António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
sexta-feira, 9 de junho de 2006
QUE SOMOS NÓS
Que somos nós senão o que fazemos?
Que somos nós senão o breve traço
da vida que deixamos passo a passo
e é já sombra de sombra onde morremos?
Que somos nós senão permanecemos
no por nós transformado neste espaço?
Que serei eu senão só o que faço
e é tão pouco no tempo em que não temos
para viver senão o tempo de
transformar neste tempo e neste espaço
a vida em que não somos mais do que
o sol do que fazemos. Porque o mais
é já sombra de sombra e o breve traço
de quem passamos para nunca mais.
Manuel Alegre
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7 comentários:
boa escolha...
boa escolha...
grande homem!!!
belo poema
muito bom...
grande democrata ,poeta
Esse Manuel Alegre era aquele que se reunia com o Mário Soares e com o Franck Carlucci, o director da CIA? Para sabutar o processo revolucionário português nos idos anos 70?
É o mesmo que se arma em democrata? Que fomenta movimentos cívicos para despistar a política social do seu próprio partido, e assim enganar o zé povinho? Se é o mesmo, grande democrata, grande poeta... assim é que é...
(Grandes poetas da língua portuguesa, para quem estiver interessado: Sá de Miranda, Luís de Camões, Barbosa du Bocage, José Gomes Ferreira, Egito Gonçalves,Drummond de Andrade, etc)
entao agora dizes mal de ti proprio e daquilo q publicas?
ganda noia
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