“Vai haver eleições locais lá para o princípio do Outono. Um
pouco por todo o país vão aparecer uns tipos a dizer que vão fazer, acontecer,
“pôr o concelho no mapa” e mais-não-sei-quê. Podem até fazer tudo e mais alguma
coisa mas, daí a uns anos, os habitantes, as empresas e as instituições desses
concelhos pagarão, com língua de palmo, essas aventuras todas. Quando virem as
torres de cimento abandonadas, as empresas municipais falidas e falhadas, as
obras que ninguém usou, as outras que nem se fizeram mas que foram adjudicadas,
ainda umas outras que nem de sonho passaram mas cujos projectos foram pagos a
peso de ouro, o cheiro da corrupção, passados uns anos, ainda a pairar e, ao
fim de um tempo, a gestão municipal semi bloqueada e os impostos locais nos máximos
para acorrer às tolices todas do passado, compreenderão o logro em que
incorreram. Cá na terra, temos, apesar de tudo, uma grande vantagem. Já sabemos
o que isso é. Provavelmente, não queremos repetir.”
Em tempo.
Não conheço José Fernando Correia de lado nenhum.
Mas, não
podia estar mais de acordo com ele.
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