segunda-feira, 11 de junho de 2018

"AREIA A MAIS, AREIA A MENOS…"

A FIGUEIRA DA FOZ VAI ATÉ À PRAIA DA VIEIRA DE LEIRIA...
Sexta-feira passada, dia 8 do corrente, na Vieira de Leiria (Marinha Grande), no auditório da Biblioteca local, teve lugar uma sessão pública, organizada pela associação cívica local Marinha Grande em Movimento, com intervenções de Alfredo Pinheiro Marques (director do CEMAR), Eurico Gonçalves e Miguel Figueira (coordenadores do movimento cívico SOS Cabedelo, e membros do Conselho Consultivo e Científico do CEMAR), e José Nunes André (geólogo e consultor de Ambiente local).
Tratou-se do Ordenamento (e desordenamento…) Costeiro: da erosão e do assoreamento do litoral português, no âmbito da situação catastrófica que está em curso desde há décadas na Beira Litoral (sobretudo desde Aveiro até Mira e desde a Figueira da Foz até à Nazaré) devido aos efeitos do "erro histórico" da construção dos molhes, monstruosos e desmesurados, que foram construídos na segunda metade do século XX na barra do porto lagunar de Aveiro e na barra do porto fluvial da Figueira da Foz.
O que ali foi agora discutido na Vieira foram sobretudo os molhes que mais afectam essa região: os que levaram à destruição das praias e do Turismo da Figueira da Foz e levaram à erosão feroz que desde então se tem avolumado em todos os litorais a sul da Foz do Mondego: Cova-Gala, Lavos, Leirosa, Pedrógão, Praia da Vieira…

O director do Centro de Estudos do Mar (CEMAR) participa também em iniciativas deste tipo porque, embora esta associação científica tenha como fim estatuário e como actividade principal a defesa do Património Cultural e Histórico Marítimo (a herança histórica e patrimonial local, e a etnografia, tecnologia e cultura popular marítima dos pescadores e marítimos locais), não quis deixar nunca de, também, ao mesmo tempo, desde o princípio (1995), tomar também posição e fazer ouvir a sua voz sobre a paralela e indissociável questão cívica e científica da defesa do Património Natural e Ambiental Marítimo. Sobretudo, sobre esta catástrofe ambiental indesmentível (cujos resultados estão à vista de toda a gente), que sepultou aquela que outrora havia sido considerada em Portugal a "Rainha das Praias Portuguesas" ("Figueira, das finas areias, berço das sereias…") sob um areal monstruoso que afastou a cidade do mar ("o maior aterro urbano da Europa") a norte da foz do Mondego, ao mesmo tempo que a sul se criavam problemas de erosão gravíssimos, que ameaçam as populações (e o próprio Hospital Distrital), e estão a afectar todas as praias e populações da costa portuguesa, até Pedrógão, Vieira, etc..
A erosão e assoreamento que transformaram aquela que outrora havia sido chamada "a Praia da Claridade" em algo que, pelo homem do mar, e autor autodidacta da História Marítima local figueirense, Manuel Luís Pata (Associado Honorário do CEMAR, e Medalha de Mérito da Cidade da Figueira), veio a ser chamado "a Praia da Calamidade"…

