.
Vejam a realidade. Reparem, mas reparem bem neste exemplo de João Rendeiro.
Nega estar no Belize e diz que faz uma vida normal como tinha em Lisboa ou Cascais e vive do seu trabalho.
“Esta semana fui convidado para fazer a montagem financeira de um projecto de 500 milhões de dólares.”
Já viram o que o País está a perder em criação de riqueza, com esta fuga à justiça?
Tirem o "cavalinho da chuva". Ao menos, mandem-lhe, um dia, uma cadeira de rodas ou um caixão: João Rendeiro, nem por amor, volta a Portugal pelos próprios pés...