"...considero que a redação do Expresso cometeu um erro. Não por ter eleito Ruben Amorim, mas por não ter eleito Luís Montenegro."
«Há um ano
poucos acreditavam na sua capacidade
para ganhar as legislativas. E ainda menos acreditavam que conseguisse governar com aparente estabilidade. Passou
um ano e esses receios foram afastados.
O Governo está longe de ser perfeito
(que Governo alguma vez o foi?), mas
sob a liderança de Montenegro travou a
contestação dos polícias, médicos e professores, decidiu o aeroporto, aprovou
o Orçamento e garantiu estabilidade
para mais algum tempo. No plano político não só acantonou o Chega como
travou a sua capacidade de contestação. E, simultaneamente, lançou sobre
o Partido Socialista a sombra de uma
possível crise de liderança. Razões mais
do que suficientes para ser considerado a figura nacio nal do ano. E nem se
trata neste caso de recusar o nome de
Montenegro, já que podiam ter escolhido
António Costa, uma escolha no mínimo
acertada. Contudo, ser contratado para
liderar uma equipa inglesa de futebol
acabou por ser mais importante do que,
por exemplo, ser eleito para liderar o
Conselho Europeu.
Fica aqui a correção possível ao que
considero um lamentável lapso.
Por isso e de forma a reduzir os riscos de
tal voltar a acontecer, lançámos já internamente um processo de discussão para
alteração das regras de eleição das figuras
e acontecimentos do ano. Não porque
Montenegro ou Costa não ganharam,
mas porque num processo semelhante e
também incompreensível, Donald Trump
não foi escolhido como figura internacional do ano. Sabemos que a democracia
direta por vezes não elege os que merecem ganhar. E se não devemos alterar o
resultado, podemos melhorar o processo
para diminuir as hipóteses que o efémero
ganhe ao estrutural.»
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