“António Mendonça, ministro das Obras Públicas, defendeu esta segunda-feira que o TGV e o novo aeroporto vão ter "retorno e efeitos dinâmicos na economia" e anunciou que no final desta semana, a obra será contratualizada”.
Esta, é das tais denominadas "obras" do regime. Não é a primeira, nem será, seguramente, a última. Já tinha havido a Expo 98 - uma versão apalhaçada de "obra" de regime - e o Euro 2004, a mais descarada inutilidade apoteótica do betão.
A "obra", apesar da aguda crise, aparentemente, veio para ficar e para durar. Acabará, como é normal, se for avante, por custar aos contribuintes muito mais do que o estimado nos "estudos" financeiros.
Mas, isso nunca foi problema. Não passa de uma ninharia. Como disse um dia o dr. Mário Soares, o "pai" do regime e reputado especialista em contas públicas, "o dinheiro aparece sempre".
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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