Portugal, na sua realidade geográfica e humana concreta, e no seu significado simbólico e identitário, tem como uma das suas características mais notáveis as suas célebres praias de areia branca: como se diz, popularmente (na célebre "Nau Catrineta"), "Terras de Espanha, Areias de Portugal"... Mas, aqui, na Beira Litoral, toda esta realidade está em risco.
E é em Portugal que existem -- e, sobretudo, aqui, na Zona Centro do país (e, também, nesta Praia da Vieira de Leiria, ao sul da Figueira da Foz) -- as comunidades dos pescadores da "Arte", a pesca de cerco e alar para terra a partir de praias arenosas (actualmente designada oficialmente como "Arte-Xávega"), únicas em termos mundiais, que pescam sem portos (!), com os seus extraordinários "Barcos-da-Arte" em forma de meia-lua, sem quilha nem leme (!), enfrentando e varando a rebentação a partir das próprias praias ("tecnicamente, surfistas"…), em pleno litoral oceânico do Atlântico Norte…! ("os mais pobres dos pobres, com o mais belo barco do mundo"… "sozinhos com Deus e Mar"… no silêncio rumoroso dos seus antigos litorais arenosos desertos).
Todo esse mundo (o mundo a que Paulo Rocha, outrora, no Furadouro [Ovar], chamou "um mundo maior do que o das cidades"…), está hoje em dia em perigo (em agonia acelerada, "como neve diante do sol"...), ao mesmo tempo que estão em perigo as próprias praias de areia fina em que, ao longo dos últimos séculos, tal mundo existiu.
Assim nos sendo dada, uma vez mais, a lição que já tínhamos obrigação de saber (e nunca nos deveremos cansar de repetir): são absolutamente paralelas, e indissociáveis, a defesa do Património Cultural e Histórico e a defesa do Património Natural e Ambiental.

O Centro de Estudos do Mar (CEMAR), centrado na Figueira da Foz do Mondego e na Praia de Mira, lutou ao longo de mais de vinte anos pela sobrevivência deste mundo cultural e pela salvaguarda, e "renaturalização" (verdadeira) do seu ecosistema. E tentou motivar para esse combate também todas as demais instituições e entidades da "sociedade civil" e da "comunidade científica e universitária" (e já em 06.09.1996 o jornal "Público" o noticiava).
Lutou, e vai continuar a lutar… E congratula-se por, finalmente, na Figueira da Foz, desde 2009, ter surgido (mas, significativamente, vindo de fora da "comunidade científica e universitária"…!) o movimento cívico SOS Cabedelo, que foi quem foi capaz de desatar o "nó-cego" de tantas décadas de imobilismo, de desleixo e de fatalismo... e foi capaz de ir procurar, encontrar, e propor, uma verdadeira nova solução -- através de um "by-pass", de transposição mecânica das areias… -- para o catastrófico "exemplo" de Hidráulica Marítima da Figueira da Foz…  O catastrófico "exemplo" do "erro histórico" cujos resultados foram calamitosos.

O Centro de Estudos do Mar, na Figueira da Foz, vai continuar a lutar e a apoiar o movimento cívico SOS Cabedelo no combate pela reposição da dinâmica sedimentar e da alimentação das praias com a areia que nelas é natural, desde a Figueira da Foz até à Praia da Vieira e mais a sul.
E os contributos pessoais de Alfredo Pinheiro Marques, director do CEMAR, ao longo destes anos, vão ser antologiados, no fim, no seu livro "O Mar Mais Alto Do Que a Terra", em edição do CEMAR.

"Areia a Mais, Areia a Menos…" : a Figueira da Foz vai -- ou não vai…? (ou devia ir…) -- até à Praia da Vieira…
Na passada sexta-feira, dia do corrente, foi.

Via INTERMAR

domingo, 10 de junho de 2018

Ainda há cartazes sem erros...

Volta Ataíde, que estás a fazer muita falta na Figueira...

O chauvinismo começa quando aparece nuvem negra no céu e as pessoas correm a recolher a roupa do varal...

Via o sítio dos desenhos

"Bem sei que o chauvinismo, no seu «entusiasmo intransigente por uma causa, atitude ou grupo», por extensão de sentido, também «rejeita tudo o que é de outros». O chauvinista não conhece a ponderação, o relativismo, a civilidade, a cortesia, a franqueza, o sentido de humor, porque não os compreende. 
Também não compreende a ironia nem aceita a crítica. Toma-as sempre como afronta. 

Em todo o caso, o que terá levado a simpática e até aqui discreta secretária da junta de Maiorca ao protagonismo político? Com mandato de quem, de que plataforma política informal ou desconhecida aceitou o papel de representar uma rábula de um chauvinismo tão anedótico que julgava já ultrapassado entre nós?" 

O chauvinismo “maior cá”. 

PUBLICIDADE INSTITUCIONAL

Via AS BEIRAS

Que bom!..

