domingo, 11 de agosto de 2024

Chega e uma "marreta" para destruir o sistema: como o partido de Ventura quer atacar as instituições


«André Ventura está a tentar destruir as instituições para fundar uma nova República nos escombros desta ou apenas a combater adversários políticos? O líder do Chega tem alargado o seu espaço vital e a Comissão de Inquérito é mais um passo.»
Ilustração Alex Gozblau
«Na noite do último 28 de maio, em plena campanha para as europeias, o deputado do Chega João Graça fez questão de assinalar como positiva a data do golpe militar que fez “cair a I República” e abriu caminho à ditadura. Durante um jantar em Olhão, o eleito inspirou-se na efeméride para fazer um paralelo com o presente: “O Chega fará cair esta República!” 
Não disse como, mas os militantes aplaudiram muito. No dia seguinte, questionado pelos jornalistas, André Ventura não censurou o dirigente e traduziu-o assim: “Penso que o deputado João Graça quis dizer que, tal como acabou a I República, nós queremos que esta República tenha também o seu fim, no sentido em que queremos outra.” 
Mas acrescentou uma ressalva: “Obviamente, queremos outra democraticamente e queremos outra para ter mais democracia, não menos democracia…” 
Ventura nunca escondeu que tem como objetivo o fim da República e a fundação de um novo regime. Em apenas cinco anos, conforme ganhou força parlamentar, foi acentuando os testes de stresse às instituições e aos protagonistas do “sistema”. Na campanha para as legislativas, durante um discurso em Aveiro, chegou a usar esta imagem: “Só há uma marreta capaz de destruir este sistema, e é o Chega.”»

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