terça-feira, 20 de agosto de 2024

Em Agosto, o figueirense é um cliente estranho

Via Diário de Notícias


«O sol que escalda a calçada irregular das ruelas de Alfama confirma que é agosto a quem mora no bairro por estes dias. Os ponteiros do relógio já perderam o meio-dia e os degraus das Escadinhas de Santo Estêvão, que são afortunadamente abraçados por meia sombra, servem de colo aos turistas que desembrulham sandes e abrem latas de refrigerantes numa pausa forçada pela fome, que aperta neste início de tarde. Pelas ruas há esplanadas despidas de clientes e empregados estrangeiros de avental e sentinela à porta dos restaurantes. No número 70B da Rua do Vigário há um inquilino que se despede, neste que é o seu último verão a viver numa das zonas mais típicas da capital. Depois de uma década, o restaurante Boi-Cavalo já tem data para encerrar. 
Em outubro, Hugo Brito rodará a chave para trancar a porta pela última vez e a culpa é da matemática. A multiplicação dos custos, aliada à soma das despesas, com a subtração de clientes ditou a decisão do chef. “Os últimos oito meses foram, comparativamente com todos os anos anteriores, os piores. Houve uma quebra brutal na procura. Junho e julho foram trágicos para toda a gente. Pensei que pudesse ser só em Lisboa, mas tenho falado com pessoas de outros sítios e ninguém tem boas histórias para contar na restauração”, explica.»
Nota de rodapé: ... claro que isto é em Lisboa. Na Figueira, tudo caminha sobre rodas. Ao ponto de alguns empresários da restauração, neste mês de Agosto,  a atentar nos preços praticados e na falta de atenção que dão aos indígenas, presumivelmente, devem pensar que o fluxo turístico chega e sobra para os alimentar o ano todo... 

1 comentário:

CeterisParibus disse...

Pensei que era apenas perspectiva minha. Só não concordo com a tua ideia de que os preços só subiram em Agosto. Estão assim há muito tempo, e como noutras ocasiões, já não vão descer, o que leva à pergunta que bem fizeste? Quem os sustenta?
De todo o modo, a restauração continua a ser a principal e quase única beneficiária do "turismo" cá no burgo.
Nós, os outros, ficamos com o estacionamento à parva em cima de tudo o que é passeio e espaços ajardinados, públicos e privados, e o estrago no resto do ano.
Se acham que é opinião de quem não gosta da Figueira ou nunca esteve na restauração, passem à frente.