«Décadas a seguir
as campanhas eleitorais e os
debates presidenciais — em
algumas e alguns dos quais
tive o privilégio de ter sido
testemunha e moderador —,
décadas a olhar para os candidatos, a escutar o seu discurso
e a aprender, na teoria e na
prática, a distância que vai entre as intenções proclamadas
e as limitações que a Constituição impõe a um Presidente
levaram-me sempre à mesma
pergunta: porque quer alguém
ser Presidente da República
neste quadro constitucional?
Num quadro em que, fundamentalmente, um Presidente só tem duas opções de comportamento: ou não faz nada, que é basicamente o que lhe compete, e aborrece-se de morte, ou resolve ser interventivo e acaba quase sempre a causar sarilhos.
Num quadro em que, fundamentalmente, um Presidente só tem duas opções de comportamento: ou não faz nada, que é basicamente o que lhe compete, e aborrece-se de morte, ou resolve ser interventivo e acaba quase sempre a causar sarilhos.
Sem ofensa,
cheguei à conclusão que a resposta à pergunta porque quer
alguém ser Presidente da República em Portugal é, essencialmente, uma: por vaidade.
Dos candidatos com hipóteses reais de virem a ser eleitos, não haverá nem terá havido nenhum que quisesse ir para lá pelo ordenado. Também, tirando talvez Cavaco Silva, porque quisesse morar no Palácio de Belém. Ou porque, com excepção de Marcelo, tivesse prazer genuíno em correr todas as chafaricas do país a distribuir beijos, abraços e selfies, prometendo o que se sabe não poder cumprir por falta de competência funcional para tal.»
Dos candidatos com hipóteses reais de virem a ser eleitos, não haverá nem terá havido nenhum que quisesse ir para lá pelo ordenado. Também, tirando talvez Cavaco Silva, porque quisesse morar no Palácio de Belém. Ou porque, com excepção de Marcelo, tivesse prazer genuíno em correr todas as chafaricas do país a distribuir beijos, abraços e selfies, prometendo o que se sabe não poder cumprir por falta de competência funcional para tal.»
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