quinta-feira, 25 de setembro de 2008
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
O corpo e a alma
Tempo houve em que São Pedro, Freguesia, não tinha esse nome. Chamava-se Cova, Gala, Cabedelo e Morraceira.
São Pedro, Freguesia, “foi criada em 1985”. Antes, como a maioria certamente se lembra, fazíamos parte da vizinha freguesia de Lavos.
Mas, como começou São Pedro de facto?
Segundo o Cap. João Pereira Mano, não só o maior investigador figueirense vivo, mas também o maior conhecedor da história marítima do nosso concelho, autor de obras como “Terras do Mar Salgado”, com centenas de textos avulso publicados em periódicos, tudo resultado de décadas de investigação aturada em fontes directas, “decorria o ano de 1793, quando Manuel Pereira se descolou a Lavos, com a sua mulher Luísa dos Santos e alguns familiares, para baptizar seu filho Luís, que nascera havia quatro dias, no lugar da Cova. A certidão do recém-nascido passou assim a ostentar como local de nascimento o lugar da Cova, passando a povoação a ver reconhecida oficialmente a sua existência.”
Ainda de acordo com o mesmo investigador, “a povoação da Gala nasceu da deslocação de alguns pescadores mais para nascente, na zona ribeirinha, onde ergueram barracas para recolha de redes e apetrechos de pesca. Igualmente à beira rio, surgiram depois grandes armazéns em madeira para salga, conservação e comercialização da sardinha com origem nas artes de pesca da Cova”...
É possível, que estas miudezas históricas, para alguns, interessem pouco.
Mas, como escreveria Saramago, “a mim interessa-me muito, não só saber, mas ver, no exacto sentido da palavra, como veio mudando São Pedro desde aqueles dias.” Parafraseando Saramago, “se o cinema já existisse então, se as mil e uma mudanças por que São Pedro passou ao longo destes 200 e alguns anos tivessem sido registadas, poderíamos ver essa Cova e essa Gala a crescer e a mover-se como um ser vivo.”
Tal como magistralmente escreve Saramgo sobre Lisboa, “fisicamente, habitamos um espaço, mas, sentimentalmente, somos habitados por uma memória. Memória que é a de um espaço e de um tempo, memória no interior da qual vivemos, como uma ilha entre dois mares: um que dizemos passado, outro que dizemos futuro. Podemos navegar no mar do passado próximo graças à memória pessoal que conservou a lembrança das suas rotas, mas para navegar no mar do passado remoto teremos de usar as memórias que o tempo acumulou, as memórias de um espaço continuamente transformado, tão fugidio como o próprio tempo. Esse filme, comprimindo o tempo e expandindo o espaço, seria a memória perfeita da Cova e Gala.
O que sabemos dos lugares é coincidirmos com eles durante um certo tempo no espaço que são. O lugar estava ali, a pessoa apareceu, depois a pessoa partiu, o lugar continuou, o lugar tinha feito a pessoa, a pessoa havia transformado o lugar.”
A Cova e Gala da minha infância foi sempre a das casas térreas e pobres de madeira, cheias de aberturas nas paredes, por onde no inverno o ar gélido passava como cão por vinha vindimada .
Quando, mais tarde, as circunstâncias me permitiram viver noutros ambientes, a memória que prefiro guardar é a da Cova e Gala dos meus primeiros anos, a Cova e Gala “da gente de pouco ter e de muito sentir”, a Terra pequena e modesta nos costumes e nos horizontes da compreensão do resto do País e do mundo.
São Pedro, entretanto, transformou-se muito por fora nos últimos anos.
Em nome do chamado progresso, alterou-se o perfil e o panorama da Cova e Gala, colocaram-se toneladas de betão onde outrora existiu a madeira das casas antigas.
Tal como Saramago, gostaria de poder continuar a acreditar que, apesar de tudo, “o espírito da Cova e Gala sobrevive”, pois “é o espírito que faz eternas terras”.
Para mim, chegava que a Cova e Gala fosse uma Terra culta, moderna, limpa e organizada – e, se possível, sem perder nada da sua alma.
Será pedir muito?
São Pedro, Freguesia, “foi criada em 1985”. Antes, como a maioria certamente se lembra, fazíamos parte da vizinha freguesia de Lavos.
Mas, como começou São Pedro de facto?
Segundo o Cap. João Pereira Mano, não só o maior investigador figueirense vivo, mas também o maior conhecedor da história marítima do nosso concelho, autor de obras como “Terras do Mar Salgado”, com centenas de textos avulso publicados em periódicos, tudo resultado de décadas de investigação aturada em fontes directas, “decorria o ano de 1793, quando Manuel Pereira se descolou a Lavos, com a sua mulher Luísa dos Santos e alguns familiares, para baptizar seu filho Luís, que nascera havia quatro dias, no lugar da Cova. A certidão do recém-nascido passou assim a ostentar como local de nascimento o lugar da Cova, passando a povoação a ver reconhecida oficialmente a sua existência.”
