quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Se as eleições fossem hoje, os figueirenses davam maioria absoluta a Santana Lopes e à FAP

Não sou bruxo, nem tenho informação privilegida. Contudo, ando na rua, nos supermercados, nos cafés, nos restaurantes, falo com imensa gente. Resumindo: ouço o Povo.
Por isso, apenas por isso, há 3 dias escrevi o seguinte na minha página do facebook.
"Governar um País ou um Concelho, não é fácil.Que o diga o Dr. Luís Montenegro, agora na posição de primeiro-ministro.Na Festa do Pontal, quando era oposição ao Governo de António Costa, o discurso era mais fácil. Tudo estava mal.
Penso que já deu para ver que o seu desempenho como primeiro-ministro a comandar este Governo não tem sido brilhante.
Ser Governo em Portugal, em 2024, não é fácil. Basta olhar para Saúde, nomeadamente a grave crise nas urgências nos hospitais e na maternidades.

Na Figueira, porém, ser poder tem sido um passeio para a minoritária FAP.
No poder, está o Dr. Pedro Santana Lopes.
A oposição é, não digo inexistente, mas tornou-se invisível há muito.
Não passa de uma ficção democrática sem préstimo ou valor, mesmo para quem está no Poder.
A opinião pública ignora-a.
Pode ser que o concelho se lembre dela, numas próximas eleições, quando se quiser vingar da governação anterior..."
Hoje via Diário as Beiras, tive a confirmação da realidade daquilo que era a minha percepção.
«Uma sondagem da Intercampus tendo como cenário as eleições autárquicas de 2025, através de inquérito presencial realizado nas 14 freguesias do concelho da Figueira da Foz, dá maioria absoluta ao movimento independente Figueira A Primeira (FAP), com Santana Lopes como recandidato. 
De acordo com a sondagem, as intenções de voto sem abstenção dão 42,1% à FAP (ganhou em 2021 com 40,4%) e 22,6% ao PS (registou 38,4% em 2021). O PSD atingiria 15,2% dos votos, (obteve 10,8% em 2021). Na mesma sondagem, o Chega, que em 2021 viu a sua candidatura anulada pelo tribunal, em 2025 não obteria mais do que 2,9% dos votos. A CDU, por seu lado, alcançaria 2,3% e o BE 1,8%. O CDS/ PP ficar-se-ia pelos 0,4%. 
Esta sondagem permite ainda inferir que, de acordo com os resultados da mesma, Santana Lopes, recandidatando-se pela FAP, não precisaria do apoio do PSD para vencer com maioria absoluta, embora a reforçasse de forma significativa. 
Por outro lado, quando os inquiridos respondem à pergunta sobre quem seria o melhor presidente da Câmara da Figueira da Foz, Santana Lopes é o vencedor “absoluto”, ao reunir 65,6% das preferências. Carlos Monteiro (PS) reúne 15,6%, João Portugal (PS) 1,7% e Anabela Tabaçó (FAP) 0,5%. 
Acerca da notoriedade daqueles quatro nomes propostos na sondagem da Intercampus, mais uma vez, Santana Lopes arrasa a concorrência. O presidente da Câmara da Figueira da Foz é conhecido por 99,7 dos inquiridos. O antecessor Carlos Monteiro, por seu lado, surge em segundo lugar, com 68,9%. João Portugal chega aos 47,% e Anabela Tabaçó fica-se pelos 27,8%. 
A sondagem faz ainda a avaliação (de um a cinco) dos candidatos e do executivo camarário, com Santana Lopes de novo com vantagem destacada, chegando aos 4,1. Por sua vez, o executivo camarário obtém 3,9, Carlos Monteiro 3,6, Anabela Tabaçó 3,4 e João Portugal 3,3. 
Contactado pelo DIÁRIO AS BEIRAS, sobre os resultados da sondagem, Santana Lopes foi comedido na reação. “Agora é agora; daqui a um ano, se verá como será”, respondeu o autarca. Santana Lopes, que afirmou recentemente ao DIÁRIO AS BEIRAS que ainda não decidiu se vai recandidatar-se, foi eleito presidente da Câmara da Figueira da Foz em 2021, sendo candidato da FAP, com maioria relativa. O movimento independente elegeu quatro vereadores, o mesmo número do PS. O PSD elegeu um, que acabaria, em junho do ano passado, por integrar o executivo camarário. 
Em 2021, o PS, após 12 anos consecutivos no poder local na Figueira da Foz, manteve a maioria na Assembleia Municipal. Por outro lado, conquistou 11 das 14 juntas de freguesia - a FAP governa em duas e o PSD numa.»

