terça-feira, 10 de novembro de 2020

A democracia defende-se com que defende os valores do regime instaurado em 1926, ou ao lado da quem lutou contra ele?..

A banalização da extrema-direita

«...qualquer entendimento com o Chega, que há meses aderiu oficialmente à família política europeia de Le Pen, Salvini e Wilders, é tão condenável como entendimentos com BE e PCP, que serão tão ou mais extremistas que este.

Esta banalização da extrema-direita, além de indecente e absurda, ignora a história política e legislativa do PSD, que foi acordando e aprovando com o PCP múltiplos diplomas que hoje moldam a nossa sociedade. A começar pela Constituição da República, aprovada por ambos em 1976.

A lista é extensa e abarca várias matérias, legislaturas e lideranças. PSD e PCP aprovaram juntos a Lei de Bases do Sistema Educativo (votada em 1986), a Lei-Quadro da Educação Pré-escolar (1996) e a Lei sobre a Investigação Científica e Desenvolvimento Tecnológico (1988).

Aprovaram a Lei de Bases do Ambiente (1987) e a Lei de Bases da Política Florestal (1996). Votaram favoravelmente ambos a Lei-Quadro dos Museus (2004), a Lei de Bases do Voluntariado (1998) e Lei de Bases da Economia social (2013). Aprovaram o Estatuto do Cuidador Informal (2019).

Votaram a favor das leis da educação sexual e planeamento familiar e da protecção da maternidade e da paternidade (1984) e a Lei de Bases dos Cuidados Paliativos (2012). Aprovaram e propuseram conjuntamente a Lei dos direitos e deveres do utente dos serviços de saúde (2014).

Foram aprovando e redigindo juntos leis, votos e resoluções fundamentais sobre a transferência de Macau para a China (desde 1987) e sobre a luta pela independência de Timor (desde 1990). Aprovaram ambos a criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (1997).

PSD e PCP (e BE, a partir da sua eleição) fizeram parte das maiorias que aprovaram a adesão nacional à Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Descriminação contra as Mulheres (1980) e à Convenção de Istambul, que previne e combate a violência doméstica (2013).

Aprovaram as Convenção da @ilo (International Labour Organization) sobre a liberdade sindical e a protecção do direito sindical (1977) e a relativa às migrações em condições abusivas e à promoção da igualdade de oportunidade e de tratamento dos trabalhadores emigrantes (1978).

Aprovaram juntos as Convenções da ONU dos Direitos das Crianças (1998) e a Convenção Internacional sobre a eliminação de discriminação racial (1982). Aprovaram ambos a Carta Social Europeia (1992) e a Convenção-Quadro Europeia Para a Protecção das Minorias Nacionais (2001).

Votaram conjuntamente a favor da adesão de Portugal à Convenção Europeia dos Direitos Humanos (1978). Aprovaram a adesão aos pactos das Nações Unidas referentes aos Direitos Civis e Políticos e aos Direitos Económicos, Sociais e Culturais (1978).

PSD e a "extrema-esquerda" fizeram e aprovaram a Lei da Iniciativa legislativa de cidadãos (2003) e a Lei eleitoral para a Assembleia da República (1979). PSD e PCP aprovaram juntos o Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma dos Açores (1980).

Muito deste quadro legislativo e constitucional teria a oposição do chega. Naturais, óbvias e saudáveis divergências ideológicas à parte, o PSD sabe que a grande maioria da população vê o PCP e o BE como partidos democratas - o que torna perigosa a equiparação com quem não o é.

Dirigentes do PSD vêm agora condenar quem fez legislou com o PCP e BE, procurando desculpar a sua aliança com a extrema-direita. Vêm agora a correr para classificar partidos com quem fizeram a nossa democracia como algo ao mesmo nível de quem preferiria que ela nunca existisse.

