quarta-feira, 20 de maio de 2009

Partidos democráticos, anti-democráticos e poder local


Hoje, ao passar os olhos pelo Diário de Coimbra, tomei conhecimento que Maria Teresa Coimbra, Luís Melo Biscaia e Virgínia Pinto, três democratas e membros de longa data do Partido Socialista, estão em desacordo com a maneira como foi escolhido o candidato do PS à Câmara Municipal da Figueira da Foz. A sua indignação não tem a ver com a pessoa em causa, o juiz Ataíde das Neves, mas, sim, com “a forma pouco linear como decorreu o processo da escolha”. O juiz, ao que parece, foi convidado pelo presidente da federação distrital, Victor Baptista, o que teve o apoio explícito do presidente da concelhia, João Paredes. Esqueceram-se foi de passar cartucho às bases.

Isto, pasme-se, aconteceu na Figueira num partido auto-intitulado democrático, o PS. Não aconteceu num partido, que gente responsável do PS, acusa de anti-democrático, o PC. Pelos vistos, pelo menos aqui pela Figueira, são partidos ditos democráticos, como este PS de Victor Baptista e João Paredes, que colocam em causa “as melhores regras da democracia”. Para mim, que não milito em nenhum partido, e, presumo, para a generalidade dos figueirenses, a coisa tem a importância que tem no desacreditado micro-cosmos da política local. Ou seja, a margem de manobra disponível, para quem pretenda, por aqui, ser autarca, é curta. Como tal, está dispensado o rasgo político, a seriedade, o governante com ideias próprias. O perfil mais adequado de autarca local, dito moderno, deve começar na falta de memória, passar pela invertebração e a falta de carácter, e terminar na falta de vergonha. O poder local deste Portugal do século XXI está repleto de gente desta, que governa bem a vida em tão próspera actividade.

Eles fazem o papel deles. Somos nós, os eleitores figueirenses, que temos de decidir que futuro queremos, para nós e para os nossos descendentes. Cá pela minha parvónia, futura vila, a poucos meses de novo acto eleitoral, a maior obra destes últimos quatro anos, dizendo de outra maneira, o maior feito de quem, por aqui, tem o poder quase há 16 anos, foi manter anestesiada e adormecida uma freguesia inteira… Podia dar muitos exemplos. Vou dar apenas um: o caso dos terrenos do campo de futebol do Grupo Desportivo Cova-Gala.

E os piratas somos nós!...


“Há bancos que aproveitam todas as oportunidades para levarem "couro e cabelo" aos seus clientes. Quando lhes toca a eles falam em extorsão”

O velho olhou para o céu...

Foto: Pedro Cruz

X&Q668


terça-feira, 19 de maio de 2009

A memória não pode ser curta...

Via Água Lisa, ficámos a “saber que Salgueiro Maia vai ser homenageado por Cavaco Silva no próximo dia 10 de Junho”.
Não podemos deixar de lembrar, continuando a citar João Tunes, que, “quando primeiro-ministro, o mesmo Cavaco, recusou uma pensão à viúva do homenageado enquanto dava pensões gordas a torcionários da PIDE.”
Recorde-se, que em 1992, o Governo então presidido por Cavaco Silva, atribuiu uma pensão vitalícia, por serviços relevantes prestados à Pátria, a Óscar Cardoso e António Bernardo - dois inspectores da PIDE (antiga polícia política do estado fascista).
Nesse mesmo ano morria de cancro Salgueiro Maia - Capitão de Abril e símbolo da Revolução dos Cravos.
O Governo, que tinha como primeiro-ministro Cavaco Silva, recusou à sua viúva uma pensão militar por serviços prestados à Pátria.

Pela blogoesfera figueirense

“OS JUIZES EM PORTUGAL E EM ESPANHA”,  no   Quinto Poder

"Confesso", no   Política de Choque

 “António Feio ... da TRETA”, no   Cova d´oiro  

“O que se passou, afinal?!”, no Lugar para Todos

“As reuniões municipais: democracia à Duarte Silva”, no O Ambiente na Figueira da Foz 

Evolução na continuidade (II)

(Para ver melhor clicar em cima da foto)

Foi assim em 2005. Tudo indica que vai ser assim em 2009.
Francamente, nunca pensei que, cá pela Figueira, neste momento, se estivesse neste ponto.
Bateu-se no fundo: é o desnorte total.
Isto, pela Figueira está morto e petrificado.
Enquanto se aguardam as exéquias, aqueles senhores que se roçam pelas cadeiras do poder, vão-se entretendo a gastar os últimos trocos com mordomias.
O aumento de capital da FGT é disso o mais recente exemplo.
Cá pela minha parvónia, futura vila, com este meu povo exangue, triste e incapaz de vislumbrar um futuro que não seja o da mais medíocre miséria - aquela que assenta na mais entranhada das ignorâncias - as coisas são mais primárias, mais simples e mais lineares. Para os devidos fins eleitoralistas, um dia destes, faz-se uma festa para homenagear os antigos pescadores bacalhoeiros, com a inauguração do respectivo monumento numa rotunda (onde mais poderia ser?...) e abrem-se as casinhas do portinho da gala.
Claro: com a previsível festa e fogo-de-artifício, tendo em mira as eleições que se avizinham.
O PSD da Figueira Foz, senhor do seu papel, faz muito bem em patrocinar estas benfeitorias…
Entretanto, mais uma vez, o PS figueirense, por arrastamento, foi-se tornando refém da sua própria inércia e falta de estratégia politica para o concelho da Figueira da Foz, no geral, e para a freguesia de São Pedro, em particular.
Foi assim em 2005, tudo indica que vai ser assim em 2009.