Precisamos mesmo de tantos turistas?

«Itália, Espanha, Grécia lutam há anos com o excesso de turismo, que tem levado à descaracterização das cidades e brutal inflação e ao desespero dos próprios habitantes, expulsos da sua vida e residências por um mercantilismo avassalador de baixo nível. Valerá isto a pena face aos supostos lucros que o mesmo turismo traz? No livro Grande Hotel da Europa, que recomendo, um funcionário da Câmara de Amesterdão calcula que o turismo rende à cidade cerca de 64 milhões de euros por ano, mas, em contrapartida, o aumento das despesas em limpeza municipal, sobrecarga dos serviços de saúde e de policiamento, reparação de danos, entre outros, ascende aos 71 milhões, aos quais acresce o prejuízo causado pelo afastamento dos habitantes para as periferias. Discute-se um novo aeroporto, de custos astronómicos, para que mais milhões de turistas nos visitem e destruam o que ainda existe, sob o lema de que “o progresso é inevitável”; não seria mais produtivo investir na modernização do nosso sistema político e judicial e na desburocratização administrativa, promovendo assim o nosso real desenvolvimento? Com tantos exemplos europeus, será que não devemos parar e pensar no que queremos para o nosso país?»

Isabel Ribeiro, jornal Público

Fumo tóxico na Madeira

Via Público

«O incêndio da Madeira veio também pôr a claro um outro problema, que é o do tóxico ambiente político que se vive no arquipélago. As críticas da oposição, justas ou injustas, fazem parte do jogo político e é natural e desejável que surjam quando há dúvidas sobre a forma como foi feito o combate ao incêndio. Muito menos normais, e censuráveis em democracia, são os termos escolhidos pelo presidente do governo regional para rebater essas críticas. Expressões como “um conjunto de abutres políticos” ou “treinadores de bancada”, dirigidas a quem está a exercer o seu papel na oposição, são de quem não vive bem com o escrutínio que deve esperar do seu exercício de poder. Se lhe juntarmos o alijar de responsabilidades para o poder central, justificadamente podemos começar a pensar que Alberto João Jardim pode ter saído do poder, mas o poder regional não conseguiu afastar-se muito do estilo belicoso de Jardim. Pelo contrário, os ecos que chegam da Madeira mostram que estamos cada vez mais afastados do clima de abertura que se viveu nos tempos finais do jardinismo...»

terça-feira, 20 de agosto de 2024

Nascer na Figueira deixou de ser possível há quase há 18 anos. Entretanto, como malandros que somos, enceraram-nos a morgue. Mas, isso pode mudar...

A Maternidade da Figueira está encerrada desde 4 de novembro de 2006.
Foi uma bebé russa que encerrou bloco de partos. Uma menina com 3.230 gramas, com mãe de nacionalidade russa, nasceu às 00h30 do dia 1 de Novembro.
Este nascimento, fechou um ciclo que durava há 59 anos e que havia sido criado para responder a uma necessidade de um concelho, que se acreditava estar em desenvolvimento. 
Nessa noite, nos corredores da maternidade do HDFF o ambiente era sereno, mas sentia-se a tristeza. Os sorrisos tímidos, as palavras quase nenhumas e o carinho com que se abraçou a última bebé ainda foi maior.  
A última bebé a nascer no bloco de partos do Hospital Distrital da Figueira veio ao mundo poucas horas depois de se conhecer a data de encerramento daquele espaço.
Por curiosidade, fica o rosto politico do fecho da Maternidade da Figueirara da Foz: CORREIA de CAMPOS, ministro da saúde de um governo socialista chefiado por José Sócrates.