Hoje, com todos, festeja a derrota de Trump e dos valores que representa. Em 2013, @RuiRioPSD afirmava: “O que me assusta não é o perigo de uma ditadura clássica, o que me assusta é que não vai haver uma revolução como em 1926 e vamos assistindo à degradação lenta da democracia".

 

Não sei como se trava a alegada "degradação lenta da democracia", mas de certeza que não é ao lado de quem defende os valores do regime instaurado em 1926. É ao lado de quem o derrotou e depois o enquadrou em 1976. E o foi construindo. Para melhor."»

David Crisóstomo no Twitter

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Todos corremos o risco de morrer da mais tenebrosa das mortes: a do esquecimento...

As regras e o seu cumprimento...

 Via Diário as Beiras

E o sul do quinto molhe, a Costa de Lavos e Leirosa a precisarem de areia como «pão para a boca»

Continua a não se conseguir entender nada do que é essencial. 
Via jornal Diário as Beiras.
"A Câmara da Figueira da Foz está interessada em comprar parte da areia, para o reforço dunar da Praia do Cabedelo, no âmbito das obras de requalificação que ali estão a decorrer. Neste momento, a areia para a retaguarda da duna do Cabedelo está a ser extraída do Cabedelinho, mas aquela praia não tem capacidade para fornecer os 80 mil metros cúbicos necessários. Caso não seja possível adquirir areia das dragagens, a autarquia terá de encontrar outra alternativa, que, em última instância, poderá passar pelo areal urbano".

Esqueçam o Jardim Municipal...

Em Junho do corrente ano, a Câmara da Figueira da Foz lançou o segundo concurso para a requalificação do jardim municipal e ruas envolventes. O preço base é de 1,3 milhões de euros. 

Na altura, enquanto estava a decorrer o processo, o presidente Carlos Monteiro disse ao DIÁRIO AS BEIRAS: "há várias empresas a pedirem esclarecimentos sobre a empreitada."


Recuemos, via Diário as Beiras, à reunião de câmara realizada 15 de Julho de 2019.


Tornamos a avançar. Estamos em 2020. 
1. O primeiro concurso ficou deserto. Os potenciais interessados consideraram baixo o valor apresentado pela autarquia para a obra. 
2. "Os 300 mil euros em Março de 2019 passaram a 800 mil em Julho do mesmo ano. Chegamos a Setembro e a requalificação do Jardim Municipal e envolvente, qual leilão, foi arrebatada ontem em reunião de câmara por 1 milhão e 200 mil (com votos a favor de 2/3 da “oposição”, apesar de considerarem o projecto “desnecessário”). Se contarmos com os habituais imprevistos, imponderáveis e rectificações, facilmente chegaremos ao milhão e meio de euros. Estamos a falar de um jardim do tamanho de um campo de futebol. Se um figueirense tem dificuldade em perceber um investimento deste tamanhão, como é que se explica este número ao resto do concelho?"
3. Segundo o apurado pelo OUTRA MARGEMem Janeiro passado já se admitia que o valor podia atingir 1 milhão e 400 mil euros!.. Fora o imprevisível!
4. Seis meses decorridos, em  Junho de 2020, a Câmara da Figueira da Foz lançou o segundo concurso para a requalificação do jardim municipal e ruas envolventes. O preço base é de 1,3 milhões de euros
5. Existirá um montante final a partir do qual já não será possível evoluir? Um ponto em que não seja possível ir mais longe? Qual será esse  ponto final parágrafo da evolução do custo previsto para a obra do jardim, um espaço que foi remodelado em 2005? 

