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domingo, 14 de março de 2021

CRISTINA TORRES (1891 – 1975), uma grande Mulher figueirense

Na Figueira, há Mulheres assim: fortes, talentosas, corajosas resistentes e próximas dos outros e da vida.
Porque o dia da Mulher passou recentemente, apetece-me neste domingo recordar uma Mulher figueirense antifascista e da resistência.
Conheci Cristina Torres na primeira manifestação em liberdade, a 26 de Abril de 74, a que diz diz respeito a fotografia. Depois, ouvi o Zé Martins falar muto dela.

«Arriscou ser ostracizada por um país em que as mulheres não podiam viajar sem a autorização dos maridos e em que os divórcios não eram permitidos. 
Foi uma mulher que marcou e influenciou muita gente. 
Em 24 de Novembro de 1986 foi inaugurada, na Figueira da Foz uma escola secundária, que veio chamar-se «Escola Secundária e de 3º CEB de Cristina Torres»
Para a maioria dos actuais residentes na Figueira da Foz, Cristina Torres é nome de Escola; para a maioria da população portuguesa será uma “ilustre” desconhecida. 
Nascida na Figueira da Foz a 21 de Março de 1891, Cristina Torres dos Santos desde cedo teve contacto com os ideais republicanos que então germinavam em Portugal. A sua infância foi vivida com os avós, e na mesma cidade, onde frequentou a Escola Primária. Aos treze anos viu-se obrigada a abandonar os estudos e a iniciar uma actividade, a de costureira, enquanto frequentava os cursos nocturnos da Escola Industrial. 
Desde jovem manifestou gosto pela leitura e foi colaboradora dos jornais “A República”, “Voz da Justiça”, “Redenção” e “A Evolução”, servindo-se por vezes do pseudónimo de Maria República. 
Aos vinte e um anos foi para Coimbra, pois pretendia continuar a estudar. 
Por diversas vezes o Ministério da Instrução procedeu a alterações da legislação, o que afectou Cristina Torres que ia vendo adiada a sua entrada na Universidade. Mesmo assim completou o curso dos Liceus, a Escola Normal Primária e o Curso de Histórico-Geográficas. 
Cristina Torres, paralelamente ao seu papel de estudante, de costureira em casa de colegas, de trabalhadora na Imprensa da Universidade, dava ainda aulas de instrução primária a operários, em horário pós-laboral e arranjava tempo para manter intensa actividade política, colaborando nos jornais “Resistência”, “Briosa“ e “Revolta”
Entretanto, em 1914, casou com Albano Duque, outro democrata figueirense, tendo ambos vivido épocas de privações. Entre 1915 e 1922 foi professora das Escolas Móveis - instituídas na 1ª República como meio de combate ao analfabetismo - em Coimbra e Moinho da Mata, mas mantendo a necessidade de continuar a costurar, pois devido à discriminação dos sexos existente, não conseguia colocação como professora do Ensino Secundário. Em 1922 veio dar aulas para a Figueira da Foz e, dois anos mais tarde, foi nomeada professora efectiva da Escola Industrial de Bernardino Machado, leccionando Português, Francês, Inglês e Geografia. No entanto em 1932, devido à sua intensa actividade politica foi mandada prestar serviço na Escola Industrial e Comercial de Bartolomeu dos Mártires, em Braga. Em 1949 a perseguição politica que lhe era movida atingiu o auge com a instauração de um processo de suspensão que a colocou numa situação de inactividade. Regressada à Figueira da Foz, as lições particulares passaram a constituir o seu modo de vida. 
Em 9 de Fevereiro de 1974, apesar de ainda se viver sujeito à censura e à repressão, realizou-se na Figueira da Foz uma Homenagem Nacional a Cristina Torres e a José Rafael Sampaio, outro democrata. 
A homenageada esteve presente. 
Pouco faltava para ver chegar e viver o dia 25 de Abril de 1974 e usar da liberdade de expressão sem entraves. Foi com determinação que compareceu na primeira manifestação em liberdade, a 26 de Abril de 74. 
Recordo palavras de António Augusto Menano, em Fevereiro de 2018.»
"Acabou num quarto do Hospital da Misericórdia, para onde a minha mulher e eu a transportámos, depois de a encontrarmos, caída no chão, ensanguentada, em sua casa. 
Passou os últimos tempos quase esquecida. 
Apenas o já falecido Mário Moniz Santos a visitava. 
Morreu, e o seu estatuto de democrata, que serviu a alguns como estandarte, tornou-se mais visível. 
Mas não esqueço os muitos dias em que ia até ao pé dela (era o gerente da hospital e, por razões profissionais, estava lá diariamente) e a encontrei triste e só." 
Cristina Torres faleceu em 1 de Abril de 1975.

domingo, 24 de abril de 2022

Recordando figueirenses (alguns deles completamente esquecidos), que lutaram pela Liberdade na Figueira

Forte de Peniche, testemunho de opressão e luta pela Liberdade.
"É preciso gostar muito de Liberdade, para fugir daquela maneira"

Este ano, para comemorar o 48º. aniversário do 25 de Abril de 1974, tomei a Liberdade de recordar algumas pessoas na minha página do facebook que lutaram, quando isso era perigoso e difícil, pela Liberdade. 
Se o facebook serve para tanta coisa porque não servir também para isso?
Lembrei Leitão Fernandes, João Cenáculo Vilela,  Ruy Alves, Guije Baltar, José da Silva Ribeiro, Cristina Torres, José Martins, Joaquim Namorado, Agostinho Saboga, Luís Fernando Argel de Melo e Silva Biscaia, Mário Neto e Luís da Cruz Falcão Martins.

O critério, foi a minha memória. E, sobretudo, as minhas vivências. Se cada um der o seu contributo, podemos todos ter melhores, maiores e mais justas memórias. 
Eu tentei fazer a minha parte. Mas, não posso fazer tudo: não sei tudo e nem tenho tempo para tudo. 
Tal como muita gente, limitei-me a "agradecer, corporizando na figura destas pessoas, a todos que sofreram horrores para hoje sermos livres em Portugal."
À minha maneira, ficou o reconhecimento sentido e grato que consegui fazer.

