segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Uma questão de fundo

Com a perda de influência das pescas e o desaparecimento de algumas fábricas, será que apenas resta à Cova-Gala escolher o modelo do crescimento do betão desordenado ligado ao Turismo, apontado no Plano de Urbanização, que vai a votação em breve na Câmara Municipal da Figueira da Foz?

Com uma eventual quebra do Turismo, não teremos o futuro irremediavelmente comprometido pelo planeamento apenas direccionado nesta dependência?

2 comentários:

Anónimo disse...

Qual a sugestão do autor?

ANTÓNIO AGOSTINHO disse...

“Qual a sugestão do autor?”
Permita que lhe diga, que esta pergunta é totalmente descabida, poiss não foi o autor que arranjou o problema presente, que é, nem mais nem menos, o maior e o mais monstruoso atentado à natureza e ao ambiente que jamais aconteceu na Freguesia de S. Pedro.

Não seria mais natural, que o autor do comentário anónimo, em vez de questionar o autor, se questionasse sobre o que está mal e deveria ser melhorado, e seja conivente com o silêncio dos partidos figueirenses, com a honrosa excepção dos vereadores independentes do PS, João Vaz e António Tavares?

Confesso que estou admirado, que não tenha sido dito, que o que está planeado é uma aposta numa espécie de ecoturismo, arquitectura leve sobre estacas, baixa densidade, nunca em altura, jamais ultrapassando o porte das árvores...

Confesso que estou admirado, com muitas pessoas do lado de cá, que se renderam a um “Plano de Urbanização, espécie de banco privativo, ao qual se vai recorrer para financiar actividades de gestão corrente, alienando património municipal e, pior, hipotecando a qualidade de vida dos figueirenses, neste caso muito em particular dos covagalenses.
Importa lembrar que, nos últimos dez anos, a recolha de IMI por parte desta autarquia aumentou cerca 400%, mas nem por isso aumentou o investimento estruturante ou diminuiu a dívida autárquica...”

Confesso que estou curioso para ver a muralha de prédios de 7 pisos ( se houver alguém que queira construir por cá uma espectacular unidade hoteleira (quem diz uma, diz várias, porque não?...) , poderá fazê-la com qualquer coisa como 17 ou 18 pisos... ) a avançar, cada vez mais próxima da água, deixando para trás, cercados e sem vistas, os indígenas da Cova-Gala.

Pelo que presumo, a erosão da costa não significa nada perante a ganância de quem finge não ver a destruição das dunas e a supressão de uma praia a quem a ela sempre teve direito.

Pode ser, quando os prédios forem maquilhados e pintados com as cores do folheto promocional, que talvez a gente comece a esquecer-se das praias roubadas e do "mar que é de quem o sabe amar". É provável que rapidamente a Cova-Gala do povo seja transformada numa espécie de condomínio privado de novos ricos e patos-bravos carentes de estatuto.

Pode acontecer, que em cada espaço vazio, surjam novos prédios até à exaustão...

Pode acontecer, que as dunas e cordões dunares sejam destruídos e a água comece a ameaçar com as marés e os temporais...

Pode acontecer que, depois, todas as obras de protecção da costa, a correcção dos erros e as demolições urgentes, sejam pagas por todos nós...

Será que não há alternativa a isto?