Neste desgraçado Portugal, no ano da graça de 2011, para alguns especialistas, quase todos ex-governantes, os denominados economistas de referência, a solução para os males do país passa sempre pela redução dos salários e dos restantes direitos dos trabalhadores.
Os salários são muito elevados!... O Estado gasta muito!.. O país não é economicamente competitivo!..
Vamos lá ver se nos entendemos.
Se a ideia é concorrer pela via dos salários baixos, então o melhor é cortar a sério: é preciso reduzir até aos níveis pagos na Índia, na China e na Europa de Leste.
Aí sim, teríamos empresas verdadeiramente competitivas...
Só que, depois, haveria um pequeno problema: quem comprava os produtos e serviços se as famílias não tinham dinheiro?..
Claro que, por enquanto, ainda temos os gestores públicos!..
A não ser que, entretanto, o CDS, enquanto estiver na oposição, os meta a ganhar tanto como Cavaco!..
Deixem-me rir...
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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