Há dias em que me ponho a pensar...
Há dias que é o pensamento quem me diz:
qual é a paz que que queres descartar,
para tentares ser feliz?...
As coisas, na minha vida, costumam chegar com calma.
Pelo caminho, entretanto, foi-se abafando o ruído sentimental da instabilidade e recuperando a sanidade da razão.
Pelo caminho, travou-se uma guerra surda e turbulenta, eivada de alguns perigos, até atingir a serenidade e a paz.
Não a serenidade e a paz cómoda da indiferença, mas aquela que é a única que nos pode confortar à noite quando fechamos as portas e as janelas e dormimos o sono descansado dos justos.
E, se por um acaso, essa dor não cessar e a cama onde nos deitamos já não for aquela que por nós foi feita, é porque chegou, sem avisar, a hora de gritar que estamos aqui, para os outros e para nós.
É a hora de gritarmos - e sem medo!
Ao olhar, em Agosto de 2017, para as listas que concorrem às autárquicas na Figueira, verifiquei que a sociedade moderna em que estamos inseridos, foi incapaz de produzir uma elite política dotada, simultaneamente, de imaginação, de inteligência e de coragem.
Eleição após eleição, a democracia tem dotado o País de governantes que mostram bem a diminuição do calibre intelectual e moral daqueles a quem cabe a responsabilização da direcção dos assuntos políticos, económicos e sociais.
A Figueira não foi excepção.
Nas últimas 2 décadas aconteceram alterações políticas e sociais com grande rapidez.
Neste momento, há quem pense que não vale a pena sequer votar, pois já está tudo decidido.
Isto, mais do que preocupante, é grave: põe em causa o valor do regime político em que vivemos desde Abril de 1974.
A democracia, na nossa cidade, enfrenta problemas temíveis que colocam em causa a sua própria existência.
Apesar das grandes esperanças que a humanidade depositou na civilização moderna, esta sociedade não foi capaz de desenvolver homens suficientemente inteligentes, lúcidos e audaciosos, para a dirigirem na via perigosa por onde enveredou.
Os seres humanos não cresceram tanto como as instituições criadas pelo seu cérebro.
É, sobretudo, a ganância individual, a fraqueza intelectual e moral desta classe política formada em democracia e, também, a sua ignorância e estupidez, que estão a colocar em perigo a sobrevivência do regime democrático.
1 comentário:
Só não justificou porque mentiu aos figueirenses quando prometeu reconstruir o coreto como é que se pode acreditar em promessas de políticos?
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