terça-feira, 2 de setembro de 2008

Esta casa!...


A nostalgia não é boa se não for acompanhada de lucidez.
Sem lucidez a nostalgia é perigosa. A lucidez é que permite que a memória esteja no sítio que deve ocupar.
Esta, é uma casa com memória.

A foto de cima, desta montagem, é de 1992 e pertence a Carlos Freitas.
Ainda se lembram do enquadramento da foto de baixo?
Nessa altura, ainda não tinha sido construída a chamada variante da Gala.
Era ali, o “ex-libris” da nossa Terra ...

5 comentários:

Anónimo disse...

Entre muitas imagens que guardo na memória as mais antigas parecem ser sempre as melhores... o quanto eu não dava para ver tudo isto outra vez..

Anónimo disse...

Pois era. Depois quiseram fazer dela um puteiro. Um lupanar.
Mais uma vergonha.

Anónimo disse...

Desconhecia as possibilidades de ocupação que aqui surgem para aquela que foi uma (entre outras, nas quais incluo os palheiros) bela casa da Gala. Um lupanar... nada contra o sexo, mas tudo contra essa utilização que assim ajudou à degradação e destruição da traça original do edifício. É pena.

João Fidalgo Pimentel disse...

É fantástico poder rever,uma imagem como esta.
Pessoalmente sinto uma enorme ternura ao ver esta fotografia,por vários motivos que não interessa agora explicar.
Era um dos lugares mais lindos da nossa bela terra...
Mais palavras para quê?
Resta-me felicitar o propriétário de tal relíquia,assim como a genial ideia de a publicar.

Anónimo disse...

A Gala, para mim, sempre foi uma passagem, um início ou um fim de qualquer coisa. Começou por ser uma aventura depois de cruzar o rio. A partida para outras paragens do sul ou um abraço de conforto em cada regresso. Essas pontes vincaram-me sentimentos díspares de ausência sofrida, ou de firme apelo doméstico. As salinas ao sol - "vidraças sobre a água"- na palavra de Almada Negreiros, os cheiros de peixe, pinheiros e camarinhas. A exposição permanente da morte alinhada na seca do bacalhau. O semáforo da impaciência, o corre-corre dos operários dos estaleiros, casas de madeira, vento abraçado à areia, uma namorada distante, uma tasca... A Gala não era um lugar bonito, diga-se, mas tinha a marca da pobreza digna, seja lá isso o que for. Era terra de gente corajosa, com as voltas do mar desenhada em cada ruga do rosto. Para mim tinha esse contraste pedagógico do meu mundo mais sereno. É esta uma das razões que me faz vir aqui, de quando em vez, espreitar as notícias do lugar e da gente. Nós não mudamos tanto.Foi o tempo é que passou por nós!