sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Carta ao Pai Natal


Bom dia, Pai Natal, vou ser breve e frontal, acabei de acordar, fiquei a matutar, mas acho que não é sonho, o que vivi durante o sono...
“O que está à vista de todos, mesmo em época de Natal, não é a essência gananciosa da natureza humana, que essa existe e é normal. É, antes, a constatação de que as instituições só existem no pressuposto de uma natureza humana puramente gananciosa. Quem lida com as instituições dos mercados financeiros comporta-se como se só os puramente gananciosos tivessem hipótese de sobrevivência... Esta utopia neoliberal está a desfazer o tecido social e a moral...”
Agora que acordei, ouve a minha prece, Pai Natal.
Ao chegares às chaminés do meu país, Pátria desafortunada, sem euros, Terra da má sorte, sítio de oferendas e de prebendas dadas sem qualquer critério, que perpetuam uma tradição, caduca, reaccionária, clerical, que tu representas pai do natal, peço-te que a data do Natal seja referendada, pois, mesmo num estado economicista e liberal, o Natal pode ser celebrado quando o homem quiser.
Ouve Pai Natal.
Como tu, tenho já uma certa idade e no ventre a mesma proeminência... Se te portas mal, não leves a mal, mas para o ano quero ser eu o Pai Natal.
Portanto, vai fazendo as malas. Desocupa a Lapónia.Tem lá paciência Pai Natal, mas isto, por cá, anda mesmo muito mal...

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