Como aprendi com muitos dos que acima mencionei, no tempo da ditadura de Salazar e Caetano, a Figueira foi um forte e valioso baluarte em defesa da Liberdade e da Democracia.
Entre 1933 e 1974, a polícia política teve muito que fazer no nosso concelho. Realizou devassas domiciliárias abusivas, proibiu reuniões e convívios dos democratas opositores ao regime. E, entre outros mimos, efectuou prisões.

A Figueira, terra de tradições na luta pela Liberdade, antes do 25 de Abril de 1974, tinha um grupo de democratas, dinâmicos e corajosos, que não abrandaram nunca na sua luta.
Para além dos que recordei ontem no meu facebook, lembro mais alguns que conheço só de nome: Maurício Pinto, comerciante; Júlio Gonçalves, advogado; Adelino Mesquita, advogado; Albano Duque, contabilista, casado com a Professora Cristina Torres; José Rafael Sampaio, professor, talvez de todos o que mais prisões sofreu; João Bugalho, médico; Lopes Feteira, médico; João de Almeida, advogado; Mário Rente, tipógrafo; Valdemar Ramalho, gestor comercial; Irmãos Rama, comerciantes; Vieira Gomes, médico;  Gilberto Vasco, médico; Santos Silva, médico; José de Freitas, comerciante; Vieira Alberto, engenheiro; Cerqueira da Rocha, advogado; Marcos Viana, professor; Manuel Lontro Mariano. E, certamente,  muitos mais por todo o concelho, sem esquecer os felizmente ainda vivos Dr. Joaquim Barros e Sousa, Joaquim Monteiro, Cação Biscaia, José Iglésias e Augusto Menano.

Estes são alguns que, na Figueira,  tiveram acção de destaque no combate à ditadura, o que sempre fizeram com tenacidade e sem medo. Uns, em tempos já longínquos, que eu já não conheci. Outros, mais próximos do fim da ditadura, que eu ainda conheci.
E houve outros que, dada a sua profissão, tiveram de levar a cabo a sua luta pela Liberdade de forma anónima. Em todos, porém, existia uma "unidade de propósitos, única forma de o combate poder ter êxito".

Antes do 25 de Abril de 1974, realizaram-se muitas reuniões (sempre em locais diferentes para despistar a polícia), elaboraram-se muitos manifestos e muitos documentos de propaganda contra a ditadura, distribuídos a altas horas da noite de casa em casa.
Alguns desses democratas ainda estavam vivos em 1974 e viram a chegada da Liberdade com a Revolução dos Cravos, que libertou o povo português de uma ditadura, "que quase ia aniquilando a alma nacional."
Recordar essas pessoas, é recordar exemplos de coragem, de coerência e fidelidade aos valores e princípios democráticos.
Muitas vezes, as reuniões realizavam-se com a Pide à porta do restaurante. Num dos anos, no restaurante “Tubarão”, um agente quis deter a Drª. Cristina Torres, que presidia ao jantar. Porém,  não o conseguiu, tal foi o “barulho” que todos os presentes fizeram e os argumentos apresentados, o que levaram o agente a pedir que, ao menos, se acabasse com a reunião.

Nesses encontros, por vezes, vinham até à nossa cidade democratas de fora da Figueira, como Orlando de Carvalho (o melhor orador que eu vi discursar), vindo de Coimbra, Vasco da Gama Fernandes, de Leiria, Fernando Vale, de Arganil, "que proferiam arrebatadores e entusiastas discursos, animando os democratas figueirenses a prosseguir na luta contra o fascismo."
Eram tempos de muita coragem, em que se defendiam essencialmente ideais, por vezes diferentes. Porém, todos estavam unidos na acção contra a ditadura.
Foram tempos de grande preocupação e também valia política, em que os interesses pessoais eram sempre superados pelo desejo intenso de contribuir para a Liberdade e para a Democracia, no sentido de tornar possível um Portugal livre e progressista.

Como dizia o Dr. Luis Melo Biscaia, "defendiam-se ideais e havia unidade no combate a um regime assente na violência, na intolerância, na denúncia e perseguição dos que não apoiavam o chamado Estado Novo, na ignorância do povo, na atribuição de privilégios injustos,  um regime que apostava em amarfanhar a alma nacional. E quando já poucos acreditavam que um regime com cerca de meio século de vigência pudesse ser vencido, veio afinal a verificar-se que estava efectivamente podre, caduco, propício à Revolução do 25 de Abril de 1974."
Na véspera de um dia em que se celebra o 48º, aniversário da Revolução do 25 de Abril de 1974 ficou a minha evocação de alguns democratas figueirenses que, com coragem e persistência, lutaram contra a ditadura que nos governou durante cerca de meio século. 
Recordar a  memória destes que mencionei, que lutaram pela Liberdade, foi a minha forma de lhes agradecer - a eles e a todos os que combateram - terem-me permitido viver 48 anos da minha vida em Liberdade.
Viva a Liberdade. Viva o 25 de Abril. Sempre. 

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

A felicidade de saber o que é a Liberdade

As crianças não ligam à felicidade. Gostam é de guloseimas, brinquedos e atenção. 
É o que muitas, pela vida fora, se limitam a continuar a apreciar.
A  maior parte das pessoas que conheço, não notariam a falta de Liberdade, nem lutariam se a Liberdade não existisse. 
Só se preocupa com a livre expressão de ideias quem tem ideias para exprimir. 
Quem gosta de Liberdade, é uma minoria que gosta de exprimir ideias e de ter acesso às ideias dos outros.
Na Terra de Manuel Fernandes Tomás, para alguns, a ideia de Liberdade sempre foi fundamental. No tempo da ditadura de Salazar e Caetano, a Figueira foi um baluarte em defesa da Liberdade. Entre 1933 e 1974, a polícia política teve muito que fazer no nosso concelho. Realizou devassas domiciliárias abusivas, proibiu reuniões e convívios dos democratas opositores ao regime. E, entre outros mimos, efectuou prisões.

