Ontem, Alberto João Jardim conseguiu a 45ª vitória eleitoral - legislativas e autárquicas incluídas!..
Uma vitória amarga, pode ler-se hoje no Correio da Manhã.
Quando se regressa a uma casa onde já vivemos e onde fomos felizes, encontramos sempre o mais desagradável dos moradores: a recordação cristalizada de quem já fomos!..
É o que pode acontecer a partir de hoje a Alberto João Jardim.
Ontem, em directo na televisão, já tivemos uma amostra…
Alberto João Jardim, fez o que noutros tempos nunca faria, sublinhou uma fraqueza: "Desculpem-me, estou sem óculos..."
E calou-se. Dizem os números, 25 deputados, que Jardim vai poder governar sozinho. Mas nós vimos, ontem: sem que lhe emprestem, Jardim já não pode governar sozinho.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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