«Os defensores do Não lembraram-se de vir dizer que, caso o Não vença, irão propor a despenalização do aborto na Assembleia da República. Esta posição é de um oportunismo doentio e de uma tremenda falta de respeito pelo eleitorado.
Mais pormenores aqui.
6 comentários:
As razões do meu SIM
A campanha pelo referendo à despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) parte de um pressuposto errado muito por culpa dos fundamentalistas do NÃO. É querem fazer acreditar (e todos os do NÃO são fundamentalistas) que o que está em causa é quem é contra ou a favor do Aborto.
Bem, começo por dizer que acredito que as próprias mulheres que se vêm na contingência de o fazer também não serão a favor. São levadas por fortes razões, sejam elas económicas, sociais ou de outro cariz. Que é uma decisão muito difícil, muito pessoal, muito íntima, não há dúvidas nenhumas.
O que está em causa é a despenalização, e aí vai uma das razões que me levam a votar SIM: quem sou eu para considerar criminosa uma mulher que decida interromper a gravidez? Não me atribuo autoridade moral para o fazer.
Por outro lado, o aborto é um flagelo social tão grande, como o desemprego, a fome, a miséria, a pobreza, tudo isso características da sociedade capitalista baseada na exploração agora desenfreada, com a imposição do neo-liberalismo, do homem pelo homem. Pois se o aborto deverá ser proibido, proíba-se o desemprego, a fome, a pobreza. Mas isso não agrada aos defensores do NÃO.
Estes mais não querem do que tapar o sol com a peneira, pois com a penalização do Aborto sabem que não conseguem acabar com o flagelo, o que redunda em hipocrisia no estado puro. Com a despenalização consegue-se que se efectue em condições cirúrgicas dignas, poupando vidas de muitas mulheres, como também a redução do problema, mesmo que seja numa percentagem reduzida. Para não falar nos gastos de tratamento de mulheres que fazem a IVG em condições que qualquer um consegue imaginar.
Sabe-se que nos países desenvolvidos a IVG está despenalizada – Holanda, 24 semanas, que eu acho um exagero, Finlândia 20 semanas, outro exagero, e por aí fora. Agora dados de 1998: na Holanda perto de 20% das mulheres fizeram pelo menos um aborto. No Chile, onde é terminantemente proibido calculava-se próximo dos 40% a percentagem de mulheres que tinham feito pelo menos uma interrupção. Isto atesta que o problema, apesar de não só explicado por isso, é maioritariamente económico.
Se o aborto é um mal, não tenhamos dúvidas que o aborto clandestino é uma catástrofe.
Alexandre Campos
Esta semana vai aquecer com o radicalismo do Não a entrar na onda do terrorismo verbal abençoado pelo Clero católico. Esse mesmo que se preocupa tanto com a dignidade da mulher mas interdita a ordenação de mulheres sacerdotes. Esse tão democrático e que tem uma hierarquia não eleita, mas sim nomeada e excomunga vozes divergentes. Esse que preserva tanto a vida mas perseguiu judeus, manteve séculos de terror com a Inquisição, foi cúmplice da escravatura, que fechou os olhos ao nazismo, que andou de braço dado com o salazarismo, que conspirou contra o liberalismo...
Que falta de vergonha na cara! Que manipulação das consciências ignorantes!
"Sendo a esmagadora maioria dos portugueses educada segundo os valores éticos e morais da igreja católica (a vida & etc...), porque será que os católicos temem que a legalização do aborto leve à generalização da sua prática em Portugal? Não confiam no bom senso das portuguesas ou, simplesmente, reconhecem que a catequese não serve para nada?
A Holanda, que não é maioritariamente católica e onde o aborto é legal até às 24 semanas, regista, por exemplo, uma das menores taxas de aborto da União Europeia. Pelos vistos não precisam de curas e beatos que lhes estejam sempre a lembrar quanto vale uma vida."
-extraído do blog de Marmelo e Silva
ABORTEM A IDEIA
Queria aqui dizer e subescrever tudo que o Castelo de Areia retrata no seu post, mas também pedir a todos os bloguistas que visitam este blog que o mais importante é mesmo ir votar, são por ventura as eleições mais que justas que temos de fazer, Votar SIM.
Uma história real:
Tenho u8ma tia, que abortou 4 vezes!!
Mas vai votar não porque agora acha que o que o padre disse na missa é que é importante.
É desta injustiça que eu tenho medo, por isso e muito mais vou votar SIM
A ignorância e o obscurantismo partidário cegam mais que a areia nos olhos.
Ainda há quem vá votar e não saiba porquê ou em quê.
Ainda há quem pense que isto são eleições.
Enviar um comentário