A nossa cidade foi assim espoliada do acto mais bonito da vida: “nascer na Figueira!”
Entretanto, também encerraram morgue.
Não podemos “nascer na Figueira”, não podemos “morrer na Figueira”!
Portanto, “nascer e morrer longe da Figueira”, foram medidas tomadas para ajudar a resolver a crise! ...
Em primeiro lugar estava a resolução do défice! ...
A maternidade encerrou, por não conseguir 1500 partos por ano! ...
A culpa é sempre nossa! ...
Somos uns malandros: nem procriamos a valer! ...
Encerrar a morgue foi algo esperado e compreensível: se somos malandros a nascer, teríamos  de ser empreendedores a morrer? ...
Uma morgue não pode ser ridícula. Tem de ter número de mortos a sério.
Para não termos de ir morrer longe, teríamos de morrer muito - e em força!...
Na Figueira, nem para a morte houve há saída!... 

Porém, temos de salvar o porvir! ... 
Ainda havemos de poder continuar a “morrer na Figueira”! ...
Sejamos bairristas em tudo. Mesmo no futebol e na morte! ...
Temos de contribuir para salvar o futuro. De forma gratuita, aqui fica o meu contributo para a campanha “MORGUE ABERTA”.
“Há mínimos a cumprir/Quer que a morgue da Figueira volte a viver?/Mate-se já!/A valer./Força!/Juntos vamos conseguir! ...”
Temos aí algo que nos pode ajudar a ter de reabrir a morgue: exploração do caulino
Há pouco, decorreu a consulta pública do pedido de atribuição de direitos de prospecção e pesquisa de minerais de areias siliciosas e argilas especiais, nomeadamente caulino, para a área designada Feteira, lê-se no edital da Direção-Geral de Energia e Geologia. O pedido para a realização das sondagens nos terrenos foi apresentado pela empresa Aldeia, S.A., com sede no concelho de Leiria. A contagem do prazo para a participação na fase da consulta pública, no Portal Participa (na internet), começou no dia 3 deste mês e prolongou-se por 30 dias úteis. Os eventuais interessados puderam consultar os documentos do processo – memória descritiva do pedido de prospeção e pesquisa, cópia do requerimento, mapa de localização, dados da área do pedido e pareceres das entidades consultadas. 
A consulta dos referidos documentos foi feita através do citado portal e da página da Direção-Geral de Energia e Geologia na internet. Segundo o edital da Direção-Geral de Energia e Geologia, naqueles documentos já constam as reformulações resultantes da alteração oficiosa da área promovida por este organismo público decorrente da análise das condicionantes apresentadas pelo parecer da Câmara Municipal da Figueira da Foz, igualmente disponível para consulta.
Por último, ainda de acordo com o citado edital, as observações e sugestões no âmbito da consulta pública, especificamente relacionadas com aquele pedido de prospecção e pesquisa de caulino na localidade de Feteira, devem ser apresentadas no Portal Participa, onde, afiança o edital da Direção-Geral de Energia e Geologia, “serão devidamente analisadas e consideradas”
Questionado a meio do mês de Julho passado pelo DIÁRIO AS BEIRAS, sobre a posição da Junta de Freguesia de Vila Verde em relação à eventual exploração de caulino na freguesia e que diligências e ações pretende levar a efeito, em caso de oposição, o presidente da Junta de Vila Verde, Vítor Alemão, respondeu: “cabe ao povo decidir e defender a sua vontade”

Neste momento, creio que a Assembleia Municipal da Figueira da Foz é a entidade que pode impedir a realização do projeto. 
Mas, porque deveria fazê-lo?
Em 2024, no nosso País, o Interesse Público não passa por  defender um concelho com ar puro e água potável, fauna e flora saudáveis, seres humanos livres de doenças provocadas pela ganância de outros seres humanos, animais convivendo em equilíbrio saudável com outros animais e com os seres humanos, ruas limpas e segurança física dos moradores, sobretudo, crianças, mas satisfazer eventuais interesses económicos de empresas privadas que procuram o lucro.
Perante o risco de prejudicar o lucro de um grupo económico, o que representam para os políticos os habitantes do concelho, em especial os malefícios infligidos aos habitantes da freguesia de Vila Verde, mais concretamente aos habitantes do Casal da Marinha, do Ervidinho, da Feteira de Baixo e da Feteira de Cima, de Lares e aglomerados incluídos, Casal Andrade, Vale de Avito, Gândara de Lares?

