António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
terça-feira, 10 de julho de 2007
Já está a ser vento a mais...
Por estas bandas, com o Verão, é normal vir também o vento.
Normalmente, uma nortada rija e agreste, que varre a beira mar, despenteia-nos, vergasta-nos com areia vinda da praia, engelha a superfície do mar, verga as árvores de constituição mais frágil e dobra os arbustos; agita as saias das raparigas, arrefece os corpos deitados ao sol e faz voar os chapéus...
Mas, este ano, já está a ser demais: vigoroso e indómito, este vento, parece capaz de arrastar tudo consigo, de levar para longe todas as coisas leves que se lhe atravessem no caminho...
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