Estamos perante a segunda vaga da pandemia COVID-19. Esta desgraça, que estava a caminho em vários sectores da nossa sociedade, só por causa da queda do turismo, caiu em força na Figueira. Os piores cenários, se ainda não estão, vão ter forçosamente de ser revistos. 
Infelizmente, para pior. 
Não estamos em tempo de carnaval, foguetório, samba e mais obras da treta. Basta o que basta: Buarcos, casco velho da cidade e o Cabedelo. 
Esqueçam o Jardim Municipal. 
Gastaram-se milhões em Buarcos, mas não criámos postos de trabalho. Gastámos milhões no casco velho da cidade, mas não criámos postos de trabalho. Gastámos milhões no Cabedelo, mas não criámos postos de trabalho.    
Bem pelo contrário: estou convicto que nas zonas afectadas pelo deficiente planeamento e execução a "conta-gotas" das obras em curso, liquidaram-se postos de trabalho criando dificuldades de sobrevivência económica a algumas dezenas, pelo menos, de agregados familiares. 
No difícil tempo que passa, na minha opinião, isto é uma obscenidade. 
Não se pense que estou apenas a culpar o executivo do PS. Culpo o executivo PS, culpo a oposição e culpo o eleitorado do concelho da Figueira, que reforçou a maioria absoluta do PS em Outubro de 2017 e continua desinteressada, amorfa, indiferente, sem protesto que se veja contra toda esta estupidez. 
Se não há dinheiro para apoiar as pessoas, as colectividades, as instituições, a manutenção das empresas e dos postos de trabalho, aquilo que realmente cria riqueza e sustenta os habitantes da Figueira, temos dinheiro para obras desnecessárias, só porque são as obras deste regime figueirense no poder desde Outubro de 2009? 
Sinceramente: seria caso para levar a rir, se tal não fosse excessivamente grave. 

domingo, 8 de novembro de 2020

Coisas que contam...

 «É mais fácil ser pai esta manhã. É mais fácil hoje dizer aos teus filhos que o caráter importa. Importa. Dizer-lhes que a verdade é importante. Que ser uma boa pessoa importa. E é mais fácil para muitas pessoas. Se fores muçulmano neste país, já não tens que te preocupar se o presidente não te quer aqui. Se fores um imigrante, já não precisas de te preocupar com a possibilidade de os teus bebés te serem arrancados ou com o repatriamento sem motivo. É uma reparação para muitas pessoas que realmente sofreram. O “não consigo respirar” não é apenas sobre George Floyd. Imensas pessoas sentiram que não conseguiam respirar.»

Da reação emocionada de Van Jones, a ver na íntegra, depois do anúncio da vitória de Biden (via Maria João Pires).

Caríssimos membros da assembleia de freguesia de Quiaios do PSD e CDU: estão à espera de quê para se demitirem em bloco e acabarem de vez com esta palhaçada?