Não sei exactamente porquê, mas nestas alturas lembro-me de Miguel Torga.
“É uma tristeza verificar que a política se faz na praça pública com demagogia e nos bastidores com maquinações. E mais triste ainda concluir que não pode ser doutra maneira, dada a natureza da condição humana, que nunca soube distinguir o seu egoísmo do bem comum e vende a alma ao diabo pela vara do mando. A ambição do poder não olha a meios, pois todos lhe parecem legítimos, se eficazes.”

Terceira edição do passeio realiza-se no próximo dia 1 de setembro

 Via Diário as Beiras

Em Agosto, o figueirense é um cliente estranho

Via Diário de Notícias


«O sol que escalda a calçada irregular das ruelas de Alfama confirma que é agosto a quem mora no bairro por estes dias. Os ponteiros do relógio já perderam o meio-dia e os degraus das Escadinhas de Santo Estêvão, que são afortunadamente abraçados por meia sombra, servem de colo aos turistas que desembrulham sandes e abrem latas de refrigerantes numa pausa forçada pela fome, que aperta neste início de tarde. Pelas ruas há esplanadas despidas de clientes e empregados estrangeiros de avental e sentinela à porta dos restaurantes. No número 70B da Rua do Vigário há um inquilino que se despede, neste que é o seu último verão a viver numa das zonas mais típicas da capital. Depois de uma década, o restaurante Boi-Cavalo já tem data para encerrar. 
Em outubro, Hugo Brito rodará a chave para trancar a porta pela última vez e a culpa é da matemática. A multiplicação dos custos, aliada à soma das despesas, com a subtração de clientes ditou a decisão do chef. “Os últimos oito meses foram, comparativamente com todos os anos anteriores, os piores. Houve uma quebra brutal na procura. Junho e julho foram trágicos para toda a gente. Pensei que pudesse ser só em Lisboa, mas tenho falado com pessoas de outros sítios e ninguém tem boas histórias para contar na restauração”, explica.»
Nota de rodapé: ... claro que isto é em Lisboa. Na Figueira, tudo caminha sobre rodas. Ao ponto de alguns empresários da restauração, neste mês de Agosto,  a atentar nos preços praticados e na falta de atenção que dão aos indígenas, presumivelmente, devem pensar que o fluxo turístico chega e sobra para os alimentar o ano todo... 

segunda-feira, 19 de agosto de 2024

"Quando permite que membros da Habeas Corpus calem, à força, cidadãos que se reuniram para defender ideias que não ofendem a lei, a Polícia não garante o equilíbrio entre direitos"

 Via Jornal de Notícias

Num ano, mais que duplicaram os municípios nacionais a aplicar a taxa turística

"No prazo de um ano, desde Julho de 2023, mais que duplicou o número de municípios que aplicam a taxa turística, a cobrar sobre as dormidas realizadas em estabelecimentos hoteleiros ou unidades de alojamento local situados nos seus territórios, num determinado período. Se, no ano passado, por esta altura, eram apenas 15 os concelhos portugueses que cobravam esta contribuição, são já pelo menos 38 aqueles que a arrecadam ou começarão a fazê-lo até Outubro próximo. E outros mais se preparam para avançar, nos próximos meses, com a instituição desta tarifa, cuja aplicação tem sido justificada como forma de mitigar os efeitos da pressão turística.
Apesar das críticas, que se intensificaram com a recente decisão da Câmara de Lisboa de duplicar a sua taxa turística de dois euros para quatro euros por noite, a entrar em vigor em Setembro, este parece ser mesmo um movimento imparável.
«Está-se a banalizar este tributo, que está ligado, em grande parte das vezes, a uma forma fácil de tentar fazer dinheiro. Não faz sentido a sua aplicação em alguns sítios que, nitidamente, não sofrem de uma grande carga turística», diz ao PÚBLICO Cristina Siza Vieira, vice-presidente da Associação de Hotelaria de Portugal (AHP), citando os casos recentes de criação da taxa em Amarante, Vila do Conde e Loures. «É um instrumento que tem de ser usado com moderação.»"

Silêncios tão ruidosos como as bombas que destroem universidades

João Rodrigues


"Esta ruína é o que sobra da principal universidade de Gaza, arrasada pelo colonialismo sionista, no quadro de um metódico processo de eliminação de uma nação. Já não resta qualquer universidade, já não há escolas. 

