Não há nenhum vestígio de impureza,
Aqui nesta praia onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente,
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade
Sophia de Mello Breyner Andresen
Foto: Pedro Cruz
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
6 comentários:
Belíssimo poema, bela foto...
Muito bom este post..
Continuem
Acabar um dia assim é fabuloso para não dizer perfeito...
boa escolha
gostei muito
bela foto
Bela poetisa
Liberdade...liberdade....
"""
Acordaste-me porque?
Estava sossegado no meu canto..
quando te ouço gritar por mim..
olhei mas não te vi, será vento,
pensei,deve ser vento que vai, vento que vem, é vento
ou será tempo , tempo que só o tempo trás a verdade do tempo
Chamaste-me com força aos GRITOS, acordaste-me
Olhei e vi-te lá longe, muito longe
estavas só, caminhavas debruçado para frente, com os braços ao longo do corpo e palmas das mãos viradas para trás, falavas sózinho, falavas para o chão.
Agora acordaste-me
tu sabes, tu sabes, que quem semeia ventos tempestades colhe.
Acordaste-me..
Agora vou-te mostrar o caminho como o farol indica aos navegantes,
vou-te mostrar a cor que a dor da mentira tem""".
rochedo
Serei…
O que o tempo quiser que seja.
Voarei até onde quiser voar.
Beijarei a lua, a terra e o mar.
Gritarei até o vento soluçar
Sua força na minha alma inquieta.
Onde para sempre permanecerá.
Talvez … discreta!
"""""""
Enviar um comentário