Via Agostinho Cruz 
«Sessão extraordinária da Assembleia de Freguesia de Quiaios, realizada ontem sábado 7 de Novembro 2020. 
Mais um, triste, episódio do momento político da Freguesia. 
A Ordem de Trabalhos:
Eleição dos vogais, discussão e votação de vários pontos que afligem/apoquentam o Presidente da Junta, moção do PSD etc., etc.. 
Aqui fica um resumo. 
Primeiro ponto.
Eleição (novamente) por escrutínio secreto, dos vogais da Junta de Freguesia. 
O Presidente do Executivo, apresentou os elementos para os vogais do Executivo. Se na sessão anterior não houve novidade, dado que os nomes propostos correspondiam ao que anteriormente tinham sido rejeitados, desta vez mudou, e propôs: António Nascimento (PS) e Vítor Ribeiro (PSD). 
A votação foi idêntica à da sessão passada, 5 votos contra PSD e CDU, e 4 a favor PS. 
Quiaios contínua sem Junta. 
Segundo e terceiro ponto.
Tomada de posse dos novos elementos da Assembleia de Freguesia para substituição dos membros da assembleia que irão integrar a Junta de Freguesia  e eleição por escrutínio secreto da Mesa da Assembleia de Freguesia. 
Estes pontos não tiveram discussão em virtude do ponto anterior - a eleição dos vogais - não ter sido concretizado. 
O PS está consciente, de que cada vez que trouxer a A.F. estes pontos, a resposta será a mesma. Mas insiste. 
Leu uma declaração política, acusando as restantes forças políticas da situação, da crise da economia e social, da pandemia COVID-19, etc, etc. 
Nada de novo, e sempre a mesma ladainha de virgens ofendidas. 
Quarto, quinto e sexto ponto.
Apreciação e votação de autorização para contratação de serviços de vigilância para o Parque de Campismo.
Apreciação e votação de autorização para contratação de serviços de limpeza para o Parque de Campismo.
Apreciação e votação de autorização para contratação de serviços de coveiro para o cemitério de Quiaios.
Estes pontos, são as aflições que apoquentam o Presidente da Junta. 
1- Tem-se verificado, particularmente a partir do final de setembro do corrente ano, um aumento exponencial de utentes do Parque de Campismo de Quiaios. 
2- Os recursos humanos da Freguesia afetos ao Parque de Campismo não sofreram alteração (…) 
3- Os utentes do Parque de Campismo têm manifestado preocupação face à deficiente vigilância, principalmente no período entre as 0h e as 9h (…) 
4- O assistente operacional do quadro responsável por assegurar os serviços de coveiro no Cemitério de Quiaios se encontra de baixa médica (…) 
5- O quadro da Freguesia não dispõe de recursos humanos que possam assegurar as funções afetas ao coveiro; 
6- Ao longo do mês de outubro, os funerais foram assegurados por coveiros municipais; 
7- O Município da Figueira da Foz não dispõe de recursos em quantidade suficiente que lhe permitam assegurar uma disponibilidade permanente; 
8- As taxas recebidas pelo serviço continuam a ser receita da Freguesia.

Entendeu a A.F. que não é matéria da sua competência. Para além disso, era passar um cheque em branco para contratações sem concursos e respectivas propostas. 
(Voltamos a reafirmar, se o PS tem cumprido o acordo que assinou com a CDU, no que diz respeito a pessoal da Junta, estes problemas estavam minimizados.) 
Neste sumário, vou deixar um episódio, sem consequências, mas que revelou alguma atrapalhação no seio do PSD. Um dos seus elementos afirmou: “que de acordo com a Lei 47/2005O nº1 do 2º artº da lei enviada em anexo, invalida todos os pontos inseridos na ordem de trabalhos por parte a junta de freguesia”, não votava os pontos, e que abandonaria os trabalhos. 
Como se depreende o voto de qualidade passou para o PS. 
O PSD pediu interrupção da A.F. 
No início dos trabalhos, voltou a normalidade seguindo-se as votações; 5 votos contra PSD e CDU, e 4 a favor PS. 
Chegamos a pensar que o PSD, tinha um infiltrado do Chega. 
Sétimo ponto.
Apreciação e votação da proposta de solicitação por parte do Tribunal Administrativo de Coimbra de gestão actual da Junta de Freguesia de Quiaios. 
Está confuso? 
Mas leram bem, é assim que está na O.T. quer isto dizer, em termos mais práticos e português corrente: Moção do PSD. 
A moção descreve os factos vividos desde a notificação da perda de mandato da Presidente e Secretario a 24/9/2020 até ao dia da última A.F. realizada no passado dia 6/10/2020, solicitando que o Tribunal se pronuncie. 
Contrapondo, o PS, apresenta na A.F., uma exposição contestando alguns pontos da moção, pedindo a sua inclusão junto da MOÇÃO. 
Erro da Mesa da A. F. 
Deveria ter mandado para análise, juntamente com os documentos da O.T., e não promover um intervalo para examinar o documento. 
Outro erro da Mesa.
Não submeter para discussão, votação e aceitação do documento à A.F. como sugeriu a CDU. 
As partes entenderam-se, os documentos foram votados por unanimidade. 
Última questão levantada na A.F. os cartões de telemóvel da Junta e ainda em posse da Presidente e do Secretario. 
Foi recomendado ao Presidente em exercício que solicitasse a sua devolução. 
Se não se vier a concretizar as operadoras anulam os números. 
Foi aprovada com os votos a favor do PSD e CDU 5 e 4 abstenções PS. 
Pelo andar da carruagem vê-se logo quem lá vai dentro. 
O PS continua agarrado ao poder, e assim pretende continuar. 