Ainda de acordo com o mesmo investigador, “a povoação da Gala nasceu da deslocação de alguns pescadores mais para nascente, na zona ribeirinha, onde ergueram barracas para recolha de redes e apetrechos de pesca. Igualmente à beira rio, surgiram depois grandes armazéns em madeira para salga, conservação e comercialização da sardinha com origem nas artes de pesca da Cova”...
É possível, que estas miudezas históricas, para alguns, interessem pouco.
Mas, como escreveria Saramago, “a mim interessa-me muito, não só saber, mas ver, no exacto sentido da palavra, como veio mudando São Pedro desde aqueles dias.” Parafraseando Saramago, “se o cinema já existisse então, se as mil e uma mudanças por que São Pedro passou ao longo destes 200 e alguns anos tivessem sido registadas, poderíamos ver essa Cova e essa Gala a crescer e a mover-se como um ser vivo.”
Tal como magistralmente escreve Saramgo sobre Lisboa, “fisicamente, habitamos um espaço, mas, sentimentalmente, somos habitados por uma memória. Memória que é a de um espaço e de um tempo, memória no interior da qual vivemos, como uma ilha entre dois mares: um que dizemos passado, outro que dizemos futuro. Podemos navegar no mar do passado próximo graças à memória pessoal que conservou a lembrança das suas rotas, mas para navegar no mar do passado remoto teremos de usar as memórias que o tempo acumulou, as memórias de um espaço continuamente transformado, tão fugidio como o próprio tempo. Esse filme, comprimindo o tempo e expandindo o espaço, seria a memória perfeita da Cova e Gala.
O que sabemos dos lugares é coincidirmos com eles durante um certo tempo no espaço que são. O lugar estava ali, a pessoa apareceu, depois a pessoa partiu, o lugar continuou, o lugar tinha feito a pessoa, a pessoa havia transformado o lugar.”
A Cova e Gala da minha infância foi sempre a das casas térreas e pobres de madeira, cheias de aberturas nas paredes, por onde no inverno o ar gélido passava como cão por vinha vindimada .
Quando, mais tarde, as circunstâncias me permitiram viver noutros ambientes, a memória que prefiro guardar é a da Cova e Gala dos meus primeiros anos, a Cova e Gala “da gente de pouco ter e de muito sentir”, a Terra pequena e modesta nos costumes e nos horizontes da compreensão do resto do País e do mundo.
São Pedro, entretanto, transformou-se muito por fora nos últimos anos.
Em nome do chamado progresso, alterou-se o perfil e o panorama da Cova e Gala, colocaram-se toneladas de betão onde outrora existiu a madeira das casas antigas.
Tal como Saramago, gostaria de poder continuar a acreditar que, apesar de tudo, “o espírito da Cova e Gala sobrevive”, pois “é o espírito que faz eternas terras”.
Para mim, chegava que a Cova e Gala fosse uma Terra culta, moderna, limpa e organizada – e, se possível, sem perder nada da sua alma.
Será pedir muito?
terça-feira, 23 de setembro de 2008
A toponímia da minha Terra
A toponímia está intimamente relacionada aos valores culturais das populações, reflectindo e perpetuando a importância histórica de factos, pessoas, costumes, eventos e lugares, que ficarão na nossa memória colectiva como motivo de orgulho para sempre. A toponímia, para além da função cultural, representa também um meio de referência geográfica, que se tem mostrado eficiente, e que importa utilizar e gerir de forma sustentável, sem colocar em causa o seu valor simbólico que veicula a cultura das povoações, imprimindo nos locais marcas indestrutíveis.
De acordo com a Lei vigente, compete às Câmaras Municipais a denominação das avenidas, ruas, travessas, becos, pracetas e largos das povoações, bem como a numeração dos seus edifícios.
A partir de hoje, vamos publicar fotos das placas que dão nome às avenidas, praças, pracetas, largos, ruas, travessas e becos da freguesia de São Pedro.
A par de algumas curiosidades vamos ter algumas surpresas...
De acordo com a Lei vigente, compete às Câmaras Municipais a denominação das avenidas, ruas, travessas, becos, pracetas e largos das povoações, bem como a numeração dos seus edifícios.
A partir de hoje, vamos publicar fotos das placas que dão nome às avenidas, praças, pracetas, largos, ruas, travessas e becos da freguesia de São Pedro.
A par de algumas curiosidades vamos ter algumas surpresas...