Apesar dos protestos de estudantes e docentes, incluindo de sindicatos da FENPROF, e de uma ou outra tomada de posição, como a da Universidade do Minho, o silêncio cúmplice tem dominado a universidade portuguesa. 

Este silêncio dominante está em linha com a história mais tenebrosa da universidade, tanto mais que outro galo cantou quando começou a Guerra da Ucrânia. Até um notável professor russo chamado Vladimir Pliassov, que garantia graciosamente o ensino desta língua, foi saneado sem mais pelo reitor da minha universidade, lembrai-vos. Também houve quem protestasse, umas centenas de professores com memória. Também não valeu de nada, embora haja combates cujo mérito está logo em travá-los.

Israel é Israel, não há cá cortes de relações ou sanções. O fascismo também era o fascismo. Por cada Bento de Jesus Caraça, havia dezenas de medíocres papagaios do corporativismo fascista e do liberalismo autoritário de recorte fascista, de acordo com a fase ou a tendência. 

Hoje, a desdemocratização das universidades, conquista UE/OCDE que apagou a herança de abril no governo universitário, paga-se mesmo muito cara, em cada vez mais planos, com reitores e diretores dotados de poderes longos e de legitimidades democráticas curtas. Estamos cada vez mais próximos do informal modelo Nova SBE, da opaca Universidade SA. 

Sabem qual é a razão destes silêncios universitários dominantes, dado que aí os professores de carreira têm outra estabilidade? É tudo brutalmente simples, creio, para lá das convicções ideológicas: dada a cumplicidade ativa dos EUA e da UE, há financiamentos que não podem ser perdidos e a ciência está cada vez mais sob controlo, convém não arriscar. Há quem arrisque, claro. Sempre houve.

Entretanto, o genocídio atinge sempre a informação, o conhecimento e a cultura, sem as quais não há essa aposta diária a que chamamos nacionalidade. As elites portuguesas não a valorizam, algumas até a apoucam, mas as elites palestinianas não se podem dar a esse luxo. 

Os comandos colonialistas da morte têm assassinado mais jornalistas do que em qualquer outro cenário de guerra na história. Os jornais portugueses, os jornalistas portugueses, também andam demasiado silenciosos. Aposto que é da precariedade e do correlativo medo entre os que sabem, por contraste com a opulência dos apologistas da morte na televisão. E a cúmplice UE financia cada vez mais o jornalismo e Israel também. Sim, estou a pensar em monstros morais, como a avençada Helena Ferro Gouveia.

Os consensos de Washington e de Bruxelas (e de Telavive) explicam tudo, mas tudo, sobre a elite com mais poder deste país - entreguista, vira-latista, mandonista.

Sim, precisamos de palavras vindas do Brasil e já agora de seguir o exemplo das suas muito mais corajosas academia, media alternativa e política externa."

Borda do Campo foi integrada na Delegação da Cruz Vermelha da Figueira

 Via Diário as Beiras

Algarve

 Saudações...

«O motorista do mini bus, "vai-vem" circuito urbano, era uma motorista. Brasileira. "Pode descansar que quando chegar na paragem eu aviso o senhor para sair".
 
O varredor da rua era uma varredora. Moldava. "Isso é uma guerra perdida, por mais que limpe está sempre sujo", lanço, depois do "bom-dia". "O que é que o senhor quer? Alguém tem de fazer isto...".
 
O caixa do supermercado era brasileiro. "Até que horas ficas aqui?", pergunto. "Até às 9 da noite". "Depois vais beber uns copos para limpar a cabeça...". "Depois vou para casa, que tenho a cabeça em água e ainda ficamos cá mais uma hora a repor".
 
Chego à varanda com um livro numa mão e uma mini na outra ao mesmo tempo que descia o elevador de transporte dos pintores que fazem as obras no condomínio. "Querem uma?", pergunto. "Se faz favor. Ele não, que é muçulmano". "Fica com esta que eu vou buscar outra para mim. São de onde?". "Eu sou da Guiné, ele é do Senegal". "Obrigado, chefe". "Não sou chefe de coisa nenhuma, amanhã à mesma hora".
 