Em 2007, no meu blogue OUTRA MARGEM, com a colaboração de alguns amigos, publiquei textos onde recordei alguns dos que lutaram pela Liberdade,  quando isso era perigoso e difícil. Lembrei Leitão Fernandes, João Cenáculo Vilela, Ruy Alves, Guije Baltar, José da Silva Ribeiro, Cristina Torres, José Martins, Joaquim Namorado, Agostinho Saboga, Luís Fernando Argel de Melo e Silva Biscaia, Mário Neto e Luís da Cruz Falcão Martins.
O critério foi simples: a minha memória e algumas das minhas vivências e dos amigos que, na altura, colaboraram comigo. 
A minha intenção foi clara e simples: "agradecer, corporizando na figura destas pessoas, a todos que sofreram horrores para hoje sermos livres em Portugal."
Para além dos que recordei em 2007, Maurício Pinto (comerciante), Júlio Gonçalves (advogado), Adelino Mesquita (advogado), Albano Duque (contabilista, casado com a Professora Cristina Torres, José Rafael Sampaio (professor, talvez de todos o que mais prisões sofreu) João Bugalho (médico), Lopes Feteira (médico),  João de Almeida  (advogado),  Mário Rente (tipógrafo), Valdemar Ramalho (gestor comercial), irmãos Rama (comerciantes), Vieira Gomes (médico), Gilberto Vasco (médico), Santos Silva (médico),  José de Freitas  (comerciante), Vieira Alberto (engenheiro), Cerqueira da Rocha (advogado), Marcos Viana (professor), Manuel Lontro Mariano e muitos mais que, por todo o concelho, lutaram pela Liberdade, sem esquecer os felizmente ainda vivos Dr. Joaquim Barros e Sousa, Joaquim Monteiro, Cação Biscaia, José Iglésias e Augusto Menano, merecem também ser destacados.
Em todos existia uma "unidade de propósitos, única forma de o combate poder ter êxito".

Recorda-los, é dar exemplos de coragem, de coerência e fidelidade aos valores e princípios democráticos. Muitas vezes, as reuniões realizavam-se com a Pide à porta do restaurante. Num dos anos, no restaurante “Tubarão”, um agente quis deter a Drª. Cristina Torres, que presidia ao jantar. Porém,  não o conseguiu, tal foi o “barulho” que todos os presentes fizeram e os argumentos apresentados, o que levou o agente a pedir que, ao menos, se acabasse com a reunião.

Nesses encontros, por vezes, vinham até à nossa cidade democratas de fora da Figueira: de Coimbra, Orlando de Carvalho, de Leiria Vasco da Gama Fernandes, e de Arganil Fernando Vale, "que proferiam arrebatadores e entusiastas discursos, animando os democratas figueirenses a prosseguir na luta contra o fascismo.".

Foram tempos de grande agitação e valia política, em que os interesses pessoais eram sempre superados pelo desejo intenso de contribuir para tornar possível um Portugal livre e progressista.

Como disse o Dr. Luís Melo Biscaia, "defendiam-se ideais e havia unidade no combate a um regime assente na violência, na intolerância, na denúncia e perseguição dos que não apoiavam o chamado Estado Novo, na ignorância do povo, na atribuição de privilégios injustos, um regime que apostava em amarfanhar a alma nacional."

(Este texto foi publicado na Revista Óbvia, edição de Dezembro de 2022)

quarta-feira, 28 de março de 2018

Autarquia figueirense vai concentrar serviços técnicos na Várzea de Tavarede

A obra, sujeita ainda a visto do Tribunal de Contas,  custa 2,5 milhões e é «desejada há muito», conforme recordou o Presidente da Autarquia, João Ataíde. «Vai concentrar muitos dos serviços municipais que, agora, com perda de eficácia e consequente desperdício de recursos, se encontram dispersos pelo Concelho».
Coube à arquitecta Liliana Nogueira apresentar o projecto que, ao longo do próximo ano, fará surgir, na zona da Várzea, no espaço compreendido entre a Escola Secundária com 3.º CEB Cristina Torres e o Quartel dos Bombeiros Municipais, um conjunto de quatro edifícios (um dos quais o pavilhão multiusos actualmente instalado no Parque de Estacionamento da Avenida de Espanha), destinados a acolher as oficinas de reparações e manutenção de equipamentos e máquinas (actualmente na Zona Industrial da Figueira da Foz), serviços de aprovisionamento e serviços de ambiente, depósitos de material de construção civil, logística e equipamentos diversos.
«O novo complexo estará dotado de comodidades como cantina, instalações sanitárias e posto médico, que serão partilhadas por, pelo menos, os mais de cem trabalhadores municipais afectos a estes serviços. É uma obra de 2,5M€ que é bom serviço público, porque é boa gestão de recursos e combate o desperdício gerado pela dispersão de serviços», defendeu o Presidente da Autarquia.
«É um valor integralmente suportado pela Autarquia, que se justifica pelo aumento de eficiência e eficácia dos serviços, pela diminuição de custos diários sucessivos que a dispersão, actualmente, acarreta, e porque contempla também a criação de um Centro de Recolha Animal preparado para a nova legislação de acolhimento e esterilização de animais abandonados, e de um Horto Municipal capaz de dar respostas às necessidades da Figueira da Foz, que incluirá uma horta pedagógica», concluiu, na cerimónia, João Ataíde.


