"Julgo que ninguém tem dúvidas de que estamos melhor,
mas pagou-se um preço muito elevado por estarmos melhor", declarou Pedro
Passos Coelho, ontem à noite, na intervenção de abertura do XXXV Congresso
do PSD, no Coliseu dos Recreios de Lisboa, em que fez um balanço dos últimos
dois anos.
Disse o que era aguardado. Esta semana, o PSD tem feito tudo para nos fazer crer que o crescimento da
Economia, deixou de ser incipiente para ser na verdade uma retoma verdadeira e
sustentada.
Para eles e para o CDS, um sucesso.
Para nós, cidadãos portugueses normais, não vai passar de
mais austeridade e fome, como veremos já
a seguir.
Mas eles sabem da poda e montaram o espectáculo com um
cenário de luxo.
Trouxeram a revista The Economist a Portugal para organizar
um Seminário, com estrelas
internacionais do mundo das Finanças, criteriosamente seleccionadas.
Nada ficou ao acaso
na preparação psicológica do espectáculo em cena este fim de semana no Coliseu
dos Recreios: o congresso do PSD de artista único, o cantor falhado e dado pouco à verdade, Dr. Pedro
Passos Coelho.
O ambiente foi
cuidadosamente montado – vão ser narradas muitas estórias, com acusações aos partidos da oposição
e aos sindicatos, que vão passar para o país pelas televisões, rádios e
jornais da maneira planeada pela máquina de propaganda do PSD.
Porém, uma coisa é a ficção e outra a realidade, pelo que
este pode ser o último Congresso laranja
a eleger o cantor falhado Pedro Passos Coelho.
Ele não governa mas
continua convencido que governa, mas a realidade é que não governa e os portugueses conhecem-nos
cada vez melhor.
A esperança e a alegria de viver que o Portugal de Abril nos trouxe, desapareceu com ele.
Mas nada é definitivo e Passos vai sair de cena mais rápido do que pensa.
Entretanto, porém, teremos teatro neste fim de semana.
Nas paredes, desapareceram os cartazes dos concertos. Deram
lugar a uma série de posters com frases de glória e éden: "Mercado de
trabalho recupera!", "Confiança dos consumidores renovou
máximos!", "Exportações continuam a subir!".
Tudo cheio de pontos de exclamação para sublinhar o regozijo
laudatório e fermentado com parágrafos de economês.
O pano subiu ontem à
noite no Coliseu e eles ainda vão ser
felizes por mais uns tempos!..
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