Via jornal Público

O que se segue são excertos do artigo da Wikipédia sobre a cocaína. Como este não é um artigo científico, posso citar a Wikipédia à vontade:

A cocaína (...) é um alcalóide, estimulante, com efeitos anestésicos, utilizada fundamentalmente como uma droga recreativa. Pode ser aspirada, fumada ou injectada. Os efeitos mentais podem incluir perda de contacto com a realidade, um intenso sentimento de felicidade ou agitação. Os sintomas podem envolver aceleração do ritmo cardíaco, transpiração e dilatação das pupilas. Quando consumido em doses elevadas, pode provocar hipertensão arterial ou hipertermia. Os efeitos têm início alguns segundos ou minutos após a sua utilização e duram entre cinco e noventa minutos. (...) A cocaína é muito viciante, graças aos efeitos provocados (...) no cérebro. Existe um sério risco de dependência, mesmo se consumida por um curto período de tempo. A sua utilização aumenta ainda o risco de acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio, problemas pulmonares em pessoas que a fumam, infecções sanguíneas e paragem cardiorrespiratória súbita. (...) No seguimento de administração repetida das doses, a pessoa pode ver diminuída a sua capacidade de sentir prazer e fisicamente sentir-se muito cansada.

Interessante esta descrição, porque se aplica que nem um fato de latex — dizer que “nem uma luva” é antiquado — ao que se vai passar nos próximos meses. Aliás, ao que se passa já há vários anos, mas que agora conhece o ritmo galopante de uma epidemia, melhor, de uma pandemia: a pandemia do futebol. Tudo serve de pretexto para encher televisões — ainda o meio de comunicação mais importante —, em conjunto com toda a outra comunicação social, para termos uma overdose maciça de futebol, de droga, de cocaína. O que se passa nas chamadas “redes sociais” só consigo imaginar, visto que não ando por todos os locais mal frequentados, só alguns.
As escassas notícias que ainda conseguem penetrar entre os Brunos e as claques, os Vieiras e os “directores” e os “assessores jurídicos” e os porta-vozes, as fraudes e os pagamentos a árbitros e jogadores, os jogos manipulados, os negócios com as apostas, com a publicidade com os produtos do merchandising, as extorsões e espancamentos, são abafadas e mesmo assim parecem ser de mais. A fronteira que já não existe entre canais noticiosos e desportivos tornou-se uma competição para ver quem é que mais fala da bola. E as “audiências” viciam-se. Oh, se se viciam!
O futebol é a coisa mais parecida com a máfia que existe em Portugal — ou melhor, é a nossa máfia lusitana. Eles produzem a cocaína, muitas vezes em sentido literal, mas a rede de distribuição é a comunicação social. Como o negócio antigo das notícias não vende, o negócio moderno é tornar o futebol, como agora se diz, “incontornável”, ou seja, as pessoas não podem fugir dele, como os distribuidores de droga nas escolas, e ficam tão “agarrados” que já não sabem ver, ouvir e ler outra coisa. O efeito é um círculo vicioso: só se tem audiências, ou seja, publicidade e negócios, se se passa futebol, senão as “audiências” circulam de canal em canal atrás da imagem do circo leonino, ou da sombra da prisão por cima dos encarnados, ou das memórias agora mais calmas do Apito Dourado, do Macaco e do “café com leite”.
É por isso que se pode reescrever o artigo da Wikipédia sobre a cocaína:
O futebol é um estimulante, com efeitos anestésicos, utilizado fundamentalmente como uma droga recreativa, muito útil quando há pouco pão, para que haja muito circo. Pode ser visto, ouvido, lido, aspirado, fumado ou injectado. Os efeitos mentais podem incluir perda de contacto com a realidade, um intenso sentimento de felicidade ou de violenta agitação. Os sintomas podem envolver aceleração do ritmo cardíaco, transpiração e dilatação das pupilas, grunhidos, gestos obscenos, pinturas de guerra e porte de cornos na cabeça. Quando consumido em doses elevadas, pode provocar hipertensão arterial ou hipertermia ou definhamento da inteligência em geral. Os efeitos têm início dentro de alguns segundos ou minutos após a sua utilização e duram entre cinco e noventa minutos, pelo que é necessário estar sempre a ver televisão, a ouvir rádio, a ler jornais, a falar de futebol nos cafés, a discutir no emprego, em doses cada vez maiores. O futebol é muito viciante, graças aos efeitos provocados no cérebro, que assume cada vez mais a forma de uma bola. Existe um sério risco de dependência, mesmo se consumido por um curto período de tempo. A sua utilização aumenta ainda o risco de acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio, problemas pulmonares em pessoas que o fumam, infecções sanguíneas e paragem cardiorrespiratória súbita, violência doméstica, homofobia e outras filias. No seguimento de administração repetida das doses, a pessoa pode ver diminuída a sua capacidade de sentir prazer e fisicamente sentir-se muito cansada, e ter várias formas de impotência, a começar por cima e a acabar em baixo.
Há muitas coisas que ajudam a estupidificar o país. Mas, nos dias de hoje, a mais eficaz é o futebol. Vamos todos para Moscovo de bandeirinha."

