terça-feira, 13 de julho de 2021

As explicações de um mandatário "acidental"...

Na qualidade de mandatário “acidental”, não tenho para apresentar na minha bagagem pessoal nenhum passado construído sobre grandes feitos académicos, profissionais ou políticos. Sou um figueirense normal. Por isso mesmo, sinto-me muito honrado e surpreendido pelo convite que me foi feito pela Silvina Queiroz,  em nome da CDU, para ser Mandatário da Candidatura autárquica da CDU à Figueira, em 2021. 

Vou repetir aqui o que disse à Silvina Queiroz, já vão decorridas largas semanas: confessar que este convite me pareceu um tanto exagerado, pois existem pessoas na Figueira com muitos e melhores atributos do que eu

Vindo da CDU, teria bastado uma simples solicitação para pertencer a uma lista de apoiantes. Certamente que ficaria bem acompanhado por figueirenses que se revêm nesta candidatura. Acompanhado por aqueles que, como eu, já não suportam o estado a que o concelho chegou. Acompanhado por aqueles que, como eu, não estão dispostos a cruzar os braços, enquanto os cargos públicos autárquicos na nossa cidade e no nosso concelho são ocupados por gente sem as qualificações políticas mínimas para poderem ser considerados servidores públicos. Acompanhado por todos aqueles que, a não ser lançada esta candidatura, muito dificilmente poderiam vir a ser mobilizados, sequer, para o voto, tal o desolador panorama político, económico e social do concelho. 

Perante tão triste e desolador cenário, era fundamental que aparecesse uma candidatura “Diferente e de Esquerda”

Uma candidatura e um candidato para quem a “esquerda” não é um disfarce, para quem o passado colectivo e pessoal é um justificado orgulho; para quem as lutas e reivindicações dos trabalhadores não são um estorvo; para quem as mulheres, os jovens, os desempregados, os velhos e as crianças, não são estatísticas, mas sim pessoas de carne e osso; para quem a saúde não é uma oportunidade de negócio; para quem a escola e a educação não são truques de ilusionismo. Finalmente, para quem a cultura e a arte são uma coisa nossa, um direito, uma "ferramenta carregada de futuro” e não “um luxo cultural" de que os que cínica e hipocritamente se querem fazer passar por neutrais, lavando as mãos, se servem da cultura e da arte quando as circunstâncias lho permitem. 

A Candidatura aqui está! Apoiada na vontade e determinação de um colectivo, que pretende dar rosto e voz a todos os que, mesmo não estando ligados a qualquer partido, como é o meu caso, ou que estando, não se identificam com o rumo seguido pelos partidos “do chamado arco do poder” e do autêntico rotativismo e alternância, sem alternativa, que têm liderado os destinos do concelho nos anos que se seguiram à implantação da democracia. 
Esta é a candidatura dos que não se identificam com aqueles que todos dias procuram cerrar mais uma das “Portas que Abril abriu”. Esta é candidatura daqueles que acham que está é a altura certa e soberana, não para jogos de poder e calculismo político, mas para darem um sinal claro daquilo que querem para a sua vida e para a Figueira. Esta é a candidatura verdadeiramente independente das políticas que têm vindo há décadas a arruinar o nosso concelho. Esta é uma candidatura verdadeiramente empenhada e capaz de contribuir para combater o rumo de declínio do concelho da Figueira da Foz. 

Há momentos, em que a exigência é a ruptura que nos conduza à mudança, sem ambiguidades, jogos de bastidores, nem cartas escondidas na manga. Na minha vida, que já leva 67 anos, orgulho-me daquilo que fiz. Diga-se, porém, em abono da verdade, não foram capazes de mudar a Figueira e muito menos o mundo. Mas, se há alguém capaz de melhorar alguma coisa na Figueira, é a CDU. 
A responsabilidade, em 26 de Setembro próximo, pertence aos eleitores.

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