António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
Cito o Aldeia Olímpica:
“O atleta João Dias, da Sociedade União Operária, acaba de bater o record nacional de Lançamento de Dardo na categoria de infantil, ao obter a marca de 39,30 metros. Foi nos campeonatos distritais de Atletismo que decorrem em Coimbra.”
A Figueira, como sabemos, não tem pista. O distrito só possui uma em condições, precisamente em Coimbra. Mesmo assim, pasme-se, a treinar nestas condições, é possível bater recordes na Figueira!..
5 comentários:
Uma pista?
Para quantos atletas?
Para os que praticam, mais os que praticariam se existissem condições,
mais os que hão-de praticar no futuro, mesmo sem condições, etc, etc., etc..
Deixo isso à imaginação de Vossa Excelência, senhorito pseudo anónimo...
Um bom dia para si.
Um estádio, para quantos atletas?
Para quantos atletas? Isso é um problema que se tinha de ver depois. Para já são importantes os resultados obtidos. O senhor anónimo reconhece a pouca margem de recrutamento do atletismo, mas é um problema que se resolveria com condições para a sua prática. Apesar de eu considerar mais importante a qualidade do que a quantidade.Quantidade têm o basquetebol e o futebol e é o que se vê.
Caro Alex,
Como sabe, primeiro deixa-se morrer 5 pessoas afogadas porque é caro ter os bombeiros de prevenção antes da época de praia, mas depois gasta-se uma fortuna em tentativas de resgate de cadáveres.
Concordo consigo. Instalem-se muitos campos de futebol com pistas de atletismo a toda a volta e fique-se sentado esperando um boom de futuros Carlos Lopes, Antónios Leitão, Rosas Mota e demais malta que tanta alegria nos deu.
Maas primeiro tire-lhes net, os telemóveis e os video-jogos.
Aos nossos briosos futebolistas, tirem-lhes os brincos, as maiores tatuagens por metro quadrado, e vão-lhes à carteira com um anti-prémio de cada vez que façam a figura que fizeram hoje. E que lhes metam aquela musica e as vuvuzelas pelo cag... acima.
Aí talvez houvesse resultados.
Caro Agostinho,
está novamente numa de censura? Falta um comentário meu.
Os diálogos enriquecem toda a gente, caso não sejam amputados..
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