X&Q667


domingo, 17 de maio de 2009

Crónica de um dérbi que não vi, mas ouvi...

António Lebre e Custódio Cruz, esta tarde em trabalho
de reportagem no Cabedelo, numa foto de Pedro Cruz

É por jogos assim, que eu, que deixei de gostar da modalidade, já há tempo, por vezes, “religo” ao futebol...
De vez em quando, ainda me encanta o sortilégio de uma partida com estas características, entre duas equipas vizinhas e rivais, que apesar de totalmente amadoras, conseguem atrair a um recinto de jogo sem grandes condições, largas centenas de espectadores, apenas para poderem assistir à discussão do resultado, o que não tem nada, mas mesmo nada, a ver com o mercantilismo do chamado futebol profissional.


Neste Cova-Gala/Praia da Leirosa, para além da vitória, derrota ou empate, o que estava também em causa, mais uma vez, era a rivalidade, que existe entre estas duas equipas do nosso concelho praticamente desde a sua fundação, já lá vão mais de 30 anos, e, igualmente, claro, a possibilidade de uma destas equipas poder representar, na próxima época, o concelho da Figueira da Foz na prova máxima da Associação de Futebol de Coimbra – a divisão de honra.
Mais uma vez, a expectativa não saiu defraudada, pois aconteceu emoção, entrega, boa assistência e um grande e desportivo espectáculo de futebol – intenso e autêntico.
Desportivamente falando, nesta Série B do distrital da I divisão da Associação de Futebol de Coimbra, este jogo, entre Cova-Gala e Praia da Leirosa, tinha a particularidade de colocar, frente a frente, as duas equipas que ocupavam, antes do apito inicial deste dérbi, respectivamente, o primeiro e o segundo lugar.

O Cova-Gala entrou melhor no jogo, mas, a primeira grande oportunidade de golo, pertenceu aos visitantes. Contudo - e isso também se ficou a dever aos guarda-redes das duas equipas, que brilharam com defesas difíceis e vistosas - ao intervalo as equipas recolheram aos balneários com um empate sem golos, o que deixou tudo em aberto para uma ainda mais emotiva e nervosa segunda metade.
Os nervos vieram ao de cima, mas Dani, passava o minuto 22 do período complementar, correspondeu da melhor maneira a um cruzamento primoroso de Rui Lemos e marcou o golo que inaugurou o marcador e bastou para dar a vitória à equipa da casa. Este resultado, para lá da aritmética, deixa um suplemento de querer e de ânimo e um atestado de viabilidade de concretização da subida à divisão de honra à equipa do Cova-Gala, o que constitui, igualmente, um desafio importante para a próxima época.

Não estive no Cabedelo, mas longe da Figueira, tive a felicidade de poder acompanhar, a par e passo, as peripécias deste dérbi, de que pode ver outros pormenores clicando
aqui, graças à Rádio Clube Foz do Mondego.
Se até um mau jogo pode dar um bom e interessante relato de futebol, esta emotiva e bem jogada partida certamente que prendeu a atenção de milhares de ouvintes do RCFM, como foi o meu caso.
Deixo aqui uma palavra de agradecimento e um abraço ao José Leonardo, que fez a coordenação em estúdio, ao Carmona, que foi o técnico de serviço, ao António Lebre, que fez o relato, e ao Custódio Cruz, que fez os comentários. Sem esquecer, porém, que tudo isto só foi possível, graças ao patrocinador desta transmissão directa do RCFM – o
Olímpio Fernandes.

Para terminar esta crónica desportiva de "um dérbi que não vi, mas ouvi...", que deixou a divisão de honra de novo ao alcance do Grupo Desportivo Cova-Gala, faço minhas as palavras que Custódio Cruz, a dado passo desta tarde desportiva, proferiu aos microfones do RCFM: “oxalá que os autarcas que hão-de vir a partir de Outubro para o concelho da Figueira da Foz, finalmente, olhem para estes pequenos clubes e promovam uma política desportiva que lhes permita dar passos em frente, principalmente a nível de infra-estruturas”...

Esta foto do Pedro Cruz tem precisamente três anos







Como o tempo passa tão rapidamente!..
Três anos depois, será que o animal ainda continua a pensar nos trambolhões que os políticos, incluindo os locais, têm de dar para segurar o poder....

aF48


Carro de trabalho

Foto: Pedro Cruz