Ontem, nas Selvagens, “Cavaco pediu aos partidos que ouçam a UGT e os patrões”.
Antes, uns senhores que estão habituados a mandar sem
contestação, já tinham ordenado: “entendam-se”.
Antes do mais, a democracia não é bem isto.
Depois, toda a gente fala no acordo, mas, que se saiba, ninguém disse ainda o que se deve acordar.
A seguir, em democracia, as políticas decidem-se nas urnas. Não em salões
palacianos, em reuniões cheias de secretismo,
para fazer a vontade ao presidente.
Finalmente, se o presidente não gostou do governo que lhe foi proposto, nem confiou
nos políticos dos partidos que os sustentam, não deveria ter inventado.
Teria feito melhor, se em devido tempo, tivesse dado um murro na mesa.
Como a história ensina, as soluções fundadas em cobardia
acabam sempre em rendição e servilismo.
A nossa vida cívica e política está cada vez com mais debilidades, não
inspira confiança, não mobiliza, afasta os cidadãos.
No "país
real", as pessoas, vivem uma agonia
de desesperança que mina o nosso presente e o nosso futuro.
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