Via Notícias de Coimbra

domingo, 3 de agosto de 2014

Recordando o meu avô Domingos Marçalo a propósito da passagem dos 100 anos do começo da Primeira Grande Guerra Mundial

Chamava-se Domingos Marçalo  e 
participou neste grande  conflito  
mundial como cozinheiro e combatente

Fez no passado dia 28 de julho 100 anos que começou a Primeira Guerra Mundial.
Teve inicio a 28 de julho de 1914 e terminou quatro anos depois, a 11 de Novembro de 1918. 
O conflito foi desencadeado pelo assassinato do arquiduque Francisco Fernando da Áustria, o herdeiro do trono da Áustria, por um nacionalista jugoslavo. 
A Casa da Áustria fez um ultimato à Servia.
As alianças militares foram chamadas ao conflito. 
Semanas depois as grandes potências mundiais estavam em guerra. 
A propósito deste conflito mundial, recordo uma postagem de 5 de Abril de 2008: “Um trabalho da minha sobrinha Beatriz*, sobre a ida do bisavô à I Guerra Mundial”. 
Na altura, a Beatriz que, neste momento, está a terminar a Licenciatura em Biologia Marinha na Universidade do Algarve, em Faro, tinha 13 anos, e era aluna do 9º ano na Escola Cristina Torres.

Em tempo.
"De bem longe não esquecemos a nossa amiga querida Naval! 
França, 17-3-918"
Esta foto, sacada daqui, faz parte de um livro que foi escrito pela falecida Drª. Natércia Crisanto onde é enaltecido o sentimento de alguns figueirenses com alma navalista que combateram na I Grande Guerra e que sempre se fizeram acompanhar pela Bandeira da Associação Naval 1º de Maio.
Lá está o meu avô Domingos Marçalo, com o seu bigode, mesmo por baixo da palavra "França".

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

O meu balanço de dois anos de mandato autárquico deste executivo da Câmara da Figueira da Foz

Cito o jornal AS BEIRAS
de hoje.
"Em 2009, João Ataíde, que até àquele ano era juiz desembargador, conquistou a Câmara da Figueira da Foz para o PS, depois de 12 anos de gestão do PSD. Obteve, no entanto, maioria relativa, tendo na oposição os social-democratas e a Figueira 100%. Recandidatou-se em 2013, sem o movimento independente na corrida, e conquistou a maioria absoluta. A primeira medida que tomou foi fechar ao público e aos jornalistas a primeira das duas reuniões de câmara mensais ordinárias, pondo fim a uma tradição que se mantinha desde o 25 de Abril.
Foi uma decisão política controversa que mereceu forte contestação, por parte da oposição e da opinião pública. Quando já praticamente ninguém falava no assunto, volta a gerar celeuma, ao debater o plano estratégico do concelho à porta fechada. Desta vez, até autarcas e dirigentes do PS se juntaram às críticas. O autarca independente admitiu rever a decisão.
Porém, volvidos dois anos, tudo continua na mesma."

Esta tomada de posição política tomada por Ataíde no início de um mandato com maioria absoluta, marcou os 2 anos que se seguiram e há-de marcar os 2 anos que faltam por cumprir.
Ninguém que se julga com poder - como é o caso do ex- juiz desembargador e actual presidente da câmara da Figueira da Foz - gosta da democracia, porque sabe que só a democracia me dá a mim, vulgar cidadão, sem poder político ou económico, o direito e a possibilidade de derrubar alguém que se julga com poder...

O resto era o mínimo que tinha de ser feito. 
Volto a citar AS BEIRAS. "Os 40 milhões da dívida da câmara e das empresas municipais que encontrou em 2009, está a ser paga ao abrigo de um plano de saneamento financeiro, com maturidade de 12 anos (termina em 2021), que absorve cerca de seis milhões de euros por ano. 
Das obras realizadas nos dois últimos anos, João Ataíde destaca a construção do novo quartel dos Bombeiros Municipais e da Extensão de Saúde de Lavos; recuperação do Forte de Santa Catarina; instalação do Balcão de Atendimento Único da câmara; requalificação do largo da Feira Velha de Maiorca; beneficiação da rede viária, que continua (mas pouco, digo eu...);  as obras que acabaram com as inundações na rua da República. A segunda fase da reparação das muralhas de Buarcos também foi concluída neste lapso de tempo autárquico, bem como o centro de convívio e cultural do Portinho da Gala (vai servir para quê? - pergunto eu.  Mais de um ano depois do seu acabamento e meses depois depois da sua inauguração continua fechado...).
Estão aprovadas intervenções nas escolas Cristina Torres (secundária) e da Gala (1.º ciclo), relva sintética no campo de futebol da Leirosa e requalificação do areal urbano. 
Aplicou, por propostas da oposição (PSD), o primeiro Orçamento Participativo, processo em fase de votação." 

João Ataíde não gosta daquilo que considera ser um "misto de Conselho de Ministros e Parlamento, onde o órgão executivo se reúne para deliberar com a participação da oposição, que aproveita este figurino de governação para mediatizar as suas posições e propostas, e a presença de público e jornalistas." 
Por isso, depois da maioria absoluta, concluiu: “a oposição tem muito mais informação nas sessões fechadas ao público do que nas abertas. Nas abertas, temos a percepção que estamos escancarados a toda a comunicação. A democracia não é um ato de democracia directa”. 
Entretanto, continuamos com “o mesmo ar bafiento”...
Um dia, porém, os figueirenses, tal como os portugueses, vão acordar. Quando tal acontecer, não vão aceitar mais a multiplicação de discursos e proclamações de belos e grandes princípios democráticos que redundam, sempre, num profundo imobilismo político.
Os figueirenses e os portugueses, um dia, vão perceber que basta fazer o óbvio – pensar antes de votar.
Todo o mundo é composto de mudança.