A próxima A.F. será ordinária e terá lugar durante este mês, ou em Dezembro e tem por finalidade a discussão e votação do Plano Plurianual e Orçamento da Junta. 
Como não há Executivo, não há orçamento. 
Assim, a Freguesia entrará no último ano de mandato sem, mais um, orçamento.»

Oficinas da CP voltam a reparar comboios na Figueira da Foz

As oficinas da CP na Figueira da Foz foram encerradas em novembro de 2011. Na altura, empregava 34 trabalhadores, 10% dos 340 que ali chegaram a exercer funções em 1980.

Este grupo oficinal estava sob gestão da EMEF – Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário, criada em 1993. 
No início deste ano a empresa foi reintegrada na CP – Comboios de Portugal, de modo a evitar redundâncias e agilizar a manutenção e reparação do material circulante.
No passado dia 4 de Maio, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, admitiu  “dificuldades” no acesso aos meios de transporte público nestes primeiros dias após o fim do estado de emergência, concretamente no que diz respeito aos comboios suburbanos, que têm habitualmente mais lotação. Não será fácil reforçar a oferta com mais comboios, desde logo “porque não os temos“
Em Janeiro passado reabriu a oficina de Guifões, em Matosinhos. Na oportunidade,  Nuno Freitas, presidente da CP, anunciou a criação de 140 novos postos de trabalhos até ao final de 2021, 90 dos quais qualificados. 
Agora, a CP reabriu as oficinas na Figueira da Foz...

"Recato", aconselha Costa...

António Costa garante que o PS está unido sobre as presidenciais. 
O secretário-geral socialista conseguiu aprovar moção que reconhece "mandato positivo" de Marcelo Rebelo de Sousa. 
Ana Gomes foi mencionada, mas a direçcão do PS não apoia formalmente qualquer candidato. 
"Esta candidatura será mais forte com os apoios de todos os socialistas que nela se reconhecerem. Muitas e muitos socialistas aguardavam a decisão dos órgãos do PS hoje tomada, para expressar a sua posição sobre as próximas eleições presidenciais", reagiu Ana Gomes. 

"Quanto a mim próprio manterei o devido recato", "devo manter o maior recato"
A garantia foi dada pelo secretário-geral do PS, António Costa, e tem a ver com a sua conduta face às próximas eleições presidenciais. 
"Recato", disse António Costa!.. 

A Figueira não está condenada...

Foto Pedro Agostinho Cruz

Todos somos políticos.

Não tomar posição política é, pelo menos desde Aristóteles, uma escolha política.

Por muito que nos queiramos fazer de politicamente mortos, desinteressados, santinhos, oportunistas, inocentes, ou parvos, acabamos sempre por contribuir para representar um papel importante no espectro social e do poder, mesmo quando nos proclamamos «apolíticos» ou sem ideologia.

É claro que, a meu ver, tanto a política activa, empenhada e militante, como o exercício da cidadania têm de passar por causas e princípios éticos e morais.

Num e noutro caso, tem de haver decência, no sentido mais puro do conceito: o da dignidade, o da correção, o da civilidade e o da honradez, que se definem, é certo, num plano ético abstrato, mas que permitem um vasto leque de comportamentos, pautados pelos princípios básicos do convívio humano.

A Figueira, a tal serôdia Rainha das praias de Portugal, é uma cidade intimamente associada ao passado. Tem vida, tem história e tem lenda.

Porém, estando garantido tudo isso, é responsabilidade colectiva dar-lhe um futuro. E o futuro terá de passar por uma Figueira cosmopolita, vibrante, ambiciosa, capaz de criar e de aproveitar as oportunidades que se lhe oferecem, e de ombrear, ou mesmo ultrapassar, com as cidades da mesma dimensão, mas mais desenvolvidas da região e do país.

