terça-feira, 31 de março de 2020

COVID19... (2)

 "Durante o tempo em que escrevo estas linhas, aumentará o número de afetados diretamente pelo Covid-19, no mundo e em Portugal: de infetados, de mortos, mas também de recuperados. Esta é a primeira lição: a nossa vulnerabilidade (uns mais que outros, mas todos em possibilidade), e a imprevisibilidade face ao futuro, não só de médio-longo prazo, mas o amanhã real - quanto à manutenção da saúde, do emprego, das condições de vida, dos planos… da liberdade, como hoje a entendemos e vivemos?!... Depois a consciência, cada vez mais fundada, que pouco voltará a ser como dantes: os manuais de História vão mudar, pois às Questões transnacionais atuais (os problemas que os Estados-Nação não conseguem resolver sozinhos, como as alterações climáticas/poluição, o terrorismo ou as migrações…) juntaram-se agora as pandemias – como reagirão os Organismos Internacionais (ONU, FMI, OCDE, OMS, NATO, União Europeia, BIRD, OMT, OMC,…) para que, coordenadamente, uma próxima pandemia não seja tão devastadora? Mas, nestes dias de reclusão, sentimos um relativo conforto comunitário, através de uma comunicação mediada pelas redes virtuais, essas até agora mal-amadas responsáveis pelo isolamento, principalmente dos mais novos: afinal pode trabalhar-se mais em casa, pode haver reuniões de família sem nos deslocarmos, podemos ajudar os filhos a fazer os trabalhos de casa. E esta é a deixa para uma outra lição: a Instituição que mais rapidamente mostrou o longo caminho que tem percorrido, solitariamente, foi a Escola: os professores souberam adaptar-se às circunstâncias, e o 2.º período terminou com todas as crianças desempenhando tarefas e funções em casa, sabendo nos próximos dias o resultado da sua avaliação. Por limitação de espaço, uma última: pouco depois da Peste Negra, a Europa renascentista lançou-se pelo mar ao encontro do Outro e de novas formas de espiritualidade (Reforma Protestante) e de intelectualidade (Revolução Científica). Tenhamos, pois, esperança, e saibamos construir um mundo, necessariamente diferente, preferencialmente melhor!"
Via Diário as Beiras

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