No restaurante, "Então, oh C, como é que está coisa este ano?". "Está mau...". "Como assim "está mau..." se isto é gente por todo o lado?". "Está mau, tivemos de reduzir um turno, não temos empregados e dos candidatos não aparece ninguém que fale português".
 
E assim, por causa destes perigosos bandidos que roubam empregos aos naturais, os verdadeiros algarvios, os descendentes daqueles que vieram por aí abaixo atrás de D. Afonso III enxotar o Califado Almôada para a margem sul do Mediterrâneo, não os outros, os descendentes dos marroquinos, argelinos, e outros talibãs que tais, foram a correr votar no partido da taberna, que há-de obrigar os "empresários" a pagar ordenados decentes aos indígenas e meter estes manhosos, ocupadores de território e substituidores de população, na ordem. Amém.»

O peso da imagem

Recepcionista?, credo!.. Gestor de Clientes, se faz favor...

Marta Moitinho Oliveira, jornal Público:
"Muitas vezes ouve-se que há falta de mão-de-obra no turismo. Mas o problema parece não ser bem esse. Portugal tem bastantes cursos na área do turismo nos vários níveis de ensino, mas o sector não atrai trabalhadores. Os salários são baixos, os horários são difíceis de conciliar com a vida privada e as perspectivas de carreira são quase inexistentes. Carlos Costa, que estudou o tema, fala, por exemplo, na necessidade de se mudar o nome das funções praticadas no sector. Um recepcionista é um gestor de clientes e esta classificação poderia tornar o cargo mais aliciante. Pode parecer um pormenor, mas sabemos neste e noutros sectores o peso que a imagem tem."

"Sal do Mondego" está novamente a navegar

Entre os finais dos anos 80 do século passado e o ano 1 do século XXI, o barco do sal esteve ausente das águas do nosso rio. 
foto Pedro Agostinho Cruz

Há 23 anos, porém, mais precisamente a 5 de Agosto de 2001, um batel de sal voltou a navegar no Mondego. Tal acontecimento ficou a dever-se à parceria “Sal do Mondego”, que foi a entidade responsável pela construção duma réplica de um barco de sal. Faziam parte desta parceria as seguintes Instituições: Assembleia Figueirense, Associação Comercial e Industrial, Ginásio Clube Figueirense, Misericórdia da Figueira e as Juntas de Freguesia de São Julião, Alqueidão, Vila Verde, São Pedro, Lavos e Maiorca. 
A viagem inaugural deste barco, foi uma iniciativa da Empresa Vidreira do Mondego, que organizou um passeio fluvial à Festa da Nossa Senhora da Saúde, em Reveles, uma festa, aliás, que diz muito a diversas gerações de homens do mar da Freguesia de S. Pedro. Nesse já longínquo primeiro domingo de 5 Agosto de 2001, a parceria gestora e proprietária do batel viu mais uma entidade aderir à iniciativa: a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários.
Depois de muitas peripécias e vicissitudes, em Fevereiro do corrente ano, o “Sal do Mondego” (réplica de um batel, embarcação de madeira típica da região para transporte fluvial do sal marinho produzido nas salinas do território figueirense) estava na Marina da Figueira da Foz, a aguardar pela reparação do motor. 
A embarcação é propriedade do Município da Figueira da Foz e está cedida à Junta de Via Verde, tendo esta a incumbência de realizar viagens turísticas e pedagógicas à zona salgada, nomeadamente à Ilha da Morraceira e ao Núcleo Museológico do Sal (este, em Armazéns de Lavos). 
Entretanto, tinha sido realizada uma reparação financiada pelo município, que custou 34,5 mil euros. 
Nesta empreitada foi substituída grande parte da madeira e aplicada uma nova pintura. Os trabalhos decorreram ao logo de quatro meses, com várias interrupções devido ao estado tempo, ao ar-livre, no Cabedelo. 
Agora, segundo notícia do Diário as Beiras na edição o "Sal do Mondego" voltou ao estuário do Rio Mondego para retomar as viagens pelo salgado da Figueira da Foz. A embarcação tem capacidade para 12 pessoas. 
As viagens em grupo são agendadas pelo número de telefone 968 115 463.

domingo, 18 de agosto de 2024

“FICA COM DEUS!”

