"O livro Pinochet’s Economists de Juan Gabriel Valdés é a história intelectual da formação da economia política neoliberal no Chile, do nascimento dos Chicago Boys, da formação doutoral bem financiada durante décadas no Departamento de Economia da Universidade de Chicago à transferência de homens armados com essa formação para o bem conectado Departamento de Economia da Pontifícia Universidade Católica do Chile. Fonte
Amigo, como se chama esta rua?.. - Não é rua, é avenida – Avenida 12 de Julho, senhor. - E a terra, como se chama?.. - Cova Gala, senhor... - Isto, é vila, é aldeia?.. - É Aldeia, senhor… Aldeia da Cova Gala. - Tem a certeza de que ainda é Aldeia?.. - Tenho, senhor... - Então, será por isso que tudo parece tão triste?.. - Talvez não… São os tempos, senhor… (Foto: Pedro Agostinho Cruz)
terça-feira, 12 de setembro de 2023
As iniciativas liberais até dizer chega matam
O programa económico neoliberal da ditadura militar, o “tijolo”, foi ali criado. Os quadros económicos da ditadura militar foram ali recrutados. Um dos personagens mais sinistros desta economia que matou chama-se Sergio de Castro, de professor a ministro, depois da “imensa alegria” de ver La Moneda ser bombardeada. Teve a imensa alegria de ser um a cortar as despesas de educação, de saúde ou de habitação em mais de 50% e de ver a economia a afundar 12% em 1975 e a colapsar ainda mais em 1982-1983. Em 1986, o PIB per capita chileno era ainda inferior ao do início da década anterior, como sublinha José Luís Fiori.
Durante a ditadura, o emprego e o poder de compra dos salários nunca recuperaram da desvalorização social imposta a tiro. A ditadura teve de socializar as perdas dos bancos na crise dos anos 1980. A indústria também não recuperou. A pobreza chegou a atingir mais de metade dos chilenos e o Chile tornou-se um dos países mais desiguais do mundo. Houve uma maciça transferência de rendimentos do trabalho para o capital.
As iniciativas liberais, que começaram há cinquenta anos, matam. São um desastre para a grande maioria. E eles sabem isso, até porque trabalham para a minoria."
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