Neste País, a seguir ao 25 de Abril de 1974, tirando Diogo Freitas
do Amaral, então Presidente do CDS, a quem ouvi dizer, aí pelos idos de 1976, que era de direita, nunca mais ouvi nenhum político afirmar que é de direita.
Isso, marca a diferença entre a esquerda e a direita.
Conheço muita gente,
incluindo Mário Soares, que diz que tem
«orgulho em ser de esquerda»!..
Todavia, excluindo o
caso acima citado, nunca ouvi ninguém a dizer que tem «orgulho em ser de
direita».
O que significa que, apesar de tudo, aparentemente, em termos
ideológicos, a direita ou é hipócrita, medrosa ou envergonhada… Ou, mesmo, tudo isso!
Comparemos agora a actual doutrina neoliberal, que tem sido levada a cabo pelo governo de Passos Coelho, com o
pensamento arcaico do «fascista» Oliveira Salazar, em 13 de Abril de 1929.
Escrevia então o ditador. A reforma tributária (então publicada) guia-se, entre
outros, pelo princípio da quase uniformidade das taxas dos vários impostos,
«com as excepções que favorecem, em todos os países civilizados, os rendimentos
provenientes só do trabalho do contribuinte». (A reorganização financeira, Coimbra Editora, 1930, p. 102).
"Como pode então um democrata neoliberal dos dias de hoje situar-se mais à direita do que um
ditador «fascista» de há 80 anos?!...
Fica a pergunta de Diogo Freitas do Amaral, na Visão nº. 1022, de 4 a 10 de Outubro
de 2012, p. 46...
E pergunto eu: será que a ciência política tem explicação para isto?..
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