"O conceito, tal como o formulamos é relativamente jovem, uma criação do século XXI. O objectivo, que deve nortear todas as políticas públicas, está longe de ser conseguido no todo nacional – com poucas e muito honrosas excepções – e no nosso concelho também distante da concretização. Uma autêntica coesão do território pressupõe o desaparecimento de assimetrias e por aqui vemos que a distância até à meta é um percurso longo. Os orçamentos municipais têm privilegiado a zona eminentemente urbana, “esquecendo” freguesias rurais. (Saúda-se o facto do Orçamento 2020 dar sinais de inversão da tendência, de modo ainda muito débil). A luta contra as assimetrias, contra as desigualdades sociais, o desenvolvimento das localidades, alcançando a almejada coesão, exigem uma visão e estratégia integradas, onde ganham relevo por igual a implementação de empregos com respeito pelos direitos dos trabalhadores, serviços públicos de proximidade, acessibilidades viáveis e condignas condições de mobilidade para todos os cidadãos, independentemente da sua situação social, das suas maiores ou menores disponibilidades financeiras, no combate à segregação e exclusão sociais. Transformar locais em guetos não ajuda. Apenas contribui para maior conflitualidade e desesperança. Ressalta neste ponto a absoluta urgência de reversão do processo que “abateu” freguesias, ao abrigo de interesses obscuros, acabando por deixar nas populações afectadas um sentimento de orfandade e abandono. Contribuirá também para sanar os problemas a sempre adiada Regionalização, um imperativo constitucional, temido por uns tantos por medo da perda de mordomias, interesses, clientelas. Serviços públicos em todas as freguesias contrariando a “lógica” dos encerramentos, uma rede de transportes rodoviários, acessíveis a todos, a defesa intransigente da ferrovia, surgem como elementos imprescindíveis. Apoios fortes às associações que desenvolvem cultura, não serão despiciendos."
Via Diário as Beiras
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