Em tempo.
O caso do estacionamento pago no Hospital da Figueira da Foz, é talvez a maior obra de que o presidente Atáide se deve orgulhar, pois alcançou algo único e inédito, creio que em todo o mundo: conseguiu meter um Hospital dentro de um parque de estacionamento.
Ataíde e esta maioria absoluta do PS,  têm um lindo problema para resolver com esta história do estacionamento pago no Hospital Distrital da Figueira da Foz.
Como é que uma Câmara, que não tem dinheiro para fazer cantar um cego, avançou com 80 mil euros para resolver um problema que não é seu, que na melhor das hipóteses prevê recuperar em cinco anos, metendo-se num enorme imbróglio, isso, confesso, faz-me  uma enorme confusão!..

quinta-feira, 25 de junho de 2020

Continuamos "a encanar a perna à rã"...(2)

Ontem, em directo, tive oportunidade de ver o discurso de Carlos Monteiro no Cae, na Sessão Solene Comemorativa do Dia da Cidade em 2020 e entrega de distinções honoríficas. Como estava pressionado pelo tempo, fiz uma postagem rápida onde me limitei a fazer o resumo do que tinha ouvido numa frase: continuamos a "encanar a perna à rã".
Vamos, agora, depois de ouvir de novo e de alguma leitura nos jornais, a algumas citações. 
(Para ouvir o discurso na integra, clicar aqui.)
“É necessário valorizar os espaços públicos das freguesias mais rurais, assim como viabilizar a construção de mais passeios em todo o concelho”. 
“Seria muito importante que os Planos Estratégicos de Desenvolvimento Urbano se estendessem a todas as freguesias”.
Estão “previstas novas intervenções em todas as freguesias do concelho”. O “concelho tem mil quilómetros de vias asfaltadas, que vão continuar a ser requalificadas, assim como irão ser feitas algumas intervenções de requalifi cação em áreas de reabilitação urbana”, frisou Carlos Monteiro.
O parque urbano e as ciclovias que ligarão a Figueira da Foz a Coimbra e à Mealhada e a via ciclável e pedonal europeia (Eurovelo), assim como a requalificação dos passadiços das praias da Murtinheira, Quiaios e Costa de Lavos, também integram os investimentos programados pela autarquia, lembrou o edil. Isto enquanto decorrem obras no Cabedelo e se prepara o início da segunda fase da frente marítima de Buarcos.
Plano de investimentos: ligação da rua da Vidreira, na Fontela, à A14, a estrada do Cabo Mondego e a rotunda do Galo de Ouro, em Tavarede. No campo de desporto,  está “sempre no horizonte” do executivo camarário que lidera “a necessidade da construção de uma piscina coberta na zona urbana, assim como um pavilhão multiusos com ambivalência na vertente económica”.
O presidente da autarquia figueirense realçou, ainda, o futuro centro de formação profissional e a expansão da área da zona industrial e o seu contributo para o desenvolvimento económico e a qualificação da mão de obra. Referiu as obras na Escola Cristina Torres e a requalificação que deverá ser feita na Escola das Abadias. A  Bernardino Machado, também está no pensamento do presidente, todavia, “ainda não surgiu a oportunidade”.  E, claro, a recuperação das ruínas do Convento de Seiça também está na lista de obras.
Habitação: “Não terminaremos o mandato sem definir uma estratégia local de habitação para o concelho. Queremos promover a oferta de soluções habitacionais adequadas e atrativas para os diversos níveis de rendimento, composição e estilos de vida dos agregados familiares, incluindo para aqueles que têmnecessidades especiais e que requerem integração coerente de respostas e políticas sectoriais” “Esta medida requer a mobilização extraordinária de recursos da rede social do concelho, do município e do Estado”.

Terminadas as citações, um comentário.
Que me lembre, nunca um presidente de câmara desiludiu tão depressa. A uma  entrada, em que Carlos Monteiro mostrou um deslumbramento indisfarçável, seguiu-se o habitual: mais do mesmo, que o mesmo é dizer, nada de novo. Carlos Monteiro, em Abril de 2019, surgiu como presidente de Câmara, como um produto do acaso. Claro que foi apenas um começo. Uma coisa é certa, porém: em 2021, se a ambição ganhar eleições, Monteiro arrasa todos os outros candidatos.
Para compensar a ausência de liderança, de competência política, capacidade de gestão da autarquia e desgaste rápido na opinião pública, este executivo atacou na área dos media, o que, aliás, é muito típico do PS. Para além dos políticos socialistas António Costa e José Socrates,  na memória de todos, por serem os mais recentes, lá mais para trás, os governos de Mário Soares e de António Guterres- Jorge Coelho fizeram escola, na "domesticação" dos media, que continua com seguidores fiés passados todos estes anos.
Este discurso de ontem de Carlos Monteiro, ao só falar do presente e do futuro a curto/médio prazo, mostra o que  Carlos Monteiro representa hoje na política figueirense: a figura que comanda e que tutela a não política, as não posições definidas e objectivas, a demagogia e o explorar das emoções mais básicas do pequeno mundo do PS Figueira e do eleitorado concelhio
Tornar possível o retorno da política, pura e dura, que desde a passagem de Santana pela câmara da Figueira desapareceu da vida local, seria  a melhor forma  de fazer o combate político que se impõe fazer a Carlos Monteiro. 
Teria de ser um combate político feito com Política, a sério. Mas, como promover  a discussão séria, consequente e frontal de ideias e projectos para a Figueira, se os políticos em exercício, salvo raríssimas excepções, nem oposição têm feito?..

Que não haja ilusões: para a Figueira vir a ter futuro, a longo prazo, a Política tem de regressar à Figueira. 
Esta "liderança acidental" da câmara da Figueira, foi uma oportunidade que caiu no regaço de Carlos Monteiro no ano passado. Tal como aconteceu a Bruno Lage o ano passado no Benfica. Depois do sucessso fulgurante, pelo andar da carruagem, já se percebeu que Lage não é lider, nem o treinador que o Benfica precisa. Vive à mercê do patrão, vigiado, sitiado, à espera que ele decida o seu futuro...
Quem vai decidir o futuro de Carlos Monteiro, em princípio irá ser também o patrão (o povo). O povo, em democracia, tem o seu papel. Muitas vezes, porém, o de verbo de encher o balão da demagogia dos políticos... 

sábado, 1 de maio de 2021

Deixámos a emergência, mas estamos em calamidade

 

Esta foto recorda Cristina Torres (uma figueirense que sofreu agruras no tempo anterior ao 25 de Abril) e aquele já longínquo 1º. de Maio de 1974 na Figueira. 
Celebrei-o pela primeira vez, em Liberdade.
Tinha 20 anos de idade.
Na verdura e ingenuidade dos meus 20 anos, acreditei na democracia e nos figueirenses.

