“José Sócrates, o secretário-geral do PS, anunciou que o partido vai criar uma agência de viagens especializada em turismo político, aproveitando uma nova procura que a generalizar-se a todas as forças políticas poderá ter mais peso que o turismo religioso atraído por Fátima.
Assim, espera-se que nas próximas autárquicas de Lisboa os festejos sejam feitos por turistas da Covilhã, nas autárquicas de Faro os manifestantes embarcarão a partir de Matosinhos e em Évora a vitória será festejada por pessoal vindo de Bragança. Os turistas com mais recursos poderão deslocar-se aos Açores, estando mesmo a ser planeada uma viagem à Madeira, ainda que neste caso ainda não haja data marcada.”
Espectáculo triste
“Ainda bem que estava sentado quando ouvi uma velhota dizer à televisão que tinha vindo não sei donde e não sabia o que estava a fazer nos festejos da vitória de António Costa. Quem terá sido o nabo da organização da candidatura de António Costa a preparar tal recepção?”
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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