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Só estou a falar por mim que devo ter um azar do caraças!...
Foto sacada daqui
O secretário-geral do PS, José Sócrates, do alto da sua imensa sabedoria politica, afirmou, alto e bom som, que “a esquerda do passado, imobilista e conservadora, nada tem para oferecer ao país”.
Se eu fosse político e demagogo, mas sem a imensa sabedoria politica do engº. José Socrates, poderia proclamar o que “a esquerda do presente” me está a oferecer: baixo salário e a perspectiva de uma reforma reduzida, jornada de trabalho de 11 ou 12 horas, trabalho precário, desemprego, transporte e alimentação pela hora da morte; a destruição do “obsoleto serviço nacional de saúde”, pois a modernidade determina que quem quer saúde a deve pagar. E, ainda, outras coisas com repercussão no meu dia a dia: crise económica, dívida externa crescente, aumento do abismo que separa ricos de pobres, perda da independência nacional, pobreza, miséria. Insegurança.
Só estou a falar por mim, que devo ser um gajo com um azar do caraças neste paraíso que é o Portugal rosa, pois “o Governo de Sócrates deu aos trabalhadores portugueses o que nenhum outro governante tinha conseguido: o maior crescimento anual do salário mínimo nacional, uma segurança social financeiramente sustentável, aumentos de pensões de reforma libertos dos ciclos eleitorais e baseados na vida real”!...
O secretário-geral do PS, José Sócrates, do alto da sua imensa sabedoria politica, afirmou, alto e bom som, que “a esquerda do passado, imobilista e conservadora, nada tem para oferecer ao país”.
Se eu fosse político e demagogo, mas sem a imensa sabedoria politica do engº. José Socrates, poderia proclamar o que “a esquerda do presente” me está a oferecer: baixo salário e a perspectiva de uma reforma reduzida, jornada de trabalho de 11 ou 12 horas, trabalho precário, desemprego, transporte e alimentação pela hora da morte; a destruição do “obsoleto serviço nacional de saúde”, pois a modernidade determina que quem quer saúde a deve pagar. E, ainda, outras coisas com repercussão no meu dia a dia: crise económica, dívida externa crescente, aumento do abismo que separa ricos de pobres, perda da independência nacional, pobreza, miséria. Insegurança.
Só estou a falar por mim, que devo ser um gajo com um azar do caraças neste paraíso que é o Portugal rosa, pois “o Governo de Sócrates deu aos trabalhadores portugueses o que nenhum outro governante tinha conseguido: o maior crescimento anual do salário mínimo nacional, uma segurança social financeiramente sustentável, aumentos de pensões de reforma libertos dos ciclos eleitorais e baseados na vida real”!...
Chegou o Outono ... e as habituais cheias
Todos os anos é a mesma coisa. Assim que caem as primeiras chuvas de Outono é um ver-se-te-avias de chamadas para os bombeiros com alertas de inundações nas zonas mais baixas das cidades. As queixas, curiosamente, são também sempre as mesmas: uma má limpeza das sarjetas e zonas de escoamento nas ruas.
Mais uma vez assim aconteceu. Estamos no fim de Setembro, já toda a gente reparou que as árvores estão a começar a perder as folhas, "inundando" as ruas da cidade, ficando, muitas vezes, caídas no chão a apodrecer, à espera que sejam varridas ou levadas pela chuva. Estranhamente, em muitas cidades, parece que as autarquias preferem que a água da chuva faça o trabalho que deveria ser feito pelos funcionários da câmara.
Depois, admiram-se por acontecer isto.
Mais uma vez assim aconteceu. Estamos no fim de Setembro, já toda a gente reparou que as árvores estão a começar a perder as folhas, "inundando" as ruas da cidade, ficando, muitas vezes, caídas no chão a apodrecer, à espera que sejam varridas ou levadas pela chuva. Estranhamente, em muitas cidades, parece que as autarquias preferem que a água da chuva faça o trabalho que deveria ser feito pelos funcionários da câmara.
Depois, admiram-se por acontecer isto.
domingo, 21 de setembro de 2008
Nacional de iniciados
Resultado e fotos do jogo AQUI.
Actualização:
Em seniores, a Naval acaba de vencer o Trofense por 3-1, em encontro da terceira jornada da Liga portuguesa.
Os golos da equipa da Figueira da Foz foram apontados por Dudu (21 minutos), Marcelinho (22) e Alex (89 gp), enquanto Miguel Ângelo (24) marcou o tento dos visitantes.
Alguém anda com medo de Santana lá por Lisboa?..