sábado, 9 de junho de 2018

Uma história figueirense: o outro lado do oásis... (2)

Não são precisas mais palavras... (2)

Mais uma trapalhada a acabar num choradinho?...

"A Feira Internacional do Mar (FIMAR) da Figueira da Foz tinha marcado o seu regresso, após várias décadas da última edição, para o próximo dia 14, na praça do Forte, partilhando o espaço e quatros dias do calendário com a Feira das Freguesias. Entretanto, depois de ter sido anunciada no programa das Festa da Cidade, a organização decidiu adiá-la, para aduzir elementos que dignificassem a “marca” e para não redundar numa tentativa falhada de fazer jus ao prestígio e à história que o certame conquistou na década de 1980. 
Os organizadores, o Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra (ISCAC) e a autarquia, decidiram que o melhor seria dar mais tempo, para poderem organizar um evento digno do seu nome e da sua história. 
“A escola constatou que o tempo não era suficiente para organizar uma feira com a dimensão e o prestígio da FIMAR, e optou-se por uma pausa de espera, para, com tempo, se organizar algo compatível com esse prestígio e essa dimensão”, justificou ao DIÁRIO AS BEIRAS Manuel Castelo Branco, presidente daquele instituto. 
O ISCAC e a Câmara da Figueira da Foz mantêm, no entanto, o interesse em retomar a FIMAR. Ao que o DIÁRIO AS BEIRAS apurou, a feira poderá voltar a mostrar as actividades ligadas à economia do mar em setembro deste ano, de 27 a 30, podendo coincidir com a Feira Sabores Terra e Mar, organizada pela Associação Figueira com Sabor a Mar, ou em abril de 2019. 
Entretanto, na próxima semana, Manuel Castelo Branco vai passar o testemunho da presidência do instituto de Coimbra a Pedro Costa, recentemente eleito para o cargo, o que significa que será o novo presidente do ISCAC a liderar o processo. 
Como é que o ISCAC entrou na organização da FIMAR? O instituto, recorde-se, criou a Escola do Mar da Figueira da Foz, na antiga Casa dos Pescadores de Buarcos. Por isso, era o parceiro ideal para o evento, que também terá no programa conferências e debates sobre a economia do mar. Inicialmente, ao que foi possível apurar, terá sido convidado por um empresário local que teve a iniciativa de retomar o certame, convite, esse, que foi reiterado, e reforçado, pela autarquia, quando esta tomou o leme da organização, após a saída do privado da organização."

Via jornal AS BEIRAS

Nesta nossa Figueira da Foz, há sempre algo que nos desconcerta....

Imagem sacada daqui
"Exmos Senhores
Cheguei agora a casa, e um pouco mais calmo, volto ao apoio de praia em Buarcos e pensando duma maneira geral naquela infra-estrutural chego à conclusão que vocês na APA são, efectivamente INCOMPETENTES!!!!!!
Então vocês que deviam defender o ambiente aprovam um projecto que:
1. A rua de acesso não tem colector de esgotos então aprova-se, presumo eu, a implantação dum poço que terá uma bomba que bombeará os efluentes numa extensão de mais de 100 m até a caixa onde liga a Plataforma! E tudo isto na praia....
2. A rua de acesso não tem rede de gaz, então há que fazer um ramal de mais 100m enterrado na areia! É tudo isto na praia...
Lembro que naquela zona passam, no Verão, milhares de pessoas entre as quais muitas crianças!

