«Na noite do dia 22 de março, na Quinta das Olaias, com moderação de Miguel de Carvalho, o editor Paulo Gaspar e Catarina Ginja apresentaram o livro VOZ PRÓPRIA, um achado arqueológico que transportou os presentes para um tempo no qual a poesia “não se podia dizer”.»
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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