Isso passa por uma visão de progresso e modernidade, respeitando as pessoas que cá nasceram, cá viveram, cá vivem, ou aquelas que, estejam onde estiverem, se sentem de alguma forma ligados à Figueira.

É fundamental a fixação de empresas e criação de emprego, justiça social, inclusão e participação, bom uso dos recursos naturais, digitalização e universalização de serviços ao cidadão. 

É imprescindível, antes de mais, criar riqueza para fixar e atrair talentos. Só assim Figueira pode aspirar a ser um concelho competitivo e desenvolvido.

Como sabemos, nas últimas décadas muitos jovens abandonaram a cidade quando concluíram a sua formação. Por isso, é imprescindível o investimento que traga à cidade vida e futuro para esses jovens.

A actual pandemia, com o teletrabalho, acelerou a transição para o mundo digital, antecipando uma evolução inexorável. As empresas modernas vão apostar, cada vez mais, em políticas de teletrabalho. Se, no passado, a Figueira falhou na captação de iniciativas empresariais, no futuro tem uma oportunidade de ouro de garantir o regresso de quadros ligados à cidade por laços familiares ou afectivos.

A crise pandémica trouxe-nos tempos difíceis do ponto de vista económico e social: hoje, é ainda mais evidente que a Figueira tem de ser uma cidade solidária e inclusiva. 

Nenhuma comunidade moderna atingirá a plenitude com as desigualdades económicas e sociais que a Figueira ainda tem.

São necessárias políticas de erradicação da pobreza, com particular foco nos mais jovens e nos mais idosos. O direito à habitação digna tem de ser assegurado. São precisas medidas corajosas de combate ao desemprego, ao emprego precário e à solidão. 

Solidariedade, inclusão, justiça social e democracia, devem ser pilares maiores de uma política de desenvolvimento de uma cidade e de um concelho como a Figueira.

Temos pela frente, para além da pandemia, outro desafio enorme na Figueira: o grave problema das alterações climáticas, que não podemos deixar, sem mais, às novas gerações.

A Figueira, tem de ser cada vez mais uma cidade verde e ambientalmente responsável. A solução das questões globais começa no contexto local: a boa qualidade da água, do solo e do ar, o combate ao desperdício e a boa gestão energética, a luta contra a erosão costeira  têm de ser preocupações básicas da gestão camarária, com medidas concretas e eficazes, e não com iniciativas para o faz de conta e para a fotografia.

Um desenvolvimento sustentável implica também uma mais harmoniosa ligação entre o centro urbano e a periferia com oferta de transportes acessíveis.

Um bom acesso à Internet é hoje condição indispensável de desenvolvimento: a Figueira tem de ser cada vez mais digital e eficiente. A cobertura total do concelho em fibra óptica, assim como uma cobertura de wifi em espaços públicos é urgente.

A Figueira necessita de melhores serviços públicos. Para isso, é necessário garantir o investimento necessário. Escolas, Serviços de Saúde, Serviços Camarários, têm de ter mais qualidade e proximidade com os figueirenses.

É necessário criar a rede que caracteriza as cidades inteligentes, de modo a assegurar a melhor funcionalidade dos serviços e uma gestão moderna do município. Usando recursos digitais ir-se-á mais longe no combate à lentidão e à burocracia, e ganhar-se-á na rapidez, facilidade e conveniência dos serviços às pessoas.

A Figueira, apesar das dificuldades e a gestão incompetente que dura há décadas, não está condenada ao subdesenvolvimento e ao atraso. A Figueira pode ter futuro. Isso, porém, passa em primeira instância pelos figueirenses.

Contudo, será que eles querem?