Concluindo: Tenham juízo, um pouco de bom senso, e Concessionem o que reúne condições para isso! O que não tem condições não Concessionam."

Bom sábado


Em tempo
Dedicado a Jorge Jesus.

Carlucci

"Há dias, uma televisão convidou-me a dar um testemunho, por ocasião da morte de Frank Carlucci, o embaixador que os americanos enviaram para Portugal, alguns meses depois do 25 de abril. Agradeci, mas não aceitei.

Faço parte de uma geração que, por algum tempo, viveu com a imagem regular de Carlucci na nossa (à época única) televisão. Aquela figura de rictus estranho, com umas patilhas de forcado, foi então uma espécie de vedeta nacional. Eu já era diplomata e tenho bem presente a sua importância na sociedade política portuguesa.

Segundo alguns historiadores, Carlucci terá convencido o chefe da diplomacia do presidente Nixon, Henry Kissinger, de que a deriva revolucionária portuguesa, subsequente ao 25 de abril, não condenava necessariamente o país a converter-se numa república socialista radical, que este via como uma espécie inevitável de "vacina" para a Europa ocidental. Para o embaixador, havia a opção de apoiar os líderes dos partidos moderados, tentando, com a ajuda de regimes pluralistas europeus, promover a instauração da democracia no país. O facto de isso ter assim sucedido é tido por muitos a crédito de Carlucci.

Por este facto, Carlucci transformou-se, aos olhos de alguns, num "herói" da democracia portuguesa, uma espécie de "santo padroeiro" do 25 de novembro. E os descendentes políticos dessa gratidão apresentaram, na Assembleia da República, votos (diferenciados) de pesar pelo passamento do político americano. Esse voto tem de ser respeitado. Quero, porém, deixar aqui claro que, se acaso fosse deputado, não me teria associado a ele, abstendo-me ou saindo da sala. Porquê? Porque não aplaudo cínicos.

Frank Carlucci apoiou os democratas portugueses, não pelo sentido humanista decorrente de uma opção a favor da vida política em liberdade no nosso país, mas exclusivamente porque esse era o interesse geoestratégico americano de ocasião. Mas não será isto um preconceito? Não creio. Em outras ocasiões, a História prova que o mesmo Frank Carlucci deu apoio, claro e deliberado, a golpes políticos conducentes à instauração de ditaduras e regimes opressivos noutras partes do Mundo. Com orgulho declarado e sem o menor remorso.

Aliás, não é necessário ir muito longe para constatar essa duplicidade: a mesma administração americana que enviou Carlucci, para substituir um diplomata que não tinha "visto chegar" a Revolução cujas consequências pretendia combater, era precisamente o mesmo que até então se mostrara plenamente confortável com o regime ditatorial de Marcelo Caetano. Desejo assim que Carlucci descanse em paz. Nada mais."

Francisco Seixas da Costa
* EMBAIXADOR

sexta-feira, 8 de junho de 2018

Não são precisas mais palavras...

Tribunal confirma Assembleia Geral para dia 23 de junho

"A realização da Assembleia Geral do Sporting marcada para o dia 23 de junho foi confirmada esta sexta-feira por decisão do tribunal. Os juízes aceitaram a providência cautelar interposta por Jaime Marta Soares. O anúncio foi feito pelo presidente da Mesa da AG em comunicado enviado às redacções."

Para ler o comunicado na íntegra, clicar aqui.

Pareciam ser uns grande optimistas, por natureza!..

Via Manuel Mesquita
...terá sido por isso que o fracasso os parece ter atingido agora tão duramente?

As obras do Ténis Clube...

Via jornal AS BEIRAS. Para ver melhor, clicar em cima da imagem.