Está no DN de hoje:
“Os deputados sociais-democratas Helena Lopes da Costa e Miguel Almeida, constituídos arguidos por suspeita de irregularidades na atribuição de casas municipais em Lisboa, consideraram que tanto a existência deste caso como a sua divulgação pública "só pode ter a ver com o receio" de que Santana Lopes venha a ser de novo candidato à Câmara Municipal de Lisboa”.
Ao mesmo jornal, que ontem noticiou este processo, “a ex-vereadora da Habitação considerou que Santana Lopes não deve ser prejudicado pelo partido. "Não alienámos nenhum património da câmara, não beneficiámos ninguém próximo. E só me dá vontade de mostrar as situações de miséria escondida que encontrámos quando chegámos à autarquia para perceberem os critérios que utilizámos na atribuição das casas".
O ex-líder do PSD e ex-primeiro- -ministro havia sido proposto esta semana pelo presidente da distrital de Lisboa, Carlos Carreiras, para as próximas eleições autárquicas. E tal como o DN noticiou ontem, Manuela Ferreira Leite não excluía a hipótese de lançar Santana Lopes numa candidatura à câmara da capital e tinha mesmo decidido falar sobre essa matéria com o ex-autarca dentro em breve. Pedro Pasos Coelho, também considera Santana Lopes um «nome forte» para disputar Lisboa.
Santana Lopes já tinha assumido publicamente estar a ponderar uma candidatura autárquica e admitia ter sido sondado por algumas estruturas do partido para vários pontos do País, mas fazia depender a sua decisão dos desafios da vida profissional. Quanto à câmara da capital reconhecia ser um "projecto de trabalho aliciante ao qual "é difícil dizer não".
Porca miséria!.. Será que alguém anda com medo de Santana lá por Lisboa?..
“Os deputados sociais-democratas Helena Lopes da Costa e Miguel Almeida, constituídos arguidos por suspeita de irregularidades na atribuição de casas municipais em Lisboa, consideraram que tanto a existência deste caso como a sua divulgação pública "só pode ter a ver com o receio" de que Santana Lopes venha a ser de novo candidato à Câmara Municipal de Lisboa”.
Ao mesmo jornal, que ontem noticiou este processo, “a ex-vereadora da Habitação considerou que Santana Lopes não deve ser prejudicado pelo partido. "Não alienámos nenhum património da câmara, não beneficiámos ninguém próximo. E só me dá vontade de mostrar as situações de miséria escondida que encontrámos quando chegámos à autarquia para perceberem os critérios que utilizámos na atribuição das casas".
O ex-líder do PSD e ex-primeiro- -ministro havia sido proposto esta semana pelo presidente da distrital de Lisboa, Carlos Carreiras, para as próximas eleições autárquicas. E tal como o DN noticiou ontem, Manuela Ferreira Leite não excluía a hipótese de lançar Santana Lopes numa candidatura à câmara da capital e tinha mesmo decidido falar sobre essa matéria com o ex-autarca dentro em breve. Pedro Pasos Coelho, também considera Santana Lopes um «nome forte» para disputar Lisboa.
Santana Lopes já tinha assumido publicamente estar a ponderar uma candidatura autárquica e admitia ter sido sondado por algumas estruturas do partido para vários pontos do País, mas fazia depender a sua decisão dos desafios da vida profissional. Quanto à câmara da capital reconhecia ser um "projecto de trabalho aliciante ao qual "é difícil dizer não".
Porca miséria!.. Será que alguém anda com medo de Santana lá por Lisboa?..
sábado, 20 de setembro de 2008
Grupo Desportivo Cova-Gala: unidos serão mais fortes
O arranque oficial da época 2008/ 2009 será amanhã.
Como já é hábito, por esta altura, muito se especula em torno do Grupo Desportivo Cova-Gala.
A equipa sénior da margem sul do Mondego, liderada por Rui Camarão, deslocar-se-á ao campo do Pereira para defrontar a equipa local.
Outra Margem deseja as maiores felicidades ao clube.
Nas duas últimas épocas acompanhámos e divulgámos, dentro das nossas disponibilidades, a carreira desportiva e a vida da Instituição, sempre com dedicação e, acima de tudo, com respeito e com verdade.
É o que continuaremos a fazer.
Ver plantel do Cova-Gala aqui.
Como já é hábito, por esta altura, muito se especula em torno do Grupo Desportivo Cova-Gala.
A equipa sénior da margem sul do Mondego, liderada por Rui Camarão, deslocar-se-á ao campo do Pereira para defrontar a equipa local.
Outra Margem deseja as maiores felicidades ao clube.
Nas duas últimas épocas acompanhámos e divulgámos, dentro das nossas disponibilidades, a carreira desportiva e a vida da Instituição, sempre com dedicação e, acima de tudo, com respeito e com verdade.
É o que continuaremos a fazer.
Ver plantel do Cova-Gala aqui.
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