Segundo o Diário de Notícias, “o coronel Vasco Lourenço considera "incompreensível" que o 25 de Abril não seja este ano oficialmente assinalado na Assembleia da República”!..
Eu, com o devido respeito pelo Capitão de Abril, compreendo como é que um Estado de Direito democrático resultante do 25 de Abril tem vergonha de assinalar o dia "inicial e limpo" (como diria a Sophia de Mello Breyner), desse mesmo Estado democrático.
Basta-me olhar, para quem passados 37 anos, ocupa as posições cimeiras da democracia portuguesa.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
1 comentário:
O patriotismo já acabou.
Se não repare-se; valeu a pena o D.Afonso Henriques andar à espadeirada para formar o Condado Portucalense? Eramos independentes,crescemos e continuámos independentes: mas já não somos,enterraram a nossa moeda,e passámos a ser europeus. O 25 de Abril,também uma conquista,não tardará a ficar no esquecimento,e dada como inutil.Quem viver verá,e alguns com bastante mágoa.
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