imagem sacada daqui |
“Passava
a vida a espreitar para contentores do lixo”, “mas nunca foi
sem-abrigo”.
“Ao
longo dos seus 54 anos, António Tavares já vestiu muitas peles:
professor do ensino secundário, advogado, jornalista, vereador da
oposição e, nos últimos anos, do poder.
Se
«passava a vida a espreitar para os contentores do lixo», era
porque, no início das suas funções executivas na Câmara Municipal
da Figueira da Foz, queria «mudar o mundo» e, sob o peso dessa responsabilidade auto-imposta, cedia à obsessão pelos
pormenores. O tempo, garante, curou-o. Os livros, e a escrita,
libertaram-no.”
Resumindo,
concluindo e moral desta «estória» - se esta «estória», que
tive oportunidade de ler no Diário de Coimbra de sábado passado, porventura, tivesse moral!..
Ontem,
António Tavares como homem inteligente que sempre foi, queria “mudar
o mundo”.
Hoje,
António Tavares, como homem sábio e político que passou a ser, “mudou-se a ele
mesmo”.
Já
tinha dado por isso, como escrevi em 8 de julho de 2013, aqui.
Aprendeu
a saber jogar, de igual para igual, com os que se movem num terreno partidário armadilhado e movediço, como é, e
sempre foi, desde que me conheço, o PS figueirense.
Em
2013, António Tavares é um político feito e assumido, pois
melhorou muito no saber lidar com as relações políticas dentro do
partido socialista e continua com a visão estratégica e o sangue
frio que sempre lhe reconheci.
Entretanto, porém, perdeu uma qualidade que sempre
lhe tinha reconhecido até hoje: deixou de ser um mestre no
saber gerir os silêncios.
Contudo,
como jogador nato e refinado, que efectivamente é, evoluiu
e tornou-se num político profissional..
Compreende-se,
por conseguinte, que em consonância, tenha feito novos amigos, tenha
mudado de emprego, comprado roupa nova, etc., etc. etc..
Para
mim, porém, foi
uma trabalheira entender o óbvio.
O
defeito é meu, eu sei.
Pior
do que escovar um cão, custa-me imenso aceitar a mudança...
Em
tempo.
Friederich
Nietzsche, escreveu isto:“A verdade e a mentira são construções que decorrem da vida no rebanho e da linguagem que lhe corresponde. O homem do rebanho chama de verdade aquilo que o conserva no rebanho e chama de mentira aquilo que o ameaça ou exclui do rebanho. [...] Portanto, em primeiro lugar, a verdade é a verdade do rebanho.”
1 comentário:
ótima citação, apropriadíssima ao
personagem
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