sábado, 29 de abril de 2023
Miguel Pinto Luz, um vice do PSD sobre o Chega
"Para o vice-presidente do PSD, estamos perante um problema de falta de juizinho e de bom senso dos dirigentes do Chega, e isto, já se sabe, são coisas da vida que não vale a pena dramatizar.
Convido-vos a ler a entrevista de Miguel Pinto Luz (M.P.L.), na Hora da Verdade, neste jornal. É um perfeito resumo do posicionamento do PSD em relação ao Chega e das razões para continuarmos aqui. M.P.L. classifica o Chega como sendo imaturo e imberbe e ainda acrescenta que não é por sua causa que a democracia está em crise.
M.P.L. afirma que não lhe cabe avaliar se o Chega é ou não racista e xenófobo, mas Luís Montenegro – quando lhe perguntam se fará entendimentos com o partido – costuma esclarecer que não se entenderá com partidos racistas e xenófobos. Em que ficamos? São ou não são capazes de fazer essa avaliação?
O que vos quero dizer é que o PSD continua a navegar na ambiguidade, continua a não esclarecer. Ao mesmo tempo, os seus dirigentes manifestam irritação por lhes continuar a ser feita a mesma pergunta. Seria tão fácil pôr termo a este assunto: com duas frases, Luís Montenegro silenciava o país. Mas não. Pretendem que seja a comunicação social, a generalidade dos portugueses e sobretudo o PS a parar de falar no Chega e de equacionar cenários, ou seja, a fazer de conta que está tudo esclarecido.
Se as mesmas perguntas continuam a ser feitas mês após mês, é porque nunca foram inequivocamente respondidas. E, se assim foi, é porque o PSD está preparado para fazer o entendimento que a maioria do país teme e de que o Chega se gaba à boca cheia."
Carmo Afonso, no Público
sexta-feira, 28 de abril de 2023
“Não há condições” para Galamba continuar no Governo, diz PSD
Meio século depois, OUTRA MARGEM recorda os democratas figueirenses que constituiram o Núcleo de apoio do Concelho da Figueira da Foz ao III Congresso da Oposição Democrática realizado em Aveiro
Destinado a apresentar listas unidas às eleições legislativas que tiveram lugar em outubro desse ano, integrou diferentes correntes ideológicas e políticas, associadas a um debate aceso, participado e bastante produtivo.
Nele colaboraram oposicionistas de diferentes gerações e tendências, incluindo militares que, um ano depois, viriam a participar na Revolução dos Cravos.
Parabéns ao Campeão das Províncias pelos 23 anos de vida
No Editorial da edição comemorativa do 23º., aniversário o seu Director e Jornalista Lino Vinhal coloca uma questão pertinente: "continuarão os jornais impressos a fazer sentido?"
Citando Lino Vinhal: "continuam a fazer sentido os jornais impressos ou o futuro da informação passará fatalmente por novas plataformas, sobretudo aquelas a que meio mundo agora recorre e que têm por si a “vantagem” de dispensarem os rigores, a ética, a verdade de que a informação pela via dos jornais, rádio e televisão nos dispensa? O mundo está hoje dividido nesta discussão.
Há – felizmente a maior e melhor parte, se assim se poderá dizer – quem ache que os jornais e todos os meios tradicionais continuam a fazer todo o sentido e não deixarão de o ter enquanto garantes do tal rigor que a deontologia e a ética informativa não dispensam e que está a cargo dos verdadeiros jornalistas, devidamente credenciados. Outros entendem que a vida moderna não se compadece com esses rigores e exigências e o que importa é passar a mensagem. Mais ou menos truncada pouco importa. Apesar desse risco, é mais rápida, fluida, chega a todo o lado num abrir e fechar de olhos, tem a força de pôr o mundo – e todo o mundo – em movimento a favor de uma causa."
Mais adiante e a concluir o Editorial Lino Vinhal escreve: "o que está em cima da mesa é uma questão muito séria: deve a sociedade contemporânea continuar a cultivar a informação de rigor e de verdade, eticamente suportada nos valores civilizacionais enquanto pilares da vida em comum ou poderá essa mesma sociedade sentir-se remediada e suficientemente servida, mesmo sacrificando um quanto de verdade e de rigor, outro tanto do cultivo de valores que o mundo que nos trouxe até aqui considera estruturantes e por isso mesmo indispensáveis?
É tempo de trazer esta discussão à mesa das nossas preocupações cívicas e culturais."
Paço de Maiorca...
Primeira página do jornal O Figueirense de 16 de Novembro de 2012 |
O ponto 5.5 - proposta de alienação do Paço de Maiorca, será um dos mais importantes a ser votado, senão mesmo o mais importante.
Porém, a sua aprovação, de harmonia com a edição de hoje do Diário as Beiras está garantida: "FAP e PSD votam a favor, PS abstém-se e a CDU e o BE votam contra".
