quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Se hoje fosse o dia...

...em que o sol não nascesse,
a manhã não aparecesse,
o mundo não acordasse,
o pássaro não cantasse,
o jornal não saísse,
o operário não trabalhasse,
o vento escusava de soprar
e a terra de girar...

A água do rio poderia parar,
o mar silenciar,
a nuvem ficar imóvel no céu,
mas o nosso coração,
mesmo a sofrer,
teria de continuar a bater...

Se hoje fosse esse dia,
que não pode acontecer,
tudo deixaria de ser tudo
e seria outra coisa,
que ninguém nunca vai saber
o que poderia ser...

Já é mais que um difuso mal-estar...

Como disse no final de Fevereiro deste ano a SEDES, “sente-se hoje na sociedade portuguesa um mal estar difuso, que alastra e mina a confiança essencial à coesão nacional.”
Mas, o que é grave, o que pesa, o que incomoda, é que este mal-estar imenso que a todos atinge e condiciona, veio para ficar.
Os portugueses não acreditam no Estado e na lei.
Vive-se em descrença.
Entretanto, a criminalidade violenta progride e cresce o sentimento de insegurança entre os cidadãos...

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Gentes

Foto: Pedro Cruz

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Está uma batalha lá fora...

Dostoievski ensinou que o crime compensa.
Raskolnikov é, unicamente, castigado pelo remorso.
Henri Michaux, poeta de que gosto muito, autor, aliás, de um pequeno livro, Equador, este, sim, maior, escreveu: "Só lutamos bem por causas que nós próprios modelamos e com as quais nos queimamos ao identificarmo-nos com elas."

Baptista-Bastos, escritor e jornalista (Crónica completa, POBRE POVO NAÇÃO DOENTE, aqui no DN).

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Gentes

Foto: Pedro Cruz

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Mais um ...

Rogério Neves, já velho companheiro de outras lides (ambos somos fruto da fornada do barca nova, cujo grande timoneiro foi o meu querido e saudoso Zé Martins, Mestre sem igual na arte da prosa e do jornalismo), aderiu também à moda dos blogues.
Marcha do Vapor aí está. Bem aparecido companheiro.

Miniaturas

Foto Pedro Cruz


Dão nas vistas e são bonitas.
Porventura, também, por generosidade dos nossos olhos e do nosso coração.
São fruto do trabalho de velhos pescadores, que ficaram em terra cedo de mais, porque este país de marinheiros deixou de ter barcos onde pudessem embarcar para continuar a ganhar a vida.
Com trabalho e em harmonia com que a natureza dá, este é o resultado da arte e do orgulho dos artistas que talharam e moldaram a madeira.
Foi construção, labor, esforço, paciência, dedicação e talento.
O resultado é a ilusão.
São miniaturas, não é a realidade, mas é arte e evasão.

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Pobre verão 2008...

Foto: Pedro Cruz