O antifascista Louzã Henriques, de 85 anos, morreu hoje no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), onde estava internado há uma semana. Membro da República Palácio da Loucura, quando frequentava a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), o psiquiatra foi preso várias vezes por razões políticas, durante a ditadura fascista.
Em 1958, já então jovem militante do PCP, envolveu-se na candidatura à Presidência da República de Arlindo Vicente e depois, com a desistência deste a favor de Humberto Delgado, apoiou o “General Sem Medo”.
Nasceu no Coentral, uma aldeia da Serra da Lousã, no concelho de Castanheira de Pera, mas tem fortes ligações à Lousã, de onde era natural seu pai, Diamantino Henriques, emigrante nos Estados Unidos da América, em cuja casa e quintal a Câmara instalou o Museu Etnográfico Dr. Louzã Henriques, acolhendo colecções únicas em Portugal, designadamente de arados, cangas e carros de bois, que pertencem ao patrono e sua família.
Em 2013, para assinalar o 80.º aniversário de Louzã Henriques, nascido em 06 de setembro de 1933, a editora Lápis de Memórias, de Adelino Castro, publicou um livro sobre a vida e a obra pública do médico, poeta e intelectual comunista, “Manuel Louzã Henriques – Algures Com Meu(s) Irmão(s)”, baseado numa longa entrevista de Manuela Cruzeiro e Teresa Carreiro e com testemunhos de diversos amigos.
“Este livro é uma celebração da amizade”, disse na altura à Lusa Manuela Cruzeiro, antiga investigadora do Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra, onde foi responsável pelo projecto de História Oral.
Sendo “um trabalho muito fiel ao que ele é”, a obra resume dezenas de “conversas irrepetíveis” com o também etnólogo e músico, afirmou por sua vez Teresa Carreiro, realçando que Louzã Henriques “tem sempre a preocupação de semear e abrir portas”.
Louzã Henriques foi preso em Coimbra pela PIDE, a polícia política da ditadura, quando era estagiário de medicina.
Foi condenado a pena maior e medidas de segurança, que cumpriu no Forte de Peniche, agora Museu Nacional da Resistência e da Liberdade, donde saiu ao fim de três anos e meio.
Só depois concluiu a licenciatura e a especialidade em psiquiatria, mas foi impedido de integrar as carreiras médicas.
Após o 25 de Abril de 1974, já a exercer a profissão no seu consultório particular, foi convidado a exercer a docência na FMUC, o que fez durante algum tempo.
Louzã Henriques recuperou a casa de xisto dos seus antepassados no Candal, na Lousã, onde foi visitado pelo líder comunista Álvaro Cunhal em 1991, no âmbito da comemoração do II Congresso Ilegal do PCP, realizado neste concelho do distrito de Coimbra, no rescaldo da II Guerra Mundial, em 1946.
Hoje, a partir das 16:00, o corpo está em câmara ardente na capela mortuária da Igreja de São José, em Coimbra, de onde o cortejo fúnebre sai na terça-feira, às 11:00, para o crematório de Taveiro.
Em 1958, já então jovem militante do PCP, envolveu-se na candidatura à Presidência da República de Arlindo Vicente e depois, com a desistência deste a favor de Humberto Delgado, apoiou o “General Sem Medo”.
Nasceu no Coentral, uma aldeia da Serra da Lousã, no concelho de Castanheira de Pera, mas tem fortes ligações à Lousã, de onde era natural seu pai, Diamantino Henriques, emigrante nos Estados Unidos da América, em cuja casa e quintal a Câmara instalou o Museu Etnográfico Dr. Louzã Henriques, acolhendo colecções únicas em Portugal, designadamente de arados, cangas e carros de bois, que pertencem ao patrono e sua família.
Em 2013, para assinalar o 80.º aniversário de Louzã Henriques, nascido em 06 de setembro de 1933, a editora Lápis de Memórias, de Adelino Castro, publicou um livro sobre a vida e a obra pública do médico, poeta e intelectual comunista, “Manuel Louzã Henriques – Algures Com Meu(s) Irmão(s)”, baseado numa longa entrevista de Manuela Cruzeiro e Teresa Carreiro e com testemunhos de diversos amigos.
“Este livro é uma celebração da amizade”, disse na altura à Lusa Manuela Cruzeiro, antiga investigadora do Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra, onde foi responsável pelo projecto de História Oral.
Sendo “um trabalho muito fiel ao que ele é”, a obra resume dezenas de “conversas irrepetíveis” com o também etnólogo e músico, afirmou por sua vez Teresa Carreiro, realçando que Louzã Henriques “tem sempre a preocupação de semear e abrir portas”.
Louzã Henriques foi preso em Coimbra pela PIDE, a polícia política da ditadura, quando era estagiário de medicina.
Foi condenado a pena maior e medidas de segurança, que cumpriu no Forte de Peniche, agora Museu Nacional da Resistência e da Liberdade, donde saiu ao fim de três anos e meio.
Só depois concluiu a licenciatura e a especialidade em psiquiatria, mas foi impedido de integrar as carreiras médicas.
Após o 25 de Abril de 1974, já a exercer a profissão no seu consultório particular, foi convidado a exercer a docência na FMUC, o que fez durante algum tempo.
Louzã Henriques recuperou a casa de xisto dos seus antepassados no Candal, na Lousã, onde foi visitado pelo líder comunista Álvaro Cunhal em 1991, no âmbito da comemoração do II Congresso Ilegal do PCP, realizado neste concelho do distrito de Coimbra, no rescaldo da II Guerra Mundial, em 1946.
Hoje, a partir das 16:00, o corpo está em câmara ardente na capela mortuária da Igreja de São José, em Coimbra, de onde o cortejo fúnebre sai na terça-feira, às 11:00, para o crematório de Taveiro.
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