"Este é um texto sobre a velhice e sobre migrantes. E é um relato vivo sobre uma amiga a caminho dos 94 anos de idade, divorciada e sem família, a quem valeu uma “família de acolhimento”. “MR”, a protagonista da história que aqui me traz, viveu os últimos trinta anos sozinha. Sobretudo, após a morte da “Milu”, a pequena cadela com quem dividia o seu T0 em Vila Nova de Gaia."

 Por Soares Novais. Para ler, clicar aqui.

«... as reais dimensões do mercado da informação não são de natureza a sustentar uma agência capaz de alimentar os media com a qualidade de informação desejável»

 Via  Expresso


Para ler melhor clicar em cima da imagem

Coimbra e Minho saem do ranking das 500 melhores universidades do mundo

 Público

«As universidades devem renovar-se e atrair novos estudantes a participar activamente nas aprendizagens e nas associações de estudantes, discutindo com os reitores e directores as suas sugestões de mudanças»

"As universidades aumentaram o número de alunos, embora o entusiasmo pelo ensino tenha diminuído (de 2020 a 2023), com menos alunos interessados pelas aulas (abandono no ensino superior). Pode-se argumentar que o período da covid-19 desmotivou os estudantes. A saúde mental perturbou os jovens, com ansiedades e depressões, e também com aprendizagens perdidas. Os jovens querem ter o controlo sobre as suas vidas e sobre a educação, mas falta-lhes a motivação, embora se sintam como trabalhadores submissos, que aceitam as desigualdades e injustiças com grande naturalidade. A educação referente ao ensino superior tem sofrido muitas alterações (há pouca escolha). O sistema educacional enfrentou no ano lectivo passado poucas escolhas ou controlo sobre a sua vida, e por isso os alunos se sentem desmotivados. Há que criar agentes de mudança, saudáveis e com garra para a inovação. E a intervenção deve ser não só dos estudantes, mas também dos professores. As universidades devem renovar-se e atrair novos estudantes a participar activamente nas aprendizagens e nas associações de estudantes, discutindo com os reitores e directores as suas sugestões de mudanças. A procura de novos cursos (úteis para as empresas) devem ser discutidos de molde a torná-los mais interventores na sociedade. Os jovens atravessam o desejo de ter mais controlo sobre a educação e a realização pessoal, avançando com mais ajudas. A intervenção dos estudantes deve alargar-se à construção de livros para todas as disciplinas, pois essa é uma necessidade para aumentar a participação e a discussão dos estudantes. E o maior controlo sobre a educação deve preocupar-nos com a falta de empregos."

sexta-feira, 16 de agosto de 2024

Paulo Soares, árbitro assistente internacional filiado na Associação de Futebol de Coimbra, terminou a carreira

Paulo Soares terminou carreira de árbitro aos 47 anos apitando três jogos no Europeu2024O primeiro jogo que apitou tinha sido no Campo do Cova-Gala 

Era o único árbitro de elite filiado na Associação de Futebol de Coimbra. 
Há uma semana, anunciou o final de uma carreira muito rica, que o levou ao topo do futebol europeu.
A AFC perdeu, assim, o único árbitro que tinha de 1.ª categoria no futebol, neste caso na AAC1. Filiado no Conselho de Arbitragem da AFC e Internacional desde 2013/2014, Paulo Soares marcou presença, no Euro2024, na equipa de arbitragem liderada por Artur Soares Dias, mas também apitou no Euro2020 e em Tóquio2020.
Ainda na época passada, a equipa de arbitragem da qual fazia parte Paulo Soares teve também a responsabilidade de apitar a final da Liga Conferência, a terceira competição de clubes mais importante da UEFA, em Atenas, entre os gregos do Olympiacos e os italianos da Fiorentina.
Deu uma grande entrevista ao jornalista Paulo Marques do Diário as Beiras do revela onde foi o seu primeiro jogo.
«Foi no Campo do Cova-Gala. Fui assistente do árbitro Paulo Pinheiro, que é também da Pedrulha, e o outro assistente era o Telmo Sousa, também meu amigo de infância. O Paulo era árbitro do “Nacional” e eu fiquei uns tempos com ele, como terceiro elemento da equipa.»