Mas os figueirenses deixaram o destino rolar ao sabor do que foi acontecendo. 
Não acreditaram que podiam ter tido um papel a desempenhar no que ao que lhes dizia directamente respeito.
Porque não foram interventivos. Porque não acreditarm neles e na sua capacidade. Porque são comodistas.

Mas isto não está para brincadeiras.
Na Figueira, ou mudamos de estilo ou rebentamos de vez. 
Portanto: pelo sim pelo não, temos de acordar e tomar o destino nas nossas mãos.
Temos de fazer as nossas escolhas, sabendo que as nossas escolhas mais do que importantes, são fundamentais na definição da Figueira que queremos para o que resta do século XXI e mais além.

O PS manda na CÂMARA. 
A CÂMARA manda nos figueirenses. 
A maioria dos figueirenses desistiu de pensar, para deixar-se manobrar por quem tem planos de dominação absoluta.
Como é possível, em pleno século XXI, ainda existir gente com medo de ter e exprimir opinião na Figueira? 
Liberdade é uma luta que nunca acaba!

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

O Tubo d'Ensaio celebra 1º Aniversário



No próximo fim-de-semana faz um ano que o Tubo d'Ensaio abriu as suas portas ao público. Este Centro de Ensaio de Artes, em tão pouco tempo, conseguiu ter um impacto na vida cultural, artística e social da cidade, criando um ponto de encontro de várias formas de expressão para todo o tipo de públicos.
O que era um projecto utópico de 4 jovens, sem qualquer tipo de apoio institucional ou financeiro, transformou-se numa instituição de referência, de formação e divulgação das artes, juntando pessoas de todas as idades - com participação especial dos jovens - que encontraram no Tubo d'Ensaio um local onde podem desenvolver as suas ideias e o seu trabalho.
Captando a colaboração de várias instituições, o Tubo d'Ensaio ultrapassou os objectivos que inicialmente foram traçados. A participação na 1ª Semana da Juventude “Geração +”, a organização com as bandas jovens da Figueira do 1º Festival Noites no Forte e a parceria da 1ª Edição Ensaios d'Arte, foram alguns dos eventos que mais pessoas mobilizaram e que trouxeram algo de novo à vida da cidade. Assumindo as suas responsabilidades sociais, o Tubo d'Ensaio apoiou também algumas acções de solidariedade, e promoveu uma exposição sobre a importância do 25 de Abril, com grande valor pedagógico e cívico, que também foi acolhida pela Escola Secundária de Cristina Torres.
O Tubo d'Ensaio é um ponto de viragem em relação a uma certa atitude existente na Figueira da Foz..
Após um ano extremamente positivo e rico em experiências e vivências, a direcção do Tubo d'Ensaio sabe que apesar de todo o trabalho realizado ainda há muito a fazer para mudar a mentalidade e os hábitos dos figueirenses.
O futuro passa por fazer muito mais e melhor.

sábado, 29 de março de 2014

Só porque hoje é sábado...

... fica uma crónica publicada pelo advogado Joaquim Gil no jornal AS BEIRAS

“Porque hoje é sábado  e que outro melhor motivo poderia eu ter? – , lembrei-me de recomendar daqui a revisitação de um texto de 1969 de Cristina Torres em resposta ao inquérito do “Mar Alto”, “Da situação actual da cultura na Figueira” (Coord. de A. Augusto Menano, Cação Biscaia e Alberto Garrido), de que deixo aqui extractos bem actuais.
“A cultura é educação consciente do Homem em todos os sentidos: é o aproveitamento de tudo o que é nobre e elevado, feito pelo Homem para ser um elemento construtivo da sociedade em que tem de viver, agir e ser útil”.
 “Numa cidade onde há um liceu, escolas técnicas, colégios secundários e primários, grupos isolados da cultura, uma boa biblioteca onde se realizam conferências que bem merecem pelos assuntos que versam, e pelos nomes dos conferentes, outra aceitação. (Nestas conferências, diga-se a verdade, não é muito numerosa a concorrência)”.
“Onde estão afinal os representantes da actual cultura figueirense? Às vezes dá vontade de gritar aos mortos as palavras de Jesus a Lázaro: “levanta-te e caminha”. 
Não fora o texto do ano de 1969 e arriscaria dizer que era de hoje, tal a actualidade da crítica e o sentido do texto que fere certeiro uma certa soberba (dita) cultural que por aí se pavoneia. Mas eu só me lembrei do texto porque hoje é sábado…”

sexta-feira, 26 de abril de 2024

Para quando a integração do nome de Joaquim Namorado na toponíma figueirense?

Em 25 de Abril de 2024, ano em que se comemoram 50 anos daquela madrguda que eu esperava/ O dia inicial inteiro e limpo/ Onde emergimos da noite e do silêncio/ E livres habitamos a substância do tempo, a Assembleia Municipal da Figueira da Foz prestou uma justa homenagem a quatro figuras que incarnam o que foi a luta pela Liberadde e pela Democracia. A saber: Agostinho Saboga, José Ribeiro, Cristina Torres e Joaquim Namorado.

Em 1983 Joaquim Namorado foi homenageado na Figueira, por iniciativa do jornal Barca Nova. Entre as diversas iniciativas, recordo duas promovidas pela Câmara Municipal da Figueira da Foz, aprovadas por unanimidade: a criação do Prémio Literário Joaquim Namorado (extinto por Santana Lopes, na sua primeira passagem pela presidência da nossa câmara); e a integração na toponímia figueirense do nome do Poeta (chegou a ser aprovada a atribuição do seu nome a uma praceta, mas hoje o nome que lá está é outro - o de Madalena Perdigão).
O que, decorridos mais de quatro décadas, continua por fazer.