“É a decisão mais correta para não agravar o endividamento do município.
É uma forma de tentar evitar o agravamento da degradação que os executivos camarários anteriores permitiram naquele património de valor incalculável”, afirma na edição de hoje ao Diário as Beiras a líder da bancada da FAP, Rosa Reis.
O líder do PSD na AMFF, por sua vez, Manuel Rascão Marques, em declarações ao mesmo jornal, justifica o sentido do voto do PSD: “Não nos interessa ter um património daqueles num estado tão degradado, devido à gestão do PS. Como o município não tem meios financeiros para reabilitá-lo e pô-lo a funcionar, o melhor é vendê-lo”.
Silvina Queiroz, da CDU, vai votar contra, pois "defende que o imóvel deve manter-se propriedade do município".
Pedro Jorge, do BE, "votará contra a proposta, dada que essa foi a decisão do partido, reunido ontem".
Apesar das tentativas feitas, não foi possível ao DIÁRIO AS BEIRAS obter declarações do PS sobre este assunto.
Recorde-se: a proposta do executivo presidido por Santana Lopes foi aprovada, na passda quarta-feira, em sede de reunião de câmara, com 5 votos a favor (4 da FAP e 1 PSD) e 3 abstenções (PS).
É esta proposta de alienação do Paço de Maiorca, em hasta pública, com uma base de licitação de um milhão de euros, que vai à sessão da Assembleia Municipal, que se realiza hoje.
A "estória" do Paço de Maiorca é longa e interessante de conhecer.
quinta-feira, 27 de abril de 2023
Morreram no dia 25 de Abril de 1974 e eu aplaudo-os
Talvez aquele dia fosse mesmo o dia, os sinais eram bons, os militares estavam na rua e gritavam-se palavras de ordem.
Palavras de liberdade.
Palavras contra a guerra colonial.
Palavras contra a censura e a favor da liberdade de imprensa.
Palavras contra a PIDE e a tortura.
Palavras a favor da libertação dos presos políticos.
2.
Faz hoje 49 anos que o dia não se completou para qualquer um dos quatro.
Estiveram em vários pontos da cidade de Lisboa. E confluíram para a Rua António Maria Cardoso, sede da PIDE. Corria o rumor de que os torturadores estavam a tentar fugir, a rádio tinha noticiado que uma multidão de gente gritava "não passarão".
3.
Foram para lá.
Centenas de pessoas na rua viram uma janela abrir-se e ouviram uma rajada de disparos.
Alguns corpos caíram, muita gente correu para se proteger e houve pânico e desgoverno.
Quatro não se levantaram.
Morreram no dia 25 de Abril de 1974.
Nenhum deles pôde sequer saborear o seu primeiro jantar em liberdade.
4.
Fernando Giesteira tinha 17 anos e era um vivaço. Chegara de Montalegre e em miúdo adorava os bailaricos em Chaves e correr até ao alto da Nevosa. Tinha boa pinta e fora para Lisboa puxado uns anos antes por um familiar. Trabalhava como empregado de mesa na Cova da Onça, boîte frequentada por artistas, malta da bola e Polícia Judiciária. Saíra do trabalho e fora para a rua sem passar pela Pensão Flor, no Areeiro, o quarto onde vivia. Já arranjara um cravo vermelho e prendera-o certamente à camisa a cheirar ao fumo da noite.
José Harteley Barneto era o mais velho. Tinha 38 anos, quatro filhos e uma vida estável. Escriturário no Grémio Nacional dos Industriais de Confeitaria, morava na Flamenga, perto de Loures, e nascera em Vendas Novas. O pai ou a mãe eram ingleses e ele estava entusiasmado e sentia que tudo passara novamente a ser possível, mesmo o impossível.
Já José Guilherme Arruda tinha 20 anos. Viera há pouco tempo dos Açores, era excelente aluno e matriculara-se no segundo ano de Filosofia. Morava na Avenida Casal Ribeiro, perto do Saldanha, no centro de Lisboa. José Guilherme não tinha como esconder o sorriso, afinal estava a viver a história e a revolução que só conhecia na teoria.
Fernando Luís dos Reis tinha 23 anos. Era o único dos quatro que nascera em Lisboa e também o único militar. O seu batalhão era de Penamacor, mas ele estava de férias. Também por isso saiu à rua e dirigiu-se ao lugar onde talvez mais precisassem dele. Casara-se há pouco tempo e tinha planos de ser pai.
5.
Nenhum deles conheceu a liberdade.
Por esses dias, milhares de pessoas seguiram os seus funerais.
Milhares se despediram nos últimos dias de abril de 1974.
Mas ninguém os recordou hoje.
Pelo menos que eu tenha notado, ninguém deles falou.
Ninguém se lembrou dos quatro para quem a liberdade foi, até ao último segundo da sua curta vida, a esperança em estado bruto.