Assim vale a pena ser deputado...

Deixem-me ser bonzinho... 
Deixem-me acreditar no Pai Natal, no Presidente da República, no 1º. Ministro, nos Ministros, no Presidente da Câmara, nos Vereadores, no Presidente da Junta... 
E, nos Deputados!..

"No início de maio, a RTP, numa reportagem exclusiva, confrontou alguns deputados (de partidos à esquerda e à direita) sobre o facto de terem residência em Lisboa, viverem na capital, mas terem como morada oficial uma outra, longe bem longe de Lisboa, possibilitando incorporar no seu rendimento um subsídio de deslocação. Pese o escândalo da situação e da pouca ética demonstrada, a verdade é que não se ouviu dizer mais nada sobre o assunto. Esta questão dos deputados e das respectivas deslocações já tinha estado em debate por causa de viagens de avião.
O que a reportagem da RTP provou é que existem 159 deputados com subsídios de deslocação e, muitos deles, moram em Lisboa. Há mesmo quem more a 500 metros da Assembleia da República. Os subsídios dão, nos casos abordados pela reportagem, uns confortáveis, decerto bem vindos, dois mil e tal euros de acréscimo ao salário. Portanto, os deputados, com esta manobra, ganham mais, muito mais, do que seria de esperar e, pior ainda, os ditos subsídios não estão sujeitos a tributação.
Sempre defendi que os deputados, como representantes eleitos, deveriam ganhar o melhor possível. Uma das razões que leva a que algumas pessoas se afastem da política é precisamente a questão financeira. Mudei de ideias. Porque uma coisa são os salários e outra, completamente diferente, é a realidade que se reflecte em cada recibo de vencimento do deputado ou deputada que considera que ainda vive no norte do país, porque tem aí uma mãe com 95 anos e é aí que se desloca quando a agenda permite.
Qual é ordenado de um deputado? Tomem nota: 3.624, 42 euros. A este valor acresce uma maquia se não trabalharem em mais lado algum, outra por serem deputados, só porque sim, e ainda o tal subsídio de deslocação se, claro, tiverem mandado dizer que moram em Viseu, em Braga, em Faro e outro abono ainda por estarem eventualmente longe de casa, da família.

O subsídio de deslocação não é igual, calcula-se ao quilómetro. São 69,19 euros por dia para quem more fora de Lisboa; 23,05 euros para quem more na capital. A mim não me pagam para ir da minha residência para o meu emprego, mas claro que eu não fui eleita e tal e não conto para este campeonato.
Além da remuneração principal que recebem por serem eleitos, os deputados recebem também uma quantia para exercerem essa função na Assembleia da República, em Lisboa (a ver se não desmoralizam, coitados, um incentivo para um entusiasmo extra, será?); recebem outra parcela caso não trabalhem em mais nenhum sítio (o regime de exclusividade vale um abono fixo de 370,32 euros mensais) e ainda recebem outra parcela fixa simplesmente por serem deputados da Nação e “representarem todo o país”. A tudo isto acrescem subsídios com deslocações que variam consoante o local de residência e a sua distância até ao Parlamento e por se deslocarem ao respectivo círculo eleitoral. Estes valores somados estão isentos de impostos. Um deputado ou deputada, assim, pode ter um salário e cinco abonos? Pois pode.
Querem-me explicar como se fosse mesmo muito burra ou temos aqui um problema? Talvez seja de pedir ao Presidente da Assembleia da República que tome os deputados como alunos na escola e faça o favor de fiscalizar quem é que tem mais dinheiro por mês por morar ficcionalmente numa outra ponta do país, embora mantenha residência em Lisboa, faça aqui a sua vida, tenha família com vínculos vários a empresas, a escolas, a instituições. De resto, lamento, um esquema é um esquema, a falta de ética comportamental não atinge apenas o comum dos mortais, é praticada pelos grandes da nação."

Moro num país que exige ensino médio para um puto, mas não exige o ensino fundamental para os políticos.
Ao Pai Natal do meu país não sei o que foi exigido...

Boa sexta-feira...