Biden derrota Trump e é o 46º presidente eleito dos Estados Unidos

 

André Ventura sobre Biden: "Temo que tenha vencido a voz das minorias que preferem viver à custa do trabalho dos outros".

Para os simples e ingénuos, como eu, é sempre surpresa ver pulhas com protagonismo social e poder político. O pulha é pulha porque se sente impune.

Pode ser este Trump com uma espantosa carreira de vigarices, um autarca local, um anónimo qualquer a mandar lixo para uma caixa de comentários. 

O pulha só respeita uma lei: a do vale tudo. Pelos vistos, a prática dessa anomia vai trilhando caminho, não só nos Estados Unidos e na Europa, mas também em Portugal.

A pulhice é um factor que explica maioritariamente o que vemos acontecer no que se chama “fazer política”.

Quem faz acordos políticos com um partido dirigido por uma pessoa que se mostra sósia de Trump, disponível e interessada em violar direitos de outras pessoas e em transformar  Portugal num espaço selvagem  e de uma desumanização cada vez maior e mais perigosa, não tem atenuantes.

Cito Ana Sá Lopes"O PSD tem um aliado novo, o Chega.

Esta vai ser a linha de argumentação do PSD e da direita em geral para acolher o Chega – tornar equivalentes dois partidos que não põem em causa a Constituição com o partido de Ventura.

Depois de André Ventura ter anunciado que existia um acordo entre o seu partido e o PSD para viabilizar um governo dos Açores liderado por José Manuel Bolieiro, Rui Rio ficou num silêncio pesado. Rui Rio e Bolieiro acharam que não havia nada a declarar. É possível que seja o silêncio dos envergonhados. Deve existir ainda uma réstia de social-democracia na São Caetano à Lapa e em Ponta Delgada que os impede de assumirem publicamente que se associaram ao Chega e vão diminuir o rendimento social de inserção nos Açores, a região onde o risco de pobreza é maior no país. Para quem sempre se afirmou um social-democrata, é mais um prego no caixão ideológico.

Não podemos dizer é que não sabíamos. Rui Rio disse ao que vinha. Em entrevista à RTP, no dia 29 de Julho, admitiu acordos com o Chega – o entendimento nos Açores acaba por ser uma consequência lógica desse abrir de portas. À luz dos recentes acontecimentos, tudo ainda é mais claro. Mas é verdade que no Verão Rui Rio achava que o Chega era um partido “em muitos casos de extrema-direita, muito longe” dele que estava “ao centro”. E também que “se o Chega continuar numa linha de demagogia, de populismo, da forma como tem ido” haveria “um problema, porque aí não é possível um entendimento com o PSD”

Afinal, três meses e meio depois, é possível.."

DESPORTIVO CLUBE MARÍTIMO DA GALA

Via Diário as Beiras

sábado, 7 de novembro de 2020

O merdas que se dá ao luxo de não respeitar as regras da democracia já foi à vida. Contudo, o "palhaço" continua armado em "cão com pulgas"...

«Joe Biden vence as eleições e é o próximo Presidente dos Estados Unidos. 

A mesma questão pode colocar-se hoje em Portugal...

"... os resultados das eleições presidenciais norte-americanas têm suscitado uma dúvida legitima, mas que exprime alguma ingenuidade política. Quem a exprime parte do princípio segundo o qual os Estados Unidos da América são uma sociedade «civilizada», no sentido tradicional do termo, que deveria por isso excluir práticas e valores como os exibidos por Donald Trump e os seus numerosos apoiantes. 

Fica a lição do poder e as sugestões da oposição...

Via Diário as Beiras

Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz pedem ajuda financeira a empresas para ultrapassar dificuldades

Via Diário as Beiras

Boa notícia


Via Diário as Beiras

Sem Trump aceitar a derrota, a eleição pode ficar num limbo até Dezembro...


Esperavam que um palhaço como Trump, que andou a enganar milhões durante anos, via facebook e twitter, aceitasse facilmente saber que foi derrotado pelos correios?