Para quando a integração do nome de Joaquim Namorado na toponíma figueirense?
Esta história da integração do nome de Joaquim Namorado na toponímia figueirense, não é tão antiga como a Sé de Braga, mas já vem do tempo em que as coisas em Portugal ainda custavam em escudos!

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Bombeiros Municipais da Figueira vão ter novo quartel

As obras para a construção já começaram. A infraestrutura ficará situada na Estrada 109, junto à Escola Secundária Cristina Torres.
Via AS BEIRAS

terça-feira, 10 de maio de 2011

Gala de solidariedade para a angariação de fundos que irão reverter a favor do Centro Social da Cova e Gala

CAE, Figueira da Foz, dia 13 do corrente, pelas 21 horas e 30 minutos.

Participação de:


- Mariana Imaginário; Luís Baptista; Iolanda Costa e Nuno Oliveira
- Sinopse
- Duo Sanpedro
- Fernando Sá e Joaquim Afonso
- Youth
- XamaDance
- Obcession
- Alunos da Escola Cristina Torres (Teatro, música e ginástica acrobática)

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Bombeiros Municipais da Figueira inauguram novo quartel dentro de duas semanas

foto sacada daqui
O novo quartel  vai ser inaugurado no próximo dia 20, pelas 11H30. 
Situa-se na Estrada Nacional 109, conhecida como Estrada de Mira, junto à Escola Secundária Cristina Torres. Fica num local amplo, praticamente plano e estrategicamente localizado no contexto da cidade, com bons acessos e numa artéria larga e com pouco trânsito, facilitando assim a saída de viaturas em marcha de emergência.
O equipamento está orçado em 946.210,72 euros e teve uma comparticipação financeira do fundo de coesão de 70 por cento.
A actual quartel, com mais de 100 anos, situa-se num local problemático (centro da cidade) e é assumido por Nuno Osório, comandante dos BMFF, como inconveniente, pela dificuldade na saída de viaturas, que atrasa o despacho de meios, para além de gerar, numa zona nobre, ruído.

quarta-feira, 14 de abril de 2021

Quatro turmas em isolamento profilático no concelho

Via Diário as Beiras

"Ontem, a Figueira da Foz tinha quatro turmas em isolamento profilático, duas de escolas da rede pública com 2.º e 3.ºciclos (Infante D. Pedro e Cristina Torres) e outras duas de creches de instituições particulares de solidariedade social (Goltz de Carvalho e Centro Paroquial de Lavos).

 O fim das quarentenas, as primeiras envolvendo comunidades escolares do concelho desde o regresso parcial às aulas, no dia 15 de março, varia entre os dias 18 e 23 deste mês.

A Figueira da Foz, de acordo com as contas da Direção Geral da Saúde, encontra-se entre os concelhos em risco de não avançarem para a terceira fase ano de desconfinamento."

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

A morte não tem de ser, de todo, um drama: há que ter é consciência que somos seres naturalmente finitos...


"A morte vai nua", uma crónica de António Augusto Menano, via jornal AS BEIRAS

"0s mortos não têm defeitos. 
Após a morte, todos foram boas pessoas. Se for caso disso, antifascistas. 
Não estou a fulanizar, mas os meus oitenta anos viram, e ouviram, muita coisa. 
Como o politicamente correcto nunca foi meu gosto, refiro, talvez repetindo-me, o caso de Cristina Torres, a minha velha amiga e professora. 
Acabou num quarto do Hospital da Misericórdia, para onde a minha mulher e eu a transportámos, depois de a encontrarmos, caída no chão, ensanguentada, em sua casa. 
Passou os últimos tempos quase esquecida. 
Apenas o já falecido Mário Moniz Santos a visitava. 
Morreu, e o seu estatuto de democrata, que serviu a alguns como estandarte, tornou-se mais visível. 
Mas não esqueço os muitos dias em que ia até ao pé dela (era o gerente da hospital e, por razões profissionais, estava lá diariamente) e a encontrei triste e só. 
A velhice cobra-nos muitas vezes o custo de uma vida cheia. 
A morte, os corpos enterrados, ou cremados, nivela-nos a todos. 
Quem não procura afugentar, fechar a morte, seja com remédios, seja refugiando-se na religião? Mas o tempo tem uma “componente” indelével: a memória dos outros. 
Como, felizmente, nem todos temos Alzheimer, de vez em quando, há uns flashes a instigarem-nos a não esquecer. 
A imagem da morte, um esqueleto embrulhado num sudário, com uma foice às costas, a imagem tradicional, provoca-me uma pergunta: a morte vai nua, como todos nós quando nascemos?"

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

101 anos...

In Flanders fields the poppies blow
Between the crosses, row on row,
That mark our place; and in the sky
The larks, still bravely singing, fly
Scarce heard amid the guns below.

We are the Dead. Short days ago
We lived, felt dawn, saw sunset glow,
Loved and were loved, and now we lie
In Flanders fields.

Take up our quarrel with the foe:
To you from failing hands we throw
The torch; be yours to hold it high.
If ye break faith with us who die
We shall not sleep, though poppies grow
In Flanders fields.
Nota:
Chamava-se Domingos Marçalo e, segundo a minha avó Dora, sua filha, participou neste grande conflito mundial como cozinheiro e combatente.
Por volta de 1916 o meu bisavô deveria terminar a sua comissão militar.
Tal, porém, não aconteceu, dado que o governo português dessa época “vendeu” portugueses para a guerra.
No dia a dia da guerra, uma das suas funções era ir buscar o pão e restantes alimentos para os seus camaradas de luta. Isso, só era possível quando os combates estavam menos acesos. O caminha era percorrido com sacrifícios vários ( muita lama, cadáveres, etc).
Além do meu bisavô participaram mais sete pessoas da Cova Gala, um deles, no regresso dos campos de batalha, morreu na viagem de comboio perto de Alfarelos.
Na guerra tinham de permanecer em túneis e trincheiras com gases, o que foi fatal para o meu bisavô. Depois da vinda para Portugal, só durou mais 8 anos, o que fez com que a minha avó não conhecesse o pai, que morreu quando a mina bisavó Rosa de Jesus estava grávida de 5 meses.
Segundo me contou a minha avó Dora, a morte do meu bisavô, segundo o médico que atestou o óbito, ficou a dever-se aos gases apanhados na guerra, “que lhe subiram à cabeça o que deu origem a um ataque mortal”.