Ninguém se lembrou de quatro rapazes que, se fossem vivos, estariam certamente no único lugar possível, o lugar dos que acreditam que a ditadura e o fascismo têm de ser combatidos.
“SH Diana” chegou às 8 da manhã e pouco mais de 6 horas depois já estava a sair da barra da Figueira da Foz
Foto: via Figueira TV
O “SH Diana”, com 120 metros de comprimento e 20 de largura, fez ontem escala na Figueira da Foz. O navio chegou pelas 08H00, vindo de Lisboa. Largou amarras do Porto Comercial, pouco mais de 6 horas depois, cerca das 14H30, em direcção à Galiza.
Trazia 74 passageiros e 119 tripulantes a bordo, embora tenha capacidade, respectivamente, para 209 e 141.
Os passageiros dos cruzeiros que fazem escala na Figueira da Foz, durante as horas que passam em terra, seguem viagem, de autocarro, para Coimbra ou Fátima. A Figueira cidade e concelho, continua a ser "apenas uma escala e não um destino."
Já agora, um pouco de "estória" local, via esta grande primeira página do jornal "A Voz da Figueira", datada de 11 de julho de 1996! Para verem melhor, cliquem na imagem.
Desde a década de 90 do século passado, comparável ao sucesso da passagem de grandes navios de cruzeiros pelo porto da Figueira da Foz, só a passagem de aviões pelo aeroporto de Beja!quarta-feira, 26 de abril de 2023
Chico Buarque, Prémio Camões 2019
𝗙𝗶𝗹𝗶𝗽𝗮 𝗠𝗮𝗿𝘁𝗶𝗻𝘀 𝗻𝗮𝘀 «𝟱𝗮𝘀 𝗱𝗲 𝗟𝗲𝗶𝘁𝘂𝗿𝗮» 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗮𝘀𝘀𝗶𝗻𝗮𝗹𝗮𝗿 𝗼 𝗰𝗲𝗻𝘁𝗲𝗻𝗮́𝗿𝗶𝗼 𝗱𝗼 𝗻𝗮𝘀𝗰𝗶𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼 𝗱𝗲 𝗡𝗮𝘁𝗮́𝗹𝗶𝗮 𝗖𝗼𝗿𝗿𝗲𝗶𝗮
Via Biblioteca Municipal Figueira da Foz
Dia 27 de abril, pelas 21h30, Filipa Martins, coautora do argumento da série Três Mulheres, em exibição na RTP 1, irá marcar presença na Biblioteca Pública Municipal Pedro Fernandes Tomás, para apresentar o seu mais recente livro «O Dever de Deslumbrar- Biografia de Natália Correia», editado pela Contraponto.
𝗔𝗹𝗶𝗲𝗻𝗮𝗰̧ã𝗼 𝗱𝗼 𝗣𝗮𝗰̧𝗼 𝗱𝗲 𝗠𝗮𝗶𝗼𝗿𝗰𝗮 𝗮𝗽𝗿𝗼𝘃𝗮𝗱𝗮 𝗰𝗼𝗺 𝘃𝗼𝘁𝗼𝘀 𝗱𝗼 𝗲𝘅𝗲𝗰𝘂𝘁𝗶𝘃𝗼 𝗲 𝗱𝗼 𝘃𝗲𝗿𝗲𝗮𝗱𝗼𝗿 𝗱𝗼 𝗣𝗦𝗗
Milhares nas ruas a agarrarem a liberdade com unhas e dentes
No concelho da Figueira, as celebrações oficiais do 25 de Abril realizaram-se em Moinhos da Gândara
terça-feira, 25 de abril de 2023
Não ter um pingo de vergonha na cara é isto...
Hoje, na Assembleia da República, "deputados do Chega batiam nas mesas e empunhavam cartazes com as bandeiras da Ucrânia e onde se podia ler frases como “Chega de Corrupção” enquanto o presidente do Brasil discursava. Um protesto que valeu uma chamada de atenção do presidente da Assembleia da República".
URAP - Núcleo da Figueira da Foz, promoveu um jantar comemorativo da passagem dos 49 anos do 25 de Abril de 1974
Com Jorge Neves, em nome da Comissão Instaladora da URAP-Núcleo da Figueira da Foz, a fazer as "honras da casa" houve duas breves intervenções.
Em primeiro lugar, usou da palavra Jorge Dias, membro constituinte do Núcleo da URAP na Figueira da Foz e militar de Abril (em Abril de 1974 era militar no RAP 3, na Figueira da Foz: "registei o que me incumbiram, ou seja, tudo o que fosse motivo de registo fotográfico. Mas houve outras nuances, como a detenção do comandante da unidade, Sílvio Aires de Figueiredo, levada a efeito por mim e pelo capitão Dinis de Almeida, que lhe deu voz de prisão. O comandante não aderiu ao golpe, era uma força de bloqueio, como outras que existiam no RAP 3.)