Reprivatizar, uma crónica de Isabel Maranha Cardoso, publicada no DIÁRIO AS BEIRAS.
"A opção pela diminuição do peso da intervenção pública em diversos sectores da economia, privatizando serviços, preferindo confiar nas forças da sociedade e da economia, justifiando-a com “ineficiências do Estado” e achando normal serem os privados a executar tarefas que pertenciam ao Estado, a troco de “generosas” contrapartidas financeiras, nem sempre se justificaram nem viabilizaram o proporcional interesse público salvaguardado. Vem isto a propósito da notícia da intenção de venda dos 70% da participação do município no capital da Figueira Parques. Porque se fez uma sociedade (?) nunca entendi… Pois a gestão dos espaços públicos, como o próprio nome indica, deve ser pública. Se a solução não foi boa, parece-me agora não vir a ser melhor esta decisão. Apesar da receita extraordinária que o município pode encaixar momentaneamente com a venda da sua participação, deixa nas mãos de privados a regulação e a taxação do estacionamento, instrumento indispensável ao ordenamento comercial, de serviços e lúdico da cidade, desistindo desse dever e do controlo desta actividade, enquanto sócio maioritário que era, assim como às receitas do estacionamento. Por outro lado, a validade da concessão, por ainda mais oito anos, obrigará o privado a maximizar os resultados e tornar mais rentável a exploração, só assim tendo interesse em permanecer…
A Figueira não tem tido sorte com as concessões, aliás os Figueirenses sabem que pagam sempre mais caro o serviço… Clarinho como a água!"
"A opção pela diminuição do peso da intervenção pública em diversos sectores da economia, privatizando serviços, preferindo confiar nas forças da sociedade e da economia, justifiando-a com “ineficiências do Estado” e achando normal serem os privados a executar tarefas que pertenciam ao Estado, a troco de “generosas” contrapartidas financeiras, nem sempre se justificaram nem viabilizaram o proporcional interesse público salvaguardado. Vem isto a propósito da notícia da intenção de venda dos 70% da participação do município no capital da Figueira Parques. Porque se fez uma sociedade (?) nunca entendi… Pois a gestão dos espaços públicos, como o próprio nome indica, deve ser pública. Se a solução não foi boa, parece-me agora não vir a ser melhor esta decisão. Apesar da receita extraordinária que o município pode encaixar momentaneamente com a venda da sua participação, deixa nas mãos de privados a regulação e a taxação do estacionamento, instrumento indispensável ao ordenamento comercial, de serviços e lúdico da cidade, desistindo desse dever e do controlo desta actividade, enquanto sócio maioritário que era, assim como às receitas do estacionamento. Por outro lado, a validade da concessão, por ainda mais oito anos, obrigará o privado a maximizar os resultados e tornar mais rentável a exploração, só assim tendo interesse em permanecer…
A Figueira não tem tido sorte com as concessões, aliás os Figueirenses sabem que pagam sempre mais caro o serviço… Clarinho como a água!"