* Uma estória da famíla, escrita por Beatriz Cruz,  em Abril de 2008,  quando tinha 13 anos, e era aluna do 9º ano na Escola Cristina Torres

domingo, 20 de setembro de 2015

Figueira, 133 anos de cidade

Hoje, domingo, dia 20 de setembro de 2015, passa o 133.º aniversário da elevação da Figueira da Foz a cidade, que será comemorado com um conjunto de iniciativas promovidas pela Câmara Municipal.
No edifício dos Paços do Concelho, pelas 09h30, será hasteada a bandeira do Município; pelas 10h00, será depositada uma coroa de flores na estátua do Centenário, junto às Abadias. Ainda de manhã, pelas 11h30, será inaugurado o novo quartel dos Bombeiros Municipais, situado na estrada de Mira (junto à Escola Secundária Cristina Torres), e à tarde, pelas 15h30, o Parque Urbano de Lares.

sábado, 5 de abril de 2008

Um trabalho da minha sobrinha Beatriz*, sobre a ida do bisavô à I Guerra Mundial

O bisavô Domingos Marçalo na 1ª. Guerra mundial
Carta postal que o bisavô enviou de França à bisavó Rosa de Jesus "Maia" em 1917
A bisavó Rosa Maia em 1972, com 81 anos de idade.

Chamava-se Domingos Marçalo e, segundo a minha avó Dora, sua filha, participou neste grande conflito mundial como cozinheiro e combatente.
Por volta de 1916 o meu bisavô deveria terminar a sua comissão militar.
Tal, porém, não aconteceu, dado que o governo português dessa época “vendeu” portugueses para a guerra.
No dia a dia da guerra, uma das suas funções era ir buscar o pão e restantes alimentos para os seus camaradas de luta. Isso, só era possível quando os combates estavam menos acesos. O caminha era percorrido com sacrifícios vários ( muita lama, cadáveres, etc).
Além do meu bisavô participaram mais sete pessoas da Cova Gala, um deles, no regresso dos campos de batalha, morreu na viagem de comboio perto de Alfarelos.
Na guerra tinham de permanecer em túneis e trincheiras com gases, o que foi fatal para o meu bisavô. Depois da vinda para Portugal, só durou mais 8 anos, o que fez com que a minha avó não conhecesse o pai, que morreu quando a mina bisavó Rosa de Jesus estava grávida de 5 meses.
Segundo me contou a minha avó Dora, a morte do meu bisavô, segundo o médico que atestou o óbito, ficou a dever-se aos gases apanhados na guerra, “que lhe subiram à cabeça o que deu origem a um ataque mortal”.

* Uma estória da famíla, escrita por Beatriz Cruz, 13 anos, aluna do 9º ano na Escola Cristina Torres

terça-feira, 2 de abril de 2024

Investimento realiza-se até 2030, no âmbito de uma candidatura da CIM-RC

"O Município da Figueira da Foz vai realizar investimentos de 19 milhões de euros, até 2030, na área dos resíduos, numa média anual de 2,8 milhões de euros. O investimento será feito ao abrigo de uma candidatura da Comunidade Intermunicipal Região de Coimbra (CIM-RC). 
Com aquele investimento, até 2030, o município poupará 11 milhões de euros, por via da redução da recolha e do tratamento de resíduos sólidos urbanos indiferenciados, serviço assegurado pela Ersuc, adiantou, ao DIÁRIO ASBEIRAS, o vereador do Ambiente, Ricardo Silva. 
“A Figueira da Foz quer voltar a estar na vanguarda da reciclagem e em todas as medidas que visam reduzir a produção de resíduos e aumentar a reciclagem no concelho”, afiançou o autarca. Ricardo Silva acrescentou que os investimentos e as medidas, em curso ou programadas, “fazem parte da estratégia do município para a área dos resíduos”
Entretanto, até 2030, será aplicado um sistema de cobrança da taxa que fará corresponder o valor pago com a quantidade de resíduos sólidos urbanos produzida. Os investimentos são transversais a várias áreas de ação, como aquisição de viaturas, mudança da estratégia da recolha de resíduos sólidos urbanos, distribuição de compostores e outras soluções que concorrem para a redução dos resíduos, diferenciados e indiferenciados. Nos últimos meses, o Município da Figueira da Foz entregou, gratuitamente, mais de 300 compostores, no âmbito de uma campanha que tem por finalidade sensibilizar os figueirenses para a compostagem de biorresíduos. Os compostores foram entregues nas freguesias e nas escolas Pintor Mário Augusto, Pedrosa Veríssimo, na Cristina Torres, João de Barros, Joaquim de Carvalho e Infante D. Pedro. A campanha ainda não terminou. 
Papeleiras inteligentes e contentores castanhos 
O Município da Figueira da Foz prevê começar a instalar papeleiras inteligentes - compactam os resíduos introduzidos no recipiente - durante esta semana, em vários locais da cidade. Por outro lado, serão instalados contentores castanhos para a deposição de resíduos orgânicos. Estes depósitos serão testados em diversas localidades do concelho, tanto na zona urbana como na zona rural. 
As medidas para reduzir os resíduos e, por arrasto, os custos associados à recolha e ao tratamento, como já foi referido, tem várias frentes de ação. Entre as quais um sistema de reciclagem de vidro para restaurantes, para aplicar até junho. 
Este sistema será instalado ao abrigo do Canal Horeca, que promove a separação de embalagens não reutilizáveis de estabelecimentos de hotelaria, restauração e similares."