terça-feira, 13 de junho de 2006

O centro, o meio e fim




A política lida com um valor muito cobiçado: o poder.
Consequentemente, com o séquito de atributos sociais que nele estão pendurados, como o status, o prestígio social, as oportunidades de negócio, a satisfação da vaidade pessoal, o sentido de importância pessoal, a condição de celebridade, a capacidade de fazer valer sua vontade sobre outros, etc.
Por isso, a política e o poder, que dentro dela e por meio dela se conquista, atrai bajuladores e oportunistas. No interior da política encontra-se de tudo.
Até aqueles que pensam, que a sua figura é incontornável. Aqueles que pensam que, para falar sobre determinado assunto, é impossível fazê-lo sem falar deles!... Eles são o centro, o meio e o fim. São tudo.
Só conseguem conviver, sendo a fonte das atenções, dos agrados e da bajulação.
Não resistem a julgar: o poder, para eles, ou é para gratificar, escolher, promover, prestigiar: ou para prejudicar, perseguir, punir, excluir.
A realidade, é que são os políticos poderosos, que geram os aduladores.
Fossem eles mais resistentes e indiferentes às adulações e outro galo cantaria neste nosso Portugal.
O problema , é que a bajulação e a adulação são daqueles doces venenos que o cacique gosta de ingerir... Como consequência do seu efeito, deixa-se toldar e lá vai o discernimento,
O político prudente sabe que a maioria dos elogios que recebe são falsos e interesseiros. Como disse Maquiavel na sua obra, “O PRÍNCIPE”: O Príncipe prudente deve escolher homens sábios, que dele tenham a permissão de dizer a verdade, mas somente a respeito daquilo que lhes é perguntado. (...) O Príncipe deve aconselhar-se sempre, mas somente quando deseje e não quando os outros queiram. Convém que se lhes tire o hábito de dar conselhos que não foram solicitados. Mas, ao mesmo tempo, pedir conselhos quando necessite, sem impor restrições, e ouvir com muita paciência e atenção as respostas que seus conselheiros dão às suas perguntas, para que a perturbação que o respeito impõe não impeça nenhum deles de expressar suas opiniões”.
Cuidado com os elogios. Satisfazem o ego, mas também embriagam e adormecem o espírito crítico.

4 comentários:

Anónimo disse...

sim senhor...
Ai o absolutismo...
poema
a pilada:
EU MANDO ...
EU SEI TUDO...
SOU O MAIOR ....
SOU EU O PRESIDENTE...
OU SEREI REI?
DEMOCRACIA????!!!!
EU É QUE SEI...
CONTRA TUDO E TODOS...
DAQUI NINGEM ME TIRA ...
COM A CRISE QUE O PAIS ATRAVESSA .....
....... AQUI AINDA VAI DANDO PARA ENCHER A BARRIGA...

Anónimo disse...

Refere-se a alguém em especial?
será presidente?

Anónimo disse...

está bonito...

Anónimo disse...

Nem mais.Absolutamente de acordo.
Só um pequeno pormenor: não são os políticos os poderosos, os poderosos são os que detêm o poder (económico, sobretudo), os políticos são os que lhes lambem as botas e outras coias mais, fazendo os fretes necessários, e